Usando o poder da narrativa para mobilizar e engajar
Esta é uma proposta de usar storytelling na comunicação corporativa com o intuito de aumentar a qualidade das relações com públicos importantes para seu negócio ou iniciativa, pois a narrativa tem o poder de conquistar, mobilizar e engajar pessoas devido ao fato de trazer ‘significado’.
O storytelling aproxima o interlocutor da experiência vivenciada, permite que se crie empatia e é muito eficiente em realmente tocar e se diferenciar diante das milhões de informações disponíveis.
As histórias estão revalorizadas porque praticamos por muito tempo uma indiferença à vida do outro. Com esta proposta, saímos de um contexto informacional para um relacional.
Mas como utilizar este poder de mobilizar? Há muitas maneiras e muitos usos. Porém, o melhor é basear essa comunicação numa estratégia.
Na comunicação organizacional – e falo de uma perspectiva de Relações Públicas –, pretende-se usar histórias com uma intenção, uma finalidade. Não é a história pela história, como nas artes (literatura, cinema).
Por isso, é muito importante construir uma estratégia que oriente a escolha e o desenvolvimento da história ou de um conjunto de histórias.
Para fazer a estratégia, precisamos saber quem é o público com quem vamos ficar em contato, ou seja, quem é de verdade, qual é seu perfil, o que esperar um do outro e qual é nossa intenção com ele. Qual é a mensagem que precisamos comunicar?
Com isso, a estratégia nos conduz a uma escolha intencional de qual história melhor reflete nosso objetivo. Às vezes, uma história que nos atenda já existe; porém, precisamos criá-la. Assim, escolhemos que tipo de narrativa deve ser usada (ficcional ou memória).
Escolhida a narrativa, trabalhamos o roteiro. Qual é a trama? Quem é o protagonista e que desafio ele vive? Que temática vamos usar? Como a marca da minha empresa ou da minha iniciativa entrará nessa história? Sua marca pode assumir o papel de protagonista, mas ela pode ser também o elemento que proporciona o desfecho, que ajuda o protagonista a tomar uma decisão, a encontrar sua ‘caverna escura’. Depende da criatividade.
Aqui, estabelecemos quais são os fatos desta narração e em qual ordem serão apresentados. Com isso, é possível montar a história. É a partir deste momento que ela será recheada com detalhes, descrições e palavras certas para formar imagens mentais e sentimentos. Precisamos ser capazes de levar para o campo das emoções e nos distanciar da tradicional racionalidade de informar. Tudo é um processo interno. A seguir, aborda-se o telling.
Tudo o que foi construído será contado como? Decidimos se será a fala de alguém, alguma apresentação (ppt ou prezi), um vídeo, uma história em quadrinhos ou uma colagem. Será utilizada uma história contada com palavras ou imagens? Haverá um narrador? É o próprio protagonista que assume este papel? É um coadjuvante desta história? É um observador que vê tudo?
A elaboração da estratégia indica os recursos utilizados para narrar a história, mas como estamos falando de um processo gerenciado, porém subjetivo, pode ser que a montagem da história traga novas dicas da melhor forma de transmiti-la. Então, é melhor decidir estruturar o recurso de contar sua história ao final. Junto dele, deve-se pensar a forma de distribuir tal relato.
A estratégia usualmente pede que nossa empresa ou iniciativa gere uma história para mobilizar. A mobilização e o engajamento podem vir da oportunidade de que os outros contem a história. Isso quer dizer que podemos fazer materiais e peças baseados em histórias ou podemos criar campanhas para que as pessoas contem suas histórias conosco, fatos que também envolvem.
Seja com histórias próprias ou com a valorização daquelas de nossos interlocutores (geralmente memórias), temos um poder imenso de conquistar atenção e manter pessoas que perceberam o significado que as aproxima de nossos negócios e iniciativas.
Se garantirmos bons e frequentes momentos de contar tal história – seja fazendo muitas reuniões relevantes para contar oralmente essa história, seja usando uma boa distribuição em mídias sociais, ou mesmo, nas tradicionais, com mais recursos –, nossas chances de mobilizar e atrair serão multiplicadas.
Que história você tem para contar?