Pense ÁGUA

Por: Valeuska de Vassimon
01 Maio 2010 - 00h00

Dezenas de vezes por dia, abrimos a torneira para lavar as mãos, usamos a descarga do vaso sanitário e tomamos banho, entre tantas coisas. Sabemos – ou, ao menos, acreditamos – que a água que chega em casa é limpa e tratada. E mesmo assim, nos vemos obrigados a ouvir que a água poluída mata mais do que todos os tipos de violência, inclusive as guerras.

Pelo menos 1,8 bilhão de crianças com menos de cinco anos de idade morrem a cada ano em decorrência da má qualidade da água e da falta de saneamento básico. A afirmação é da Organização das Nações Unidas (ONU) que, no último 22 de março, Dia Mundial da Água, divulgou seu mais recente estudo sobre o assunto em Nairóbi, capital do Quênia, na África.
O documento, cujo enfoque principal é buscar soluções para a qualidade da água, ressalta que as crianças são as principais vítimas da “água doente”, representando uma morte no mundo a cada 20 segundos. Daí o alerta para a necessidade de adoção de medidas urgentes.

Segundo o diretor do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), Achim Steiner, se o mundo pretende sobreviver em um planeta de 6 bilhões de pessoas, caminhando para mais de 9 bilhões até 2050, a humanidade deve pensar de forma mais inteligente sobre a administração da água de esgoto.

“O Brasil tem investido em saneamento básico desde 2003, revertendo a histórica falta de recursos necessários para melhorar a cobertura, principalmente, em água e esgotamento sanitário”, afirma Márcio Galvão, diretor de Água e Esgoto da Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental do Ministério das Cidades.

Segundo ele, o país investiu cerca de R$ 3 bilhões ao ano, até 2006, em saneamento básico. De 2007 a 2010, o valor aumentou para R$ 10 bilhões por ano. O objetivo é que esse total se eleve a cerca de R$ 13 bilhões por ano até 2014.

No entanto, embora os números sejam grandiosos, o Brasil ainda enfrenta vários problemas para melhorar a estrutura de saneamento básico. “São necessários investimentos em novas tecnologias, em informatização, em desenvolvimento institucional e em recuperação das perdas nas redes de distribuição de água”, destaca Galvão. Segundo ele, a implantação das atividades de regulação e fiscalização, com controle social, também ainda é tímida no Brasil.

A ONU recomenda sistemas de reciclagem de água e projetos multimilionários para o tratamento de esgoto, além da proteção das áreas de terras úmidas, que agem como processadores naturais do esgoto, e o uso de dejetos animais como fertilizantes.
“Já existem algumas iniciativas nesse sentido no Brasil, algumas acadêmicas e outras em testes-piloto. Entendemos que não se deve apoiar projetos muito caros e sem retorno sustentável, mas toda e qualquer iniciativa que seja factível deve ser observada com atenção”, afirma Márcio Galvão.

Além disso, a correta destinação final dos resíduos sólidos também afeta outra área importante do saneamento: a drenagem urbana. Ao impedir o lançamento de lixo nas ruas, evita-se o entupimento das redes de coleta e as consequentes enchentes, tão comuns nas cidades brasileiras.

De qualquer forma, cada cidadão já pode ir fazendo sua parte. O Ministério das Cidades sugere que medidas como separação do lixo, coleta seletiva e reciclagem devem ser tomadas por todos. “Devemos estimular não só novos hábitos, mas a redução do consumo excessivo de água”, lembra Galvão.

Já o Instituto Akatu, em São Paulo, estimula a conscientização para temas que vão desde o descarte de lixo eletrônico até o óleo usado nas frituras e jogado nas pias. Para a organização, as pessoas devem pensar duas vezes antes de trocar um aparelho eletrônico e, quando o fizerem, em vez de jogá-lo no lixo, uma boa alternativa é doar o equipamento.

Quanto ao óleo de frituras, em vez de despejá-lo na pia – o que pode dificultar e encarecer o tratamento de esgoto, além de contaminar a água – é recomendável acondicioná-lo em um recipiente plástico ou de vidro e encaminhá-lo à reciclagem.

Água poluída também afeta aprendizado de crianças

Segundo um estudo do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) publicado recentemente, a falta de acesso à água potável afeta a saúde e o aprendizado das crianças. A diarreia, cuja ocorrência se dá principalmente pela água suja, mata cerca de 1,5 milhão de crianças menores de cinco anos de idade.

Um relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) publicado em 2006 mostra que as infecções parasitárias transmitidas pela água ou más condições de saneamento atrasam a aprendizagem de 150 milhões de crianças em todo o mundo, além de provocar mais de 443 milhões de faltas escolares por ano.

No Brasil, as regiões que mais sofrem com esse quadro são a Norte e a Nordeste, onde muitas escolas não têm água em condições de uso – e, mesmo assim, é utilizada na merenda ou para beber. É por isso que o governo federal tem dado atenção especial a essas regiões. “Os investimentos em saneamento básico no Norte e Nordeste, consideradas as regiões mais carentes do país, são, em sua maioria, com recursos a fundo perdido, ou seja, a verba liberada pelo governo não precisa ser devolvida”, afirma Galvão.

A água em números
  • Cada brasileiro consome cerca de 132 litros de água por dia; milhões de pessoas no mundo inteiro sobrevivem com menos de 19 litros por dia;
  • 46% da população mundial não tem água encanada em casa;
  • Nos países em desenvolvimento, as mulheres caminham, em média, 6 km para obter água;
  • Em 15 anos, 1,8 bilhão de pessoas viverão em regiões com grave escassez de água;
  • Uma em cada oito pessoas no mundo não tem acesso à água limpa;
  • 3,3 milhões de pessoas morrem a cada ano devido a doenças relacionadas à água;
  • Lavar as mãos com sabão pode reduzir a ocorrência de diarreias em 45%;
  • Desde 1986, a campanha contra os vermes do gênero Filaria, baseada na adoção de um filtro de água, diminuiu em 99,9% os casos de contaminação.
(Fonte: National Geographic)

 

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