Transplantes De Órgãos No Brasil

Por: Juliana Fernandes
19 Dezembro 2012 - 23h13

O Brasil realizou no primeiro semestre deste ano 12.287 transplantes. O número é 12,7% maior que o total de cirurgias desse tipo realizadas no mesmo período de 2011. “Esse crescimento reforça o aumento do desejo de doação e a confiança da população no Sistema Nacional de Transplantes. É uma combinação fundamental para que a gente mantenha um aumento sustentável da doação e reduza as filas de espera por órgãos”, destacou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Segundo dados do ministério, entre janeiro e junho o transplante de pulmão teve aumento de 100%. O segundo maior avanço percentual foi o de coração, com 29% a mais quando comparado com os primeiros meses de 2011. Também cresceram os transplantes de medula óssea (17%), rim (14%), córnea (13%) e fígado (13%).
Os estados que mais se destacaram em aumento percentual foram o Acre (1033%), Amazonas (217%), Pará (104%) e Pernambuco (74%), além do Distrito Federal (76%). Em números absolutos, São Paulo se destaca com 4.754 transplantes realizados, sendo a maior parte de córnea (2.935). O número de doadores também aumentou no período. Em 2011, foram 997; já em 2012, esse número passou para 1.217, um aumento de 22%.
“As vidas que são salvas justificariam, por si só, todo o esforço do Ministério da Saúde em dar cada vez mais qualidade ao nosso Sistema Nacional de Transplantes, mas acreditamos que à medida que se estrutura esse sistema, obriga-se todos os serviços de saúde a melhorarem sua qualidade”, enfatizou o ministro.
Recentemente, Padillha assinou uma portaria que institui a atividade de tutoria em doação de órgãos e transplantes no país. Dessa forma, o Ministério da Saúde estimula centros de excelência a capacitar serviços que queiram melhorar ou iniciar a realização desse tipo de cirurgia.
Um dos critérios para a habilitação de centros de excelência é fazer parte da rede pública ou ser entidade sem fins lucrativos que atenda de forma complementar ao Sistema Único de Saúde (SUS). Outros critérios são: ter experiência de dois anos ou mais na área; realizar, no mínimo, três tipos de transplantes, sendo dois de órgãos sólidos e/ou um de tecido ou, ainda, transplante de medula óssea; desenvolver estudos e pesquisas na área, entre outros.

Como funciona o processo de doação?

Ainda existem muitas dúvidas sobre como ocorre o processo de doação de órgãos e tecidos. A primeira dúvida é: para ser doador, é necessário deixar algum documento por escrito? Não. Cabe aos familiares autorizar a retirada, após a constatação da morte encefálica. Este quadro acontece quando não há mais funções vitais e a parada cardíaca é inevitável.
Embora ainda haja batimentos cardíacos, a pessoa com morte cerebral não pode respirar sem a ajuda de aparelhos. Por isso, tem início o processo de retirada dos órgãos, que pode ser acompanhado por um médico de confiança da família. É fundamental que os órgãos sejam aproveitados enquanto há circulação sanguínea para irrigá-los – pois, se o coração parar, somente as córneas poderão ser aproveitadas.
Dessa forma, quando um doador é reconhecido, as centrais de transplantes das secretarias estaduais de saúde são comunicadas. Apenas elas têm acesso aos cadastros técnicos das pessoas que estão na fila por um transplante. Além da ordem da lista, a escolha do receptor será definida pelos exames de compatibilidade com o doador. Por isso, nem sempre o primeiro da fila é o próximo a ser beneficiado. Essas centrais ainda são responsáveis por controlar todo o processo, coibindo o comércio ilegal de órgãos.
É importante ressaltar também que toda doação é regida pela lei nº 9.434/97. É ela quem define, por exemplo, que a retirada de órgãos e tecidos de pessoas falecidas só pode ser realizada se precedida de diagnóstico de morte cerebral – constatada por dois médicos e sob autorização familiar.

Novidades para aumentar os números

O Facebook lançou recentemente uma ferramenta que pretende incentivar a doação de órgãos no Brasil. Em parceria com o Ministério da Saúde, a rede social criou um serviço que permite que seus usuários se declarem doadores e convidem seus contatos a fazerem o mesmo.
A informação pode ser adicionada à linha do tempo e agregada ao perfil. Para ativar a o recurso, basta clicar em “Evento cotidiano” na parte superior da linha do tempo, depois escolher a opção “Saúde e bem-estar” e selecionar “Doador de órgãos”.
Segundo Alexandre Padilha, a intenção ao lançar a ferramenta, que já está disponível em outros países, é conseguir aumentar o número de doadores de órgãos. Mesmo com a disponibilidade, o ministro ressaltou que a doação de órgãos só pode ser feita mediante a autorização da família.
Por este motivo, segundo o ministro, é importante que o usuário coloque em seu perfil a intenção de doar órgãos e que também converse sobre o assunto com os familiares e amigos. “Temos uma carência de doadores. Por isso, queremos ampliar ainda mais a capacidade da população de ser doadora”, afirmou o ministro.

Panorama de transplantes no país

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