Ban Ki-Moon

Por: Thaís Iannarelli
01 Janeiro 2010 - 00h00

Com o objetivo de facilitar o desenvolvimento do direito internacional, da economia, da área social e dos direitos humanos, assim como da paz mundial, a Organização das Nações Unidas (ONU) foi fundada em 1945, logo após a Segunda Guerra Mundial. Com o tempo, tomou proporção mundial e, atualmente, conta com 192 países-membros. Em janeiro de 2007, Ban Ki-Moon tornou-se secretário-geral da ONU, cargo mais alto da organização, como sucessor de Kofi Annan.
Nascido na República da Coreia, suas relações com o órgão internacional começaram em 1975, quando trabalhava para a Divisão das Nações Unidas do Ministério das Relações Exteriores. Depois, tornou-se primeiro-secretário da Missão Permanente da República da Coreia junto à ONU, em Nova York. Em Seul, na Coreia, também atuou com as Nações Unidas e, em 1999, tornou-se embaixador em Viena, quando foi presidente da comissão preparatória da Organização do Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares.

Durante seu mandato, que vai até 2011, já enfrentou e está preparado para enfrentar os próximos desafios e problemas sociais, além dos desastres naturais que assolam o mundo.

Revista Filantropia: Quais são as principais metas da ONU para 2010?
Ban Ki-Moon:
Tenho algumas prioridades para este ano. Primeiramente, será renovar nosso foco no desenvolvimento sustentável. Há uma década, o mundo se reuniu para fazer um esforço de 15 anos para combater a pobreza, a fome e as doenças. Estamos entrando no décimo ano com uma visão do sucesso. Assim como nos mobilizamos para lutar contra as mudanças climáticas, neste ano devemos nos mobilizar para alcançar os Objetivos do Milênio. Há um ano, parecia que essa causa nobre teria que esperar, porque a economia mundial estava em decadência. Hoje, o cenário é diferente. Os mercados deram a volta por cima, e o crescimento econômico voltou, especialmente nos países em desenvolvimento. Mesmo assim, ainda estamos longe de poder comemorar.

RF: Por que não há motivos para comemorar?
BKM:
Uma recuperação verdadeira e sustentável demanda soluções para os nossos maiores problemas, como a pobreza extrema, a crise dos alimentos e a necessidade da energia limpa. Em todos os lugares, as pessoas ainda sofrem. Mesmo nos países mais ricos, elas têm medo de perder seus empregos. Sem falar nos mais pobres, especialmente nos países menos desenvolvidos. Eles vivem com medo de não ter comida na mesa, ou de não ter um teto sobre suas cabeças. Escapar da pobreza, oferecendo às pessoas mais pobres uma perspectiva de esperança em vez de desespero. Tudo isso clama por soluções econômicas duradouras.

RF: Quais são as ações que a ONU pode realizar para apoiar esse desenvolvimento?
BKM:
Precisamos de cooperação em relação à pobreza, à fome, ao gênero, ao empoderamento e a trabalhos decentes para todos. Um dos passos será um evento especial sobre os Objetivos do Milênio, que acontecerá em setembro. Precisamos nos preparar para a ocasião com antecedência, mobilizando a família ONU para construir um consenso global de ação, que seja prático, focado e dinâmico. Também no começo do ano pretendo lançar um painel sobre mudanças climáticas e desenvolvimento sustentável e, em junho, espero apresentar um protótipo do Sistema de Alerta de Impacto Global e Vulnerabilidade, que nos dará dados em tempo real sobre as condições socioeconômicas pelo mundo. Além disso, precisamos inovar em relação à saúde, ao Fundo Global da Aids, Turbeculose e Malária.

RF: E as ações em relação ao clima?
BKM:
Copenhagen já foi um passo importante, mas há muito a ser feito. Primeiro, trabalharei com alguns líderes globais para que apoiem o México, que assumiu a liderança das negociações da United Nations Framework Convention on Climate Change, desenvolvida em Copenhagen. Também precisamos ser mais ambiciosos. Os compromissos feitos até agora não chegam à questão científica, de fazer com que a temperatura global suba menos de 2°C.

RF: O mundo vive um momento de extrema violência e falta de segurança. Quais são as possíveis soluções para se amenizar esse problema?
BKM:
Vamos continuar a preparar as ferramentas para responder a crises. Nossa capacidade de mediação e diplomacia preventiva nos coloca em uma posição melhor para propor soluções políticas para conflitos antes que eles se agravem. No caminho da manutenção da paz, vamos continuar a implementação da iniciativa New Horizon, que pretende identificar novos dilemas e maneiras de lidar com eles. Pretendemos também trabalhar com as organizações regionais, como já fazemos em algumas regiões da África. Também estamos preparados para 2010, que pode trazer crises humanitárias e políticas imprevisíveis, porque haverá eleições no Iraque, Sudão e Mianmar. Da mesma forma, o Afeganistão e o Paquistão continuarão a demandar nossos esforços, assim como as situações do Iêmen e da República Democrática do Congo. No Oriente Médio, um ano depois do conflito da Faixa de Gaza, precisamos encontrar novas abordagens para encarar os desafios humanitários da população.

RF: Quais são as expectativas para a atuação da ONU?
BKM:
Gostaríamos de fortalecer a organização por um mundo melhor. Como sempre digo, este é um momento multilateral novo, no qual todas as nações reconhecem que existe uma nova geração de desafios globais, que podem ser resolvidos com o trabalho em equipe. A ONU é a única organização genuinamente universal capaz de lidar com os desafios globais atuais. A única que pode conectar os esforços em comum. Nos últimos anos, fizemos grandes progressos em realinhar as Nações Unidas com as realidades globais, mas precisamos continuar mudando com o tempo. Então, o objetivo é que construamos uma força de trabalho flexível para o século 21, com investimentos no nosso capital humano. Com essas ações, as Nações Unidas poderão reagir com mais rapidez e eficiência às demandas globais.

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