Uma boa história para contar mobiliza pessoas, conquista apoiadores e traz recursos

Por: Fabiana Dias
01 Maio 2012 - 00h00

“Era uma vez uma época em que o mundo era muito populoso e existia de uma forma muito desordenada. Milhões de pessoas passavam fome, e algumas já nem sabiam mais o que fazer com tanto dinheiro; uma época em que o homem teve tanto conhecimento como jamais imaginamos e em que a tecnologia podia ajudá-lo a fazer coisas brilhantes. Mas, mesmo assim, a maioria dos seres humanos sofria e o planeta estava sendo gravemente destruído. Era uma época em que muitos agiam orientados por propósitos mesquinhos e não se reconheciam como seres interdependentes. É, as coisas andavam mal naquele período. Os valores estavam de ponta cabeça e as pessoas destruíam a si mesmas e aos recursos que as mantinham vivas. Elas pareciam não perceber que construíam o fim da humanidade. Mas, em meio àquela tristeza toda, uma mudança começava a acontecer. Não se sabe precisamente o porquê, mas algumas poucas pessoas incríveis surgiam como fortes luzes na escuridão daquela história, sabendo que era preciso romper com esse padrão de destruição. Uma aqui, outra ali, tímidas ainda, mas extremamente visionárias, otimistas e criativas. Começaram a trabalhar com causas. Você sabe o que é ter uma causa? Foram elas que mudaram nossa história e nos permitiram continuar. Corajosas, apaixonadas. Pouco a pouco, fizeram o mundo perceber que todos os seres são interligados, que as florestas são fundamentais que as crianças têm direitos, que a água pode acabar, que precisamos ter atenção aos idosos, que a saúde não pode ser um privilégio, que a educação é transformadora, que o lucro a todo custo pode ser muito perigoso. Trouxeram novidades, valorizaram a criatividade, falaram de comércio junto, de financiamento colaborativo, de direitos, de diversidade, de natureza. E sabe como elas mudaram o mundo? Com histórias que mexem com o nosso coração e transformam nossa existência”.

Esta poderia ser uma história contada no futuro, sobre o tempo que vivemos hoje. Somos personagens desta história e estamos mudando o mundo. Temos causas, temos práticas social e ambientalmente corretas, e sabemos que todas as pessoas do mundo podem ser mais felizes acreditando e praticando coisas boas também.

Você já tentou convencer seu vizinho a separar o lixo para reciclagem? Adianta falar que aquela embalagem plástica que ele jogou junto com a comida vai demorar 450 anos para se decompor? Experimente. Com esse argumento, pouca coisa muda. Sabe por quê? Porque as coisas muito objetivas são pouco mobilizadoras. Você deu a ele um dado frio, deslocado da complexidade do assunto (veja em quanta coisa se pode pensar: embalagens, lixo, catador, lixão, contaminação, o mundo coberto por lixo, animais morrendo por terem engolido plástico, enchente... e por aí vai). Mas ao transformar esse pedido em uma história, mexe com a sensibilidade e com as emoções da pessoa, e suas chances de fazer o vizinho separar o lixo aumentam muito. E mais, ele pode se recusar a comprar coisas com muitas embalagens, começar a compostar os restos de alimento e sair por aí contando aquela sua história para muita gente.

Storytelling, como também se pode chamar a técnica de contar histórias, é uma excelente ferramenta para que organizações sociais, movimentos e ativistas consigam trazer suas causas para o campo dos valores. É uma maneira de prepará-los para contar histórias sobre sua causa, suas ações e seus planos de forma mais atrativa e sensível, proporcionando melhores resultados em engajamento de simpatizantes, apoiadores e parceiros. Esta é uma técnica eficaz que contribui com situações de captação de recursos, lançamento de campanhas, formação de parcerias e muitas outras situações em que é preciso que outras pessoas se envolvam verdadeiramente com sua organização.

Como fazer?

É importante dizer que há sempre muitas maneiras. Mas, para começar, vamos ao elementar. Para estruturar bem sua história, pense primeiro no que quer contar, para quem e com qual finalidade. Comece fazendo um roteiro de fatos. Você pode falar do contexto, do personagem, do seu grande desafio, de como ele foi conseguindo construir a história, do que alcançou e da lição que isso nos traz.

Ao construir o ambiente (físico, psicológico) para dar uma noção do contexto da história, seja descritivo. Escolha palavras que ajudem as pessoas a formarem imagens da sua história. Aqui, você precisa ajudar seu interlocutor a compreender o porquê da situação.

Então, surge o personagem (a sua organização ou as pessoas que você quer mobilizar!). Conte quem é, o que faz, no que acredita, quem está com ele. Coloque dados que o torne bem humano, parecido com qualquer um de nós, com defeitos e qualidades, sonhos e sentimentos.

E este personagem, naquele momento em que acontece sua história, é chamado para um grande e importante desafio. O que ele deve fazer? Há momentos em que quase desiste? Como se enche de força para prosseguir e atingir o objetivo? Depois que tudo fica bem, como é o novo cenário? Que lições se pode tirar dessa história?

Observe que, na maioria das histórias de organizações sociais, o personagem precisa de ajuda (da nossa ajuda) pra vencer o desafio. Este é o momento de pedir. O que o interlocutor da sua história deve fazer para ajudar o personagem? Se este for o caso, sua história é contada até aqui como algo que já aconteceu e, a partir desse ponto, passa a ser uma projeção do que acontecerá se cada um se mobilizar (ou não), e que lições ela nos trará.

Essa história pode ser contada de muitas formas

Como toda boa história, ela é muito bem contada por alguém, incorporada como uma história que é de quem a conta. E não estou dizendo que precisamos de um ator para isso, mas aqueles que são completamente apaixonados e envolvidos com a causa e a organização contam a história de forma muito vibrante. Essa energia (e não a frieza de dados puramente racionais e objetivos) consegue mobilizar.

Mas nem sempre é possível falar pessoalmente, ou contar a história com ênfases, pausas e outros recursos para chamar a atenção. Essa história também pode ser escrita. Neste caso, principalmente, é preciso ponderar sobre o tamanho que ela terá, porque quanto mais breve, maiores as chances de a pessoa ‘aceitar’ ler e manter a atenção. Nesta situação, tente deixar o texto visualmente atrativo, além de dar destaque às partes importantes.

Outras formas muito interessantes são os recursos audiovisuais. Você pode transformar sua história em uma apresentação (com Power Point ou Prezi), que são meios tradicionais usados em reuniões e para captar recursos. Também é possível transformá-la numa ilustração de facilitação gráfica, numa história em quadrinhos, num grafite. Outra forma muito eficaz de contar a história é fazer um vídeo, desde soluções simples até produções mais elaboradas.

Todos esses recursos têm a vantagem de permitir rápido compartilhamento por redes sociais, o que é excelente para quem quer fazer amplas transformações e diversificar seus doadores e investidores.

Vocês viram o impressionante alcance do Movimento Gota d’Água? Eles têm a missão de ‘comover a população para causas socioambientais utilizando as ferramentas da comunicação em multiplataforma’. A primeira campanha que fizeram foi para arrecadar assinaturas da população em um documento eletrônico, pedindo a paralisação das obras da Hidrelétrica de Belo Monte (PA). Em uma semana no Facebook/Twitter/YouTube conseguiram 1 milhão de assinaturas. Como? Construíram uma história, contada em vídeo por atores globais (ok, os atores fazem uma diferença, mas o discurso está muito envolvente) e compartilhada por redes sociais. Qual é a história que você tem para contar?

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