Uma Missão de profissionalismo e excelência

Por: Marcio Zeppelini
01 Março 2005 - 00h00
Cria em mim um coração puro e renova uma consciência tranqüila dentro de mim”. A frase do filósofo indiano Sri Ramakrishna reflete bem o objetivo principal da Missão Ramacrisna, organização reconhecidamente de sucesso fincada no coração de Minas Gerais, em uma zona rural de Betim, a poucos quilômetros da capital mineira.

A possibilidade de contribuir para a subsistência e crescimento do indivíduo e da comunidade mantém o desejo de ver uma comunidade mais justa e livre dos males do mundo moderno. Desejo este que fez o Professor Arlindo Corrêa da Silva a fundar, em 1959, a Missão Ramacrisna. “Ele era um homem simples, sem posses, que veio de Campina Grande (PB), mas que tinha o dom de conquistar pessoas com suas palavras e ensinamentos”, proclama Solange Bottaro, atual presidente da entidade.

Ao promover o resgate da cidadania por meio da educação, profissionalização, assistência social e geração de renda para a população de baixa renda, a Missão Ramacrisna tem como base de atuação a educação para crianças e adolescentes, abrangendo também a família. “Acreditamos que somente com educação de qualidade será possível assegurar às crianças e jovens um crescimento como indivíduo, que lhes permita ocupar um espaço digno na comunidade e obter respeito e consideração da sociedade”, enfatiza Bottaro.

Em quase meio século de assistência à sociedade, já tirou mais de 15 mil crianças das ruas e da marginalidade. Hoje, atua com cerca de 450 crianças e adolescentes, para quem oferece acompanhamento escolar, atividades esportivas e culturais, além de complementação alimentar, profissionalização e inclusão digital.


Unidades Produtivas

O grande diferencial da atuação da entidade é a forma como trabalham a captação de recursos. Atualmente, cerca de 50% do custo de manutenção da organização vêm de suas Unidades Produtivas – uma fábrica de massas caseiras e outra de telas de arame. “Nosso objetivo é chegar em 2009, quando completaremos 50 anos de atividades, com 100% de nosso trabalho custeado pelas Unidades Produtivas”, afirma Américo Amarante Neto, diretor administrativo da entidade.

Ao colocar nas prateleiras de grandes supermercados e mercearias da região metropolitana de Belo Horizonte cerca de 800 kg de macarrão por dia, a Unidade Produtiva responsável pela fabricação de massas chega a faturar cerca de R$ 30 mil por mês e já é detentora de certificações de qualidade e fiscalização de órgãos de saúde que comprovam a eficiência e o profissionalismo com que é tratada essa área. A consciência impregnada na cabeça dos dirigentes, funcionários e da própria comunidade de que as Unidades Produtivas representam avanço social para a comunidade é o que faz tecer um cenário otimista rumo a auto-sustentabilidade – palavrinha mágica que toda organização sem fins lucrativos deseja ter em seu vocabulário. “Iremos em busca de novos mercados, como São Paulo, maior consumidor de massas percapita do país”, suspira Amarante Neto.

Já a fábrica de telas é estampada em outdoors de estradas próximas a Belo Horizonte e demonstra a grandeza que um produto manufaturado de uma entidade social tende a representar no mercado concorrido e, muitas vezes, desleal do Segundo Setor. Ela enrola nada menos que 1.000 m² de telas alambradas por dia e fatura cerca de R$ 90 mil por mês. Apesar de ter um espaço relativamente pequeno para suas quatro máquinas (uma delas totalmente automatizada), há ainda capacidade ociosa para produzir até o dobro do atual.

Isso também ocorre na fábrica de macarrão, detentora de equipamentos sofisticados e caros, implantados por meio de parcerias com grandes empresas e apoio de patrocinadores como a Petrobrás, Belgo Mineira e Cemig, entre outras. Já os recursos humanos para a mão-de-obra das duas fábricas, muitas vezes advêm da própria organização, dando oportunidades de um primeiro emprego aos alunos ou ex-alunos da entidade.


Profissionalização para geração de renda

Além das atividades rotineiras de educação, esportes e cultura oferecidos pela Missão Ramacrisna aos alunos regularmente matriculados no ensino público, a organização promove cursos profissionalizantes a jovens desqualificados e, na maioria das vezes, desempregados. São aulas que ensinam ofícios e formam profissionais como eletricistas, pedreiros e mecânicos de automóveis. Inicialmente, esses cursos foram montados para outras profissões ao auxílio de um escritório, como secretaria e digitação, porém, com o tempo, percebeu-se que era um trabalho árduo, e muitas vezes em vão, pois faltavam empregos na região. Foi então que o programa passou por uma reformulação e o objetivo maior foi enfocar a geração de renda. Passou-se a ministrar profissões que não era necessariamente preciso emprego fixo para gerar renda, o que possibilitou aos alunos oferecer pequenos serviços à vizinhança. “Há muitos casos de dois ou três alunos se juntarem para montar uma oficina mecânica, por exemplo”, comemora Bottaro.

Outra fonte de empreendedorismo criada pela entidade são as oficinas de artesanato, que atualmente migra para uma cooperativa de artesanato e terá, entre outras individualidades, estatuto, controle financeiro e corpo diretivo próprios. A presidente eleita da cooperativa, Luciana da Silva Pires, comemora as conquistas: “Nossos produtos são vendidos nas gôndolas sociais do Grupo Pão de Açúcar por todo o país”. As oficinas trabalham modelos modernos e charmosos de cestaria com jornal, tecelagem e cerâmica que dão ocupação, hoje, a cerca de 30 cooperados que produzem estoque suficiente para lhes garantir uma féria de R$ 300 a R$ 500 mensais. “Agora, estamos em busca de uma sede própria para que possamos aumentar nossa produção e o número de cooperados”, diz sorridente a jovem presidente, que também é aluna regular da organização.


Apoio à comunidade

Não é só de estudantes que são preenchidas as carteiras, salas de aula e quadras da Missão Ramacrisna. Todo o espaço, que conta com quadra, biblioteca, sala de internet, auditório, entre outras áreas comuns, é aberto à população à noite e finais de semana. Na sala de internet, por exemplo, a comunidade pode digitar e imprimir um currículo; já a quadra de esportes é dividida por uma agenda controlada por um grêmio comunitário criado na região.

Seguindo o idealismo seguido por seu fundador Arlindo, a Missão Ramacrisna “busca constantemente sua vivência espiritual por meio da ação, ajudando o próximo”. Idealismo esse que fez com que Ramakrishna e seus discípulos fizessem uma legião de seguidores no mundo todo até hoje.

O trabalho realizado pela Missão Ramacrisna tem seu êxito alicerçado em modernas regras e metodologias administrativas e de marketing iguais às que regem o mundo empresarial contemporâneo, trazendo à população uma receita de transparência, seriedade e confiança, que tem como conseqüência a oportunidade de uma vida justa e com qualidade. Pelo menos para aquela parcela da população que eles atingem. Pois o importante não é atender a todos, mas fazer bem feito a todos que atendem.

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