Quanto mais jovem o indivíduo começa a trabalhar, menor é o seu salário na fase adulta. A afirmação é chancelada pela pesquisa realizada pelos especialistas Ana Lúcia Kassouf, Nadeem Ilahi e Emerson e Souza, com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O estudo responde a diversas dúvidas, como: o trabalho dignifica a criança ou rouba o tempo em que ela devia estar na escola? A redução salarial é atribuída, em grande parte, à perda dos anos de escolaridade em razão do trabalho na infância, que está intimamente relacionado com a pobreza das famílias. Ao perder tempo de estudo, a criança perde também oportunidades de ascensão social no futuro. Com isso, preserva-se o círculo vicioso da pobreza. De acordo com os estudos, crianças trabalhadoras, mesmo tendo a oportunidade de estudar, podem ter o tempo de estudo reduzido, além de perderem o direito de ser criança pela ausência de lazer, indispensável nessa etapa da vida. Isso prejudica o aprendizado e, consequentemente, aumenta a repetência, levando muitas crianças e adolescentes a desistir de frequentar a escola.