Profissionalização na gestão de RH

Por: Luciano Guimarães
01 Novembro 2008 - 00h00

Os gestores das organizações sem fins lucrativos estão cada vez mais preocupados com a qualidade técnica dos colaboradores e profissionais que atuam nos diversos departamentos, sejam administrativos ou naqueles diretamente ligados ao atendimento ao público. As grandes e médias organizações sociais, que contam com verbas suficientes para aplicar na área de recursos humanos, estão obtendo excelentes resultados com programas de treinamento e capacitação de mão-de-obra.

A busca pela qualidade está levando as entidades a moldar um plano de acordo com a nova realidade do Terceiro Setor. Basicamente, a maioria vem adotando diretrizes aplicadas nas grandes corporações do Segundo Setor, mas sem perder o foco na humanização das relações entre as pessoas. No fim das contas, todos saem ganhando – a organização, por cumprir seus objetivos, e os stakeholders, por receberem o devido acolhimento.

Um bom exemplo desse conceito aplicado pelas organizações sociais vem do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), instituição filantrópica mantida pelo empresariado nacional que auxilia os estudantes dos níveis médio, técnico e superior a obter uma oportunidade de estágio. Anualmente, o setor de recursos humanos do CIEE realiza uma pesquisa com seus gestores para elencar as necessidades de treinamento para suas equipes.

Tal procedimento é fundamental para indicar o tipo de treinamento necessário para se iniciar um trabalho com o RH. “Os colaboradores participam de cursos externos, focando especialmente em temas pertinentes à informática. Há ainda programas internos de capacitação ministrados pelos próprios colaboradores do centro, que abordam assuntos específicos da entidade, como legislação do estágio ou as constantes atualizações no nosso sistema operacional”, explica o presidente executivo do CIEE, Luiz Gonzaga Bertelli.

A entidade prima por um profissional com perfil que varia em decorrência das funções a serem exercidas. Para cargos de supervisão ou superiores são privilegiados nos colaboradores aspectos que demonstrem suas habilidades de gestão de pessoas e liderança. Para posições mais operacionais, pesam mais os conhecimentos técnicos.

O CIEE possui uma Superintendência de Assuntos Institucionais e Recursos Humanos que se divide em quatro gerências – seleção e treinamento, administração de pessoal, remuneração e benefícios e qualidade de vida. Ao todo, a organização conta com 30 colaboradores, e todos são remunerados, tanto funcionários quanto estagiários. Os únicos voluntários são os membros do conselho de administração da instituição.

A entidade tem um programa de integração de novos colaboradores, cujo formato é basicamente o mesmo ao longo do tempo. O que muda é em relação ao conteúdo dos treinamentos e à adoção de novas tecnologias para as capacitações internas.

Atualmente, os colaboradores podem fazer sete cursos pela internet, que compõem o programa de educação à distância do CIEE e são oferecidos ao lado de outros 12 temas para os estudantes candidatos a estágio. Entre os temas estão: atualização gramatical e cursos de Word, Excel e PowerPoint. Já está encaminhado um plano de aumento no número de opções e na utilização de videoconferências.

“O CIEE informatizou todo seu sistema de recursos humanos, o que agiliza processos e agrega diferenciais à gestão da organização, tal como a valorização dos talentos internos, tendo em vista que todas as informações pertinentes aos colaboradores estão digitalizadas. O centro ainda estuda a implementação de um curso focado especificamente na formação de gestores”, afirma Bertelli, ressaltando que a principal dificuldade para capacitar uma equipe é a adequação da agenda do colaborador à do treinamento proposto, tendo em vista suas atribuições diárias e atividades exercidas fora do CIEE.

Profissionalização

Mesmo em instituições de menor porte, mas com um bom nível de organização e que cumprem muito bem seu papel na sociedade, vê-se que a profissionalização da mão-de-obra já chegou ao grau das grandes organizações sociais, como AACD e Apaes.

É o caso da Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale), fundada em 2002. Em apenas seis anos, a entidade deu um novo panorama ao tratamento de linfoma e leucemia no país e à difusão de informações sobre essas enfermidades.

“Incentivamos os colaboradores a participar de conferências e seminários para ampliar os conhecimentos científicos, com o objetivo de exercerem suas funções da melhor maneira possível”, explica a presidente da Abrale, Merula Steagall, que também dirige a Associação Brasileira dos Talassêmicos (Abrasta), entidade fundada em 1982 que tem como missão melhorar as condições de tratamento e qualidade de vida dos portadores de talassemia no Brasil.

A diferença entre a Abrale e a Abrasta está apenas nos números, pois a disposição em ajudar é a mesma. A primeira tem 34 colaboradores, entre contratados e voluntários, e estrutura para atender cerca de 20 mil pessoas por mês; já a segunda tem apenas seis colaboradores e atende em torno de 700 pacientes.

Ambas as entidades também possuem parcerias com o Senac e com o Centro do Voluntariado de São Paulo (CVSP). O Senac oferece cursos gratuitos com duração de dois anos, para que os colaboradores possam estudar, de acordo com suas funções nas entidades. O CVSP fornece cursos para o treinamento dos colaboradores que atuarão como voluntários. Eles também passam por treinamento com a equipe na qual vão atuar, a fim de desenvolver afinidades e aprimorar o relacionamento.

“Desde o começo das atividades de nossa gestão, há oito anos, percebemos que a profissionalização da área de recursos humanos nas organizações sociais era algo em pleno desenvolvimento, e resolvemos investir nisso”, salienta Merula, que fez pós-graduação voltada ao Terceiro Setor, a fim de conhecer o funcionamento das associações que preside e adquirir conhecimentos sobre a gestão das entidades.

Segundo a presidente da Abrale e da Abrasta, a maior parte dos colaboradores contratados não possuía qualquer experiência com atividades ligadas ao Terceiro Setor. Merula argumenta que alguns departamentos precisam de pessoas que tenham experiência. Os cargos de chefia, por exemplo, são uma exceção, por sua importância estratégica.

“O Terceiro Setor está despertando para o profissionalismo, que tem no planejamento um primeiro estágio de desenvolvimento, e as entidades estão despertando para esse novo cenário no Brasil, que já existe há muito mais tempo no exterior”, completa Merula.

“Incentivamos os colaboradores a participar de conferências e seminários para ampliar os conhecimentos científicos, com o objetivo de exercerem suas funções da melhor maneira possível”


Merula Steagall

Links
www.abrale.org.br
www.abrasta.org.br
www.ciee.org.br

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