Planejamento para mobilização de recursos

Por: Revista Filantropia
01 Julho 2012 - 00h00

Mobilização de recursos é o termo utilizado para descrever diferentes atividades planejadas e coordenadas, realizadas para geração de valores necessários à viabilização da missão de empreendimentos sem fins lucrativos. Ou seja, mobilizar recursos é atividade de apoio fundamental para toda atividade organizada do Terceiro Setor.
Nesse sentido, recomendamos a elaboração de um “Plano de Mobilização de Recursos” com os seguintes objetivos:
• Organizar de forma clara e objetiva os atrativos da organização para solicitação e obtenção de recursos da sociedade;
• Potencializar a atração de novas fontes de recursos, levando em conta a necessidade da diversificação das mesmas;
• Apresentar novas estratégias para mobilização de recursos, de acordo com o estudo de caso realizado para a organização;
• Apontar desafios a serem enfrentados, definir prioridades e sugerir ações para implementação do plano;
• Recomendar práticas de comunicação de suporte para a mobilização de recursos.

Vale ressaltar que o plano servirá como guia para as atividades de captação e mobilização de recursos que serão realizadas, tanto para esclarecer as questões estratégicas envolvidas quanto para oferecer suporte a toda atividade de comunicação necessária à obtenção de resultados nessas atividades.

Diversificação das fontes de recursos

Ainda que a organização tenha total afinidade com determinadas fontes de recursos, é recomendável que se desenvolvam campanhas e solicitações para diferentes tipos de fontes, as quais estão listadas adiante. Isso porque essa diversificação envolve a sustentação financeira da organização, e nunca é interessante que uma instituição dependa demasiadamente de poucas fontes de recursos. Outro fator primordial é que, para expandir as possibilidades de arrecadação, a organização desenvolverá contato com diferentes públicos, ampliando seu reconhecimento em vários setores da sociedade, contribuindo para sua legitimidade social.
Observe-se, ainda, que algumas fontes fornecem recursos rapidamente, enquanto, diante de outras, pode-se levar mais tempo para obter resultados. Por isso, ressaltamos que a diversificação das fontes de recursos é atividade de longo prazo e deve ser realizada de forma planejada, por meio de diferentes estratégias, sempre levando em consideração a redução dos riscos para a sustentabilidade da organização.

Sustentabilidade Institucional

Sustentabilidade é um conceito sistêmico, relacionado à continuidade dos aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais para a atividade de uma iniciativa organizada, ou mesmo de toda atividade humana.
No âmbito institucional, conforme ensina Domingos Armani, sociólogo e mestre em Ciência Política pela Universidade Federal do Rio Grande, “a sustentabilidade de uma organização é a sua capacidade para tornar duradouro o valor social de seu projeto político-institucional”.
Aspectos fundamentais da sustentabilidade:

  • A sustentabilidade é multidimensional e não meramente financeira, embora tal aspecto seja fundamental;
  • A sustentabilidade não é apenas uma capacidade interna da organização, pois o que deve ser duradouro não é a organização em si, mas o valor social do que ela propõe e oferece concretamente;
  • A sustentabilidade é uma busca incessante, nunca totalmente resolvida e assegurada.

Nesse contexto, para atingir a sustentabilidade, a organização deve destinar cuidado sistemático e contínuo a vários níveis de atividades, tais como:

  • Fidelidade à necessidade social no direcionamento e realização de suas ações;
  • Profissionalismo e eficiência das atividades de gestão;
  • Qualidade dos serviços;
  • Transparência e legitimidade social;
  • Aspectos relacionados ao meio ambiente (utilização de tecnologia e materiais socialmente responsáveis);
  • Aprofundamento do conhecimento dos congêneres;
  • Aprofundamento do conhecimento no terceiro setor (linguagem, sistemática, etc.);
  • Criação de meios de avaliação adequados;
  • Formato jurídico adequado;
  • Estabelecimento e manutenção das parcerias;
  • Viabilidade econômica para o dia a dia (economia de gastos, mobilização de recursos com fontes diversificadas e geração própria de renda).

As estratégias para captação de recursos

Estratégias para captação de recursos são “caminhos” ou trajetórias favoráveis para uma organização superar desafios, chegar às fontes de recursos e mobilizar os investimentos sociais necessários ao cumprimento de sua missão.
Nesse contexto, ressalta-se novamente que o planejamento e a previsão orçamentária (valores exatos a captar) são essenciais. Quando a quantidade de recursos necessários e a prioridade do investimento são relacionadas com acuidade, facilita-se a escolha das alternativas mais adequadas e exequíveis para a mobilização de fundos.
É necessário levar-se em consideração um horizonte temporal definido, considerar a experiência dos envolvidos na organização, tanto em captação quanto na gestão, além do grau de esforços demandados.
A rigor, a escolha de estratégias adequadas à cada organização não deve recair sobre uma ou duas opções. Por outro lado, também não deve tender, inicialmente, para um número grande de alternativas, todas realizadas ao mesmo tempo, pois cada uma exigirá investimento próprio (algumas vezes oneroso) de tempo e de outros recursos para ser implementada. Devem-se estabelecer prioridades, além de um cronograma de implementação das estratégias (plano de ação).
Dois são os aspectos mais importantes na escolha das estratégias:

  • Buscar, entre as alternativas escolhidas, o equilíbrio entre o custo e o benefício para implementá-las;
  • Estabelecer metas factíveis (o que significa dimensionar valores e fixar períodos de tempo adequados).

É preciso deixar claro que existem direitos dos doadores, sejam pessoas físicas ou jurídicas, reconhecidos por organizações de captação de recursos de todo o mundo (no Brasil, a Associação Brasileira dos Captadores de Recursos), que devem ser respeitados por qualquer iniciativa social solicitante de recursos. Dentre os principais, podemos destacar:

  • Ser informado sobre a missão da organização, objetivos de seus programas, sobre como ela pretende usar os recursos doados e sua capacidade de usar as doações de forma eficaz para os objetivos pretendidos;
  • Receber informações completas sobre os integrantes da organização;
  • Ter acesso às demonstrações financeiras das campanhas de mobilização de recursos;
  • Ter assegurado que as doações serão utilizadas para os propósitos para os quais foram feitas;
  • Ter a garantia de que qualquer informação sobre sua doação será tratada com respeito e confidencialidade, não podendo ser divulgada sem prévia aprovação.

Independentemente das estratégias adotadas, recomenda-se a criação de um banco de dados de relacionamentos específico para as atividades de captação de recursos. O objetivo deste banco é auxiliar na identificação e no contato com potenciais fontes de recursos, assim como no acompanhamento das interações realizadas. Além disso, o banco de dados irá subsidiar a avaliação dos resultados alcançados ou das tendências observadas, a correção de estratégias etc.

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