Partitura

Por: Lucimara Moura
15 Abril 2013 - 20h48

Sentado na escadaria da igreja, o menino tinha os olhos fixos na adjacência das mãos que caminhavam à
sua frente, pai e filha juntos, de mãos dadas. Fato que o fez olhar para as próprias mãos, soltas, mal cuidadas e solitárias e, sem entender o porquê, pensou que ter uma mão para segurar deveria ser melhor do que ter comida ou teto.
Íntimo à marginalidade e a todas as suas gratuidades, o menino não sabia o que era confiança, nunca havia experimentado entregar seu rumo a alguém. Caminhava sozinho em direção ao pouco que sua vida lhe permitia — quase
nada — muito bem disfarçado de via pública, sinal fechado, calçada de cimento ocre.
Certo dia foi abduzido por algo que não podia ver, mas entrava pelos ouvidos, agitava as células e fazia o coração bater mais forte. Quanto mais ele se aproximava, maior era a catarse que acometia seu íntimo inaugural, retorcendo sensações que ele até então desconhecia.
Como poderia haver coisa assim, combinando sons, intercalando ruídos bons? Parecia que o vento e o ar eram qualificados pela intervenção de algo incomum, que destoavam da realidade usual que ali sempre seria uma freada brusca, um motor acelerando, o silêncio de mais um dia sem respostas.
Ao contrário, tinha uma sedução invisível somente aos olhos dos sem direção.
Ao final da melodia estranha, o menino não tinha mais a mesma composição; era como se a simetria do som no tempo tivesse afetado sua maneira de pensar e agir. Sua principal sensação era de arrebatamento, e não haveria mais o que melhor pensar senão ceder ao turbilhão em curso, identificar a fonte e deixar-se tomar pela música outra vez, como um dependente químico anseia satisfazer o vício.
Com o sopro que só desvelamento produz, era preciso investir naquela vontade nova, em um ímpeto que lhe varria a alma de dentro para fora, no cerne luminoso daquilo que, aprenderia melhor mais tarde, chama-se desejo.
Ainda que isso parecesse imprudência, colocou a própria liberdade em risco, na certeza vigente de que ser livre agora tinha um aposto a configurar, um aplicativo humano que a mente reconhecia, os olhos recomendavam e o coração comemorava.
Foi procurar a ajuda que não lhe servira até então. Sabia os caminhos que tolhiam suas regras: chamava-se projeto social.
Deixou-se cuidar por aqueles que sempre estiveram lá, em menor ou maior escala. Identificou os atalhos, disse o que queriam ouvir, dançou conforme o líder, desenhou em folha branca a beleza que ao outro parecia ter. Foi preciso paciência, disciplina e vontade de viver para aceitar todas as amarras e imposições que não tinham valido a pena em sua vida até aquele momento.
Ponto! Foi por ela que ele trocou a falsa independência, a insustentável satisfação do cotidiano picotado, pelo direito de aprender. Por ela ousou criar, recriar, exorbitar. Dominou os códigos da modernidade, ligou o equalizador de neurônios e obedeceu sua mãe natureza. Por meio disso e mais um pouco, enxergou um mundo diferente. Experimentou a variação derradeira da liberdade e tornou-se regente de si mesmo.
Dali em diante, a música seria seu refúgio, nos momentos bons e ruins. Mais do que isso, sua guia. Ele teria agora mais do que uma mão para segurar: seria eternamente conduzido por sua arte.

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