“O Bolsa Família parece ter vindo para ficar. E é justamente nesse ponto de sua maior fortaleza que, também, reside o seu maior desafio. Até quando milhões de famílias beneficiadas dependerão da transferência mensal para terem acesso a direitos essenciais? Acesso à alimentação, a remédios, a uniforme, ao material escolar das crianças e outros?” É assim que o presidente do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) e diretor do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), Chico Menezes, começa o artigo Portas de saída do Bolsa Família. Segundo o texto, o programa concluiu a primeira etapa ao cumprir a meta de transferir renda para as 11 milhões de famílias que estão abaixo da linha de pobreza. “É certo que há, ainda, o que se aprimorar na focalização do programa, garantindo que chegue de fato aos mais pobres. Relatório recente do Tribunal de Contas da União (TCU) reconheceu que se avançou nesse aspecto a partir dos filtros que depuram a inclusão inadequada de eventuais beneficiários”, argumenta. Menezes também ressalta que as portas de entrada do Programa vão se aperfeiçoando, embora possam ainda melhorar por meio do controle social e da incorporação de novos critérios para a identificação da pobreza que não se limitem apenas à renda.