Relacionar-se bem com o público é uma atividade de extrema importância para todos os setores. Na área comercial, por exemplo, é essencial agradar o cliente; na política, uma boa reputação atrai mais votos da população. No Terceiro Setor não é diferente. Transmitir uma imagem idônea e agir com transparência também significa ter boas relações com o público, composto por parceiros, doadores, colaboradores, voluntários, beneficiários e a sociedade como um todo.
Fato já conhecido pelas organizações é que a profissionalização se faz cada vez mais necessária na área social quando se buscam resultados de qualidade. Por isso, ninguém melhor que o profissional de relações públicas para trabalhar pela imagem da instituição e por um bom relacionamento com todos. Segundo a Associação Brasileira de Relações Públicas (ABPR), a área representa a “atividade e o esforço deliberado, planejado e contínuo para estabelecer e manter a compreensão mútua entre uma instituição pública ou privada e os grupos de pessoas a que esteja, direta ou indiretamente, ligada”.
O que são as relações públicas?
De acordo com a resolução normativa nº 43, de 24 de agosto de 2002, algumas das atividades são:
Essas e outras ações, quando desenvolvidas de maneira profissional, melhoram a visibilidade da instituição, ajudam na captação de recursos, devido à credibilidade que geram, e desenvolvem um bom relacionamento com a sociedade em geral.
Atuação no setor social
Para trabalhar na área social, o profissional de relações públicas pode ter de se adaptar a uma realidade diferente, como ao fato de trabalhar com o orçamento reduzido. Por isso, é aconselhável que algumas tarefas, como a pesquisa da realidade, o planejamento e a organização do trabalho sejam executadas. A pessoa que atuar como relações públicas em uma instituição deve se sentir membro da entidade, identificar os ideais da profissão aos da organização, conhecer a realidade social da região e analisar seu campo de ação. Dessa forma, acreditando na causa, ela poderá ser bem retransmitida aos outros.
Quando trabalha no Terceiro Setor, o profissional adquire uma experiência diferenciada. Primeiro, por lidar com uma motivação maior, levada pelo apoio à causa. Segundo porque, muitas vezes, devido à necessidade, é preciso agir com mais criatividade, agilidade e pró-atividade, otimizando os recursos não só financeiros, mas também humanos, físicos e materiais.
Definição do público-alvo
Uma atitude recomendável é avaliar quais são os públicos e seus diferentes interesses, para que se definam as atitudes a serem tomadas em relação a cada um deles. No caso das organizações sociais, há alguns exemplos:
Depois de traçar esse perfil, o profissional pode estabelecer diferentes estratégias de aproximação com cada público. O trabalho realizado com as relações públicas, então, se torna importante para que todos possam aderir efetivamente à causa, seja qual for seu interesse, já que, no Terceiro Setor, é ela que define o grau de envolvimento das pessoas com a instituição.
Às vezes também chamado de “relações institucionais”, esse profissional pode atuar fortemente no pacto de parcerias com outras instituições sociais, governo ou empresas, fazendo o meio de campo entre as duas diretorias.
No entanto, não se devem confundir as funções: se ele for visto como um captador de recursos, pode acabar fechando algumas portas importantes, pois são funções completamente distintas.
Práticas do Segundo Setor
É importante trazer experiências do setor privado para o trabalho de relações públicas no Terceiro Setor, especialmente quando se trata de gestão organizacional. O paralelo também pode ser feito em relação à causa da instituição, principal ferramenta de trabalho desse profissional. Ela pode ser comparada à marca de uma empresa privada. Assim, a credibilidade e o grau de confiabilidade dela devem ser sempre altos, e o caminho para esse status é, novamente, a transparência.
Para colocar a causa em primeiro plano, por exemplo, não é recomendável que a organização se alie a uma empresa pelo investimento, sem antes analisar se os interesses dessa companhia são realmente verdadeiros e se vão agregar valores à cultura da instituição. Isso mancha a imagem da organização, e pode afetar a visão que os diferentes públicos têm dela.
Assessoria de imprensa X Relações Públicas |
Ao contrário do que se pensa, a função do assessor de imprensa deveria ser realizada por um profissional de relações públicas, que tem a formação mais adequada para o cargo, e não por um jornalista ou publicitário. Isso acontece porque existem muitos formados em comunicação para poucas vagas. Durante o curso de relações públicas, os alunos adquirem conhecimentos sobre comunicação empresarial e corporativa, relações exteriores e institucionais, Ombudsman, endomarketing, lobby, assessoria de imprensa, organização de eventos e outras áreas que dão base ao trabalho de construção da imagem empresarial ou organizacional e sua transmissão, tanto para os públicos em geral quanto para a imprensa. Por isso, existe a concorrência no mercado e a confusão na definição de funções da área de comunicação (publicidade, marketing, jornalismo e relações públicas). Vale lembrar que essa é apenas uma das atribuições adquiridas na faculdade, e que as organizações do Terceiro Setor podem se beneficiar da contratação de um profissional de relações públicas por um conjunto de motivos que trazem transparência e ações organizadas e planejadas. |
Links
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www.abrpnacional.com.br