Fundada em 1992, a International Society for Third-Sector Research (ISTR) é uma associação internacional que tem como objetivo promover a pesquisa e a educação nas áreas que envolvem a sociedade civil, a filantropia e o setor social. A ideia é construir uma comunidade global de acadêmicos e pessoas dedicadas à criação, discussão e desenvolvimento de conhecimento relativo ao Terceiro Setor, assim como seu impacto no bem-estar humano e do planeta. Em entrevista à Revista Filantropia, Margery Daniels, diretora-executiva da ISTR, fala sobre a atuação da sociedade e sobre a importância da pesquisa para a prática do Terceiro Setor.
A pesquisa é importante porque acreditamos que cria políticas. Quando o governo, por exemplo, precisa analisar uma questão, é bom ter fatos que deem base à forma como a política será implantada
Margery Daniels
Diretora-executiva da ISTR
Revista Filantropia: Qual é o objetivo da atuação da ISTR?
Margery Daniels: A ISTR foi fundada em 1992, então é uma instituição nova ainda. A ideia sempre foi a de constituir um ponto de encontro para pesquisadores de todo o mundo que estudam o setor social, a filantropia e a sociedade civil. Então, um grupo de pessoas de várias partes do mundo se reuniu e criou a sociedade. O objetivo era criar um lar acadêmico para uma associação voltada à pesquisa, e é isso o que somos. As pessoas podem fazer parte e apresentar suas pesquisas, receberem feedback e publicá-las. Estou na ISTR há 22 anos, e começamos sem membros nem publicações. Hoje, temos 800 membros em 84 países, compostos principalmente de acadêmicos, pesquisadores e pessoas atuantes no setor.
RF: Como você descreveria a importância da pesquisa para a prática do Terceiro Setor?
MD: A pesquisa é importante porque acreditamos que cria políticas. Quando o governo, por exemplo, precisa analisar uma questão, é bom ter fatos que deem base à forma como a política será implantada. Nosso objetivo é que a pesquisa possa ser vista por quem cria as políticas públicas e por atuantes da área social. E não é fácil fazer isso, mas a meta é que a pesquisa de fato dê informações para a prática. Então, por exemplo, se alguém quer saber quantos voluntários existem em determinado local, onde são voluntários e quais são suas necessidades, é possível obter esta informação, é possível criar políticas para os voluntários.
RF: Quais são os principais meios de atuação da ISTR?
MD: Trabalhamos principalmente com uma publicação científica chamada VOLUNTAS, que é bem reconhecida e abrange todo o campo de pesquisa do Terceiro Setor. É uma publicação indexada ao Social Sciences Citation Index. Sabemos que nem todos os artigos são publicados, então também publicamos artigos das conferências regionais e internacionais que realizamos no site.
RF: Estando no campo da pesquisa há 22 anos, qual análise você faz do cenário atual em relação há alguns anos atrás? Quais foram as mudanças?
MD: Acho que melhorou porque há muito mais gente trabalhando no setor. Há um número crescente de pessoas com PhD nesses tópicos. Nos últimos quatro anos, realizamos dois seminários voltados a estudantes de doutorado de todo o mundo, e a experiência foi ótima. Então, é animador porque há cada vez mais pessoas estudando esta área. Ao mesmo tempo é um desafio, e o principal é que continua sendo difícil captar recursos para pesquisa. Como captar recursos para pesquisa? Como as universidades podem transformar o ato de apoiar os pesquisadores em uma prioridade? Isso sempre foi um desafio, e continuará sendo.
RF: Quais são as diferenças no campo da pesquisa ao redor do mundo?
MD: Eu diria que a academia é mais desenvolvida na Europa e nos Estados Unidos, e há mais centros de pesquisa nesses locais. Claro que estão crescendo e se desenvolvendo em outras partes do mundo, como no México, na Argentina e no Brasil, quando se trata da América Latina. Porém, outras partes da América Latina e a África ainda são mais fracas neste ponto. Sobre a África, há muitos pesquisadores, porém, a maioria não reside no país. Outro problema que encontramos para incentivar a pesquisa e as publicações é a língua, que acaba sendo um obstáculo. Ao submeter um artigo em espanhol ou português, as chances de publicação diminuem, esta é a realidade.
RF: E quais são as perspectivas para o futuro da ISTR e do setor?
MD: Os desafios continuam envolvendo a captação de recursos para dar continuidade ao trabalho, e poder ajudar os doutorandos. Queremos ampliar a rede e ter recursos para ajudá-los a participar mais dos eventos voltados a este público.
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