É de conhecimento geral que o funcionamento adequado de um conselho de administração em organizações de benemerência precisa de profissionais de renome no mercado para bem representar a entidade. Contudo, hoje só isso não basta. São necessários conselheiros realmente envolvidos com a instituição, dispostos a contribuir de forma inequívoca e transparente ao mercado.
Atualmente, o que mais prevalece nas organizações é o perfil antigo, de indivíduos que simplesmente “emprestam” seu nome para, na verdade, ganhar mais prestígio social do que realmente servir a instituição. Anos atrás, o que mais interessava aos voluntários era a integridade pessoal e a reputação ilibada, embora esse critério continue válido hoje e sempre.
É fundamental que o conselheiro tenha um perfil psicológico adaptado ao tipo de entidade. Por isso, o recrutamento e a seleção dos profissionais devem ser definidos pelos atuais conselheiros, para que os futuros membros estejam alinhados à organização. A motivação pelas atividades da instituição ainda é o principal fator de decisão ao se abraçar uma causa, mesmo porque os trabalhos serão desenvolvidos sem nenhuma remuneração – a não ser em institutos ou Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscips), nas quais é permitida a remuneração pelos serviços prestados.
A entidade tem de buscar meios para atrair a atenção e o interesse dos possíveis conselheiros com recepção calorosa, visita às instalações, exposição dos produtos e serviços oferecidos, apresentação oficial do membro aos outros conselheiros e ao mercado, treinamento em assuntos técnicos, seminários com palestrantes do setor, além do “retiro” no final do ano com uma pauta abrangente de dois a três dias, em local aprazível, para a elaboração do planejamento estratégico da organização e outros assuntos de relevância.
Experiência anterior em outros conselhos, capacidade de raciocínio analítico e de pensamento estratégico também são desejáveis, uma vez que facilitam o funcionamento do órgão.
Geralmente, os conselhos de organizações de beneficência possuem elevado número de membros, o que dificulta a avaliação de alternativas de decisões e diminui a capacidade de ação e reação rápidas. Como as decisões devem ser colegiadas, isto é, tomadas pela maioria dos membros, o exercício da democracia é demorado e está atrelado a opiniões pessoais, que o presidente do conselho “deixa passar”, para não criar maiores obstáculos.
Em conseqüência, ele perde a oportunidade de tomar as melhores decisões ou se recolhe com receio de enfrentar outros conselheiros com sua opinião, mesmo que seja melhor que a de seus pares. O respeito humano e profissional pelos colegas muitas vezes supera a percepção pessoal aguçada e a sensibilidade humana em relação aos acontecimentos.
É importante que o conselheiro tenha um temperamento democrático, mas com espírito de luta pelas próprias idéias, dispondo de coragem suficiente para defendê-las em benefício da organização.
Uma das habilidades mais importantes do conselheiro está no relacionamento com a sociedade em geral. Para tanto, ele precisa gostar de representar a instituição em cerimônias e eventos da comunidade, e ter habilidade social para causar boa impressão. O perfil de um dirigente que reúna pensamento, ação, relações humanas e a representação simultaneamente é difícil de se encontrar. A organização deve, portanto, proporcionar eventos em que os conselheiros possam exercer na prática o relacionamento com a comunidade.
É perceptível a importância de se transformar a gestão de organizações em verdadeiras empresas. Mesmo que o termo não seja tão apropriado, considera-se que as entidades têm de funcionar nos moldes de uma empresa privada. Por conta disso, é necessário que os conselheiros tenham a capacidade de ler e entender demonstrações financeiras, balanços, orçamentos, planos de negócios, planos estratégicos, entre outros documentos.
Como os assuntos técnicos muitas vezes não são de domínio dos conselheiros, as decisões do conselho deverão estar sempre suportadas por pareceres técnicos, como de auditorias independentes, consultores e advogados.
Com o novo Código Civil e Legislação Complementar, a responsabilidade dos conselheiros aumentou bastante e a ausência de conflito de interesses pessoais em relação à instituição é essencial para demonstrar a necessária transparência à sociedade. É importante que o conselho promova a elaboração dos princípios da organização e aceite os valores e códigos de ética da mesma.
Hoje se tornou até mais fácil encontrar executivos de grandes empresas dispostos a dar um ou dois dias por mês para trabalhos voluntários em organizações do Terceiro Setor, uma vez que incrementa o currículo profissional. Várias empresas, até mesmo as não-doadoras de bens e valores, dispõem funcionários durante algumas horas para que desenvolvam essas habilidades, fundamentais ao ser humano moderno e inserido na comunidade.
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