Relatório Educação para Todos 2000-2015 indica que são necessários 22 bilhões de dólares para atingir as metas

Por: Thaís Iannarelli
24 Abril 2015 - 16h53

Um terço dos países atingiram todos os objetivos mensuráveis, acordados em 2000; apenas metade dos países conseguiu alcançar o objetivo mais visado de acesso universal à educação primária e Cuba foi indicado o único país da América Latina que conquistaria todas as metas até 2015. Todos esses dados foram apresentados no Relatório de Monitoramento Global de Educação para Todos 2000-2015: progressos e desafios (EPT), realizado pela Unesco.

Segundo Maria Receba Otero Gomes, coordenadora do setor de educação da Unesco, esse relatório é voltado para acompanhamento dos 164 países que firmaram objetivos em 2000. É feito anualmente, mas neste ano encerra o ciclo de 2000 a 2015, depois dessa etapa, será promovido um debate mais amplo para estabelecer novas metas para o período de 2016-2030. “Esse relatório se torna bastante importante para ver o que vai continuar, o que ainda não se alcançou na sua totalidade como meta e o que precisa acrescentar e os países que avançaram nesse sentido”, refletiu. Essa publicação foi apresentada no Fórum Mundial de Educação, em 9 de abril, em Incheon, na Coréia do Sul.

O relatório analisa seis objetivos: 1) expandir a educação e os cuidados na primeira infância, especialmente para as crianças mais vulneráveis; 2) alcançar a educação primária universal, particularmente para meninas, minorias étnicas e crianças marginalizadas; 3) garantir acesso igualitário de jovens e adultos à aprendizagem e as habilidades para a vida; 4) alcançar uma redução de 50% nos níveis de analfabetismo até 2015 e 5) alcançar a paridade e a igualdade de gênero e 6) melhorar a qualidade de educação e garantir resultados mensuráveis de aprendizagem para todos.

No primeiro objetivo, houveram as seguintes conquistas: queda de 39% na mortalidade infantil e ensino da pré-escola como obrigatória em 40 países em 2014. Já os esforços foram identificados ações, como: maior conhecimento das necessidades da primeira infância (estimulação cognitiva, modelos educativos, jogos didáticos, presença dos pais e livros), diferentes métodos para ampliar o acesso (supressão das taxas escolares, como em Gana); jardim de infância móveis (como na Mongólia), transferência de dinheiro (China) e obrigatoriedade do ensino (México e Myanmar), e aumento de demanda com campanhas de sensibilização ao público (Gana e Tailândia). Na parte de problemas, foram observados: baixa qualidade, um quinto dos países possuem menos de 30% das crianças matriculadas em 2015 e 6,3 milhões de crianças menores de cinco anos morreram em 2013.

O relatório traz ainda o Índice de Desenvolvimento da EPT (EDI) em que divide os países, que possuem informações para mensurar todas as metas seguindo a metodologia da Unesco, em três grupos: alto EDI, médio EDI e baixo EDI. Nos altos, estão 57 países, como: Reino Unido, Japão, Noruega, Suíça, Finlândia, Eslovênia, França, Espanha, Nova Zelândia, Irlanda, Alemanha, Chile, Uruguai, Equador, entre outros. Já o grupo do médio EDI é composto por 38 países: Costa Rica, Sri Lanka, Malta, Montenegro, Turguia, Panamá, Belize, Bolívia, Peru, El Salvador, Peru, Cabo Verde, entre outros. E, por último, os com baixo índice, que são 18, estão: Bangladesh, Ruanda, Gambia, Sudão, Angola, Moçambique, Paquistão, Benin, Mali, Níger, Chad, e outros.

Rebeca sinalizou que houveram vários avanços em muitos países de 2000 até os dias de hoje. Ela ressaltou que realmente os dados mostraram que houve um aumento geral da desigualdade entre crianças de diferentes classes. “Se uma criança é pobre, possui quatro vezes chances de não entrar na escola do que uma criança rica. E se ela entrar na escola, ela tem cinco vezes mais chances de não concluir o ensino primário”, comentou.

Outro dado importante é um fundo de financiamento mundial para educação. O relatório trouxe que são necessários US$ 22 bilhões anuais extras para garantir o alcance das novas metas educacionais, que serão estabelecidas agora para serem atingidas até 2030. “Os países precisam se mobilizar mais. Dentro dos seis objetivos que temos, não havia nenhum para financiamento. Então, tem que ter uma mudança no compromisso, para colocar o recurso no ensino fundamental, na questão da equidade, na inclusão, entre outros fatores”.

A coordenadora do setor de educação da Unesco sinalizou que o tema de financiamento é bem provável que se tornará uma meta para o período de 2016-2030. “A Unesco preconiza hoje é que se gaste de 4 a 6% do seu PIB em educação, ou 20% do orçamento do País. Esse é o mínimo. O Brasil já alcançou esse patamar. Já possui praticamente 20% do seu orçamento em educação. Também é importante que chegue numa PNE (Plano Nacional de Educação), em uns 10%. A Unesco trabalha com diferentes países, desde o mais pobre até o mais rico. O Brasil já atingiu esse patamar, agora é atingir a meta do PNE, dos 10%. É muito importante ter bastante investimento”.

No quarto objetivo, apenas 25% dos países conseguiram uma redução de 50% dos níveis de analfabetismo de adultos até este ano, 32% continuam distante para atingir essa meta. De forma geral, a porcentagem de adultos analfabetos caiu de 18%, em 2000, para 14%, em 2015. Quase dois terços da população de adultos analfabetos continuam a ser mulheres e metade dessas mulheres da África Subsaarina não têm habilidades básicas de leitura.

Na opinião de Rebeca, o Brasil teve avanços em todos os objetivos, mas ainda há várias questões para melhorar. Por exemplo, a creche precisa ser ampliada em muitas regiões do País, apenas 20% das crianças nesses espaços. Ela também chamou atenção para os avanços do Brasil no objetivo 3, em que prevê garantir acesso igualitário de jovens e adultos à aprendizagem e a habilidades para a vida, mas ao mesmo tempo também ressaltou a necessidade dos jovens concluírem bem o ensino fundamental. Comentou sobre a importância do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) e ações de alfabetização de jovens e adultos, por exemplo.

“Precisamos avançar e fazer com que esses jovens concluam o ensino fundamental com qualidade para entrar no ensino médio. Hoje os nossos jovens não concluem a educação básica: menos de 60% entram no ensino médio e muitos que entram não se formam. Isso está relacionado diretamente com a qualidade da educação”, comentou Receba sobre a situação educacional do Brasil.

Outra estimativa é que somente metade de todas as crianças em países de baixa renda completarão as séries iniciais da educação secundária até 2030. Dessa forma, os próximos passos são discutir novas metas para o período de 2016-2030. De acordo com Rebeca, a ideia do relatório é acompanhar e monitorar a implementação desses assuntos, oferecendo apoio em seus escritórios da Unesco. “A proposta é menos ranking, mas sim mostrar avanços e desafios. Os países são muito diferentes. E o país precisa refletir o que ele evoluiu dentro da sua condição”, aconselhou.
O relatório completo está disponível no site http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/education/education-for-all/

Fonte: Setor3

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