O propósito deste artigo é debater o contexto atual da captação de recursos e da doação no Brasil. Para isso, há uma afirmação essencial – e atualíssima – para quem atua viabilizando recursos para organizações da sociedade civil: para o trabalho dos captadores dar certo, é preciso que ampliar a doação no país!
E, pensando dessa maneira, pode-se dizer que o ano de 2014 foi marcante no Brasil, com a realização nacional do #diadedoar, campanha que mobilizou mais de 500 parceiros por todo o país e em lugares inesperados, como o interior da Bahia, Mato Grosso do Sul e Ceará. Em todas as regiões, organizações se mobilizaram para realizar ações de captação no #diadedoar, alinhadas com o objetivo da campanha, que é promover a conscientização da importância da doação para as organizações da sociedade civil, ampliando-as.
O compromisso que temos com campanhas como essas, e com o incentivo à doação, não é mais uma “jaboticaba brasileira”: nos países em que a sociedade civil é forte, independente e democrática, quem as financia são as pessoas. Em todo o mundo, o setor social é vibrante e atuante, e quem possibilita que isso aconteça são indivíduos, de todas as classes sociais, que acreditam nas causas promovidas e as apoiam financeiramente.
Já no Brasil ainda vigoram com muita intensidade duas opiniões contraditórias, mas igualmente inadequadas:
De fato, tanto o governo como empresas continuarão financiando organizações e projetos pelo país, mas não é deles que se espera que venha a contribuição principal, e não é com recurso público ou corporativo que se garantirá a sustentabilidade das entidades.
O Brasil está, neste momento, consolidando esse caminho, aproximando-se da realidade dos demais lugares no mundo em que a sociedade civil é independente e ativa: já são mais de 33 milhões de doadores individuais, conforme a pesquisa World Giving Index, da Charities Aid Foundation (no Brasil, representada pelo IDIS - Instituto pelo Desenvolvimento do Investimento Social), publicada em 2014.
Pois bem, sabemos que as organizações podem se tornar independentes a partir das doações individuais, e estamos realizando campanhas nesse sentido, como o #diadedoar. Qual é, então, o cenário atual para os captadores de recursos junto às organizações?
Primeiramente, nunca o mercado esteve tão propício para os profissionais que atuam na área. O ano de 2014 foi o que mais vagas abriu em organizações por todo o país, para captadores e mobilizadores, e 2015 já começou quente, inclusive com organizações internacionais também contratando no Brasil.
Se há cada vez mais vagas, isso significa que há cada vez mais organizações contratando captadores, e isso é muito positivo. Toda organização da sociedade civil precisa ter sua área de mobilização de recursos estruturada: desde uma organização milionária, que terá uma Diretoria de Captação, a uma de porte médio, com uma Gerência, até uma entidade pequena, com um analista (ou o diretor presidente respondendo pela área).
Essa área, porém, deve ser permanente, pois captar é um processo contínuo – e não uma ação pontual –, que demanda planejamento. O plano de Captação de Recursos é o nome do documento que exprime esse planejamento. Precisa estar alinhado ao planejamento estratégico da organização e receber atenção especial da liderança para que seja executado plenamente, de forma monitorada. Cada vez mais organizações estão atentas a isso, preparando seus planos e estruturando a sua área de captação.
Sim, as perspectivas são positivas: a doação e a captação estão sendo promovidas no Brasil, e há cada vez mais atenção ao tema, tanto de quem está dentro das organizações como de quem está fora delas – a imprensa, os cidadãos, o governo etc.
Ainda há muito a ser feito e áreas onde investir, como a capacitação dos profissionais, a publicação de conteúdo de referência – tão escasso no Brasil –, o advocacy por uma legislação que seja favorável ao Terceiro Setor e às doações, além de pesquisas, para divulgar o quanto se doa no Brasil todos os anos, etc.
O panorama, porém, é positivo. Pode-se dizer que o copo está “meio cheio”. Agora devemos trabalhar para enchê-lo completamente, para que tenhamos um país mais justo e democrático, e organizações verdadeiramente sustentáveis.
captacao.org
Imagine como seria maravilhoso acessar uma infinidade de informações e capacitações - SUPER ATUALIZADAS - com TUDO - eu disse TUDO! - o que você precisa saber para melhorar a gestão da sua ONG?
Imaginou? Então... esse cenário já é realidade na Rede Filantropia. Aqui você encontra materiais sobre:
(certificações, prestação de contas, atendimento às normas contábeis, dentre outros)
(remuneração de dirigentes, imunidade tributária, revisão estatutária, dentre outros)
(principais fontes, ferramentas possíveis, geração de renda própria, dentre outros)
(Gestão de voluntários, programas de voluntariado empresarial, dentre outros)
(Softwares de gestão, CRM, armazenamento em nuvem, captação de recursos via internet, redes sociais, dentre outros)
(Legislação trabalhista, formas de contratação em ONGs etc.)
Isso tudo fica disponível pra você nos seguintes formatos:
Saiba mais e faça parte da principal rede do Terceiro Setor do Brasil: