Movimentos sociais e coletivos se reúnem para debater iniciativas de comunicação e direitos humanos

Por: Thaís Iannarelli
28 Abril 2015 - 16h56

O auditório da Escola de Direito de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas abrigou na última quinta-feira, 23, os participantes do seminário Comunicação, Violência e Direitos Humanos, organizado pelo Fundo Brasil de Direitos Humanos, em São Paulo.

O coordenador do Intervozes, Pedro Ekman, abriu o seminário explicando que a associação atua pela democratização dos meios de comunicação, pela defesa das políticas de comunicabilidade no Brasil, além de oferecer formação política.

Pedro comentou que a comunicação social vem sendo tratada no Brasil como um mero negócio e não como um direito do cidadão. “Os governos até hoje têm colocado a comunicação social como uma transação comercial a ser tratada por poucos senhores do país, e não como um direito da população, restringindo-se apenas ao consumo”, relatou.

Ekman esclareceu que o fato de se tratar a comunicação como um algo estritamente comercial criou um cenário de extrema concentração, em meio aos três tipos de comunicação, definidos pela Constituição Federal: pública, estatal e privada - que detêm 90% do potencial econômico. Isso acontece apesar da Constituição brasileira estabelecer que a comunicação social não pode ser objeto de monopólio, ou oligopólio.

A diretora executiva do Instituto Patrícia Galvão, Jacira Melo, contou que a entidade é uma organização feminista que luta pelos direitos das mulheres e busca produzir os mais variados conteúdos, dados e informações relevantes e críticas, relacionadas com a realidade da mulher brasileira.

Jacira revelou uma reflexão pessoal decorrente de sua observação em debates no campo social. “Na minha percepção, estamos desagregados e em falta de sintonia. Um fato que tem me chamado a atenção é a ausência das palavras: corrupção, crise econômica e desemprego nos debates, me parece que as pessoas que querem discutir comunicação tem que falar sobre temas que dizem respeito às realidades das pessoas”, destacou.

Ela comentou que os programas de entretenimento, novelas e o jornalismo têm um déficit com a comunidade negra desse país, pois se há uma questão que não é tratada e questionada na televisão aberta do país é o racismo.

Melo pontuou que a comunicação digital é um espaço estratégico para a contrainformação e absolutamente estratégica. É necessário fazer a diferença em um espaço onde há uma enorme dispersão de conteúdos como o mundo digital. “De uma perspectiva comunicacional, hoje, para se operar a contrainformação, é imprescindível que esta seja viralizada e essa capacidade está cada vez menos vinculada ao alcance, e mais ligada a forma como esse conteúdo é propagado, ou seja, privilegia-se o conteúdo da mensagem”, ressaltou a coordenadora.

A jornalista Laura Capriglione pontuou que atualmente nós vivemos um momento de multiplicação gigantesca das narrativas e todos devem ocupar as redes sociais e a internet, independente das limitações dessas redes.

Laura comentou que a resposta para a questão do alcance nas redes sociais é se trabalhar em redes. É necessário que os movimentos sociais e quer deseja propagar conteúdo se articulem em rede. “Se as minhas publicações forem compartilhadas por mais 30 ou 40 coletivos, essa lógica do indivíduo que o Facebook tanto privilegia é quebrada, e as redes são os locais adequados para falar de todo o trabalho que está sendo feito”, destacou Laura.

Capriglione também falou sobre a importância da mídia comunitária e como ela pode contribuir para compor os fatos da realidade de maneira justa e igualitária. “Se nós conseguirmos colocá-la com a dignidade que ela tem, essa mídia vai conseguir dar uma cor de realidade ao Brasil e apresentar novos personagens”, complementou.

O fotógrafo Rafael Vilela explicou que as mídias sociais promoveram o empoderamento das narrativas. “Ninguém mais está afim de produzir um material para a grande imprensa, as pessoas estão consumindo suas próprias histórias. Isso o que nós vivemos hoje é sensacional”, ressaltou.

Rafael comentou que o acesso às novas tecnologias estão explorando as novas oportunidades oferecidas pelas redes sociais. Alguns acontecimentos não estariam em pauta, se não houvesse essas mídias.Vilela também explicou que não há momento melhor para promover mudanças do que durante uma crise.

Fonte: Setor3

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