As mudanças climáticas terão fortes efeitos negativos para a agricultura familiar das regiões Norte e Nordeste do Brasil nas próximas décadas, segundo estudo do Centro Internacional de Políticas para o Crescimento Inclusivo (IPC-IG), do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), divulgado em maio.
De acordo com o levantamento, os efeitos das mudanças do clima são uma ameaça não somente à segurança alimentar dessas comunidades rurais, como à produção de alimentos no país, uma vez que a agricultura familiar responde pela maior parte do alimento consumido domesticamente no Brasil.
Feito em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o estudo mostrou que as áreas mais afetadas pelas mudanças climáticas no Norte e no Nordeste serão o semiárido e a região de savana do Nordeste (sul do Maranhão, sul do Piauí e a Bahia ocidental).
No Brasil, a previsão é que, durante as próximas décadas, a região com maior elevação na temperatura seja a Centro-Oeste.
Contudo, até o fim do século, é vista também a elevação da temperatura no Norte e no Nordeste, principalmente nas áreas centrais das regiões.
Diante desse cenário, o cultivo de soja e café terá as maiores perdas, enquanto cana-de-açúcar e mandioca terão prejuízos menores se comparadas a outras culturas.