Centro De Referência De Assistência Social 40 Horas - Como Funciona?

Por: Instituto Filantropia
07 Maio 2015 - 12h46

noO CRAS 40 horas existe há três anos no município de Ananindeua (PA) e, em seu quadro de funcionários, conta com 20 pessoas. O Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) conta com uma pedagoga, duas orientadoras sociais, uma educadora física e um facilitador de oficina e, assim, não mede esforços para manter um padrão mínimo de serviço focado em alcançar os objetivos da Política Nacional de Assistência e no que tange aos serviços oferecidos no espaço, realizado de acordo com a resolução nº 109, de 11/11/2009, que trata da tipificação dos serviços socioassistenciais: promover a autonomia, emancipação e protagonismo social do sujeito por meio de ações de caráter preventivo à ocorrência de situações de vulnerabilidades sociais.

Entretanto, no segundo semestre, a equipe conseguiu resgatar parte dessa demanda e dar continuidade ao serviço. Somado ao esforço da equipe, contamos com parceiros importantíssimos nessa caminhada rumo à formação de cidadãos, como é o caso da PAULUS, que visa a formar e trabalhar com profissionais que pregam a assistência no sentido mais amplo da palavra de forma proativa, criativa e emancipadora.

Prova disso foi a capacitação oferecida pela PAULUS neste segundo semestre. Na ocasião, conhecemos o Programa Direito e Cidadania, promovido pela instituição, que busca parceiros, como instituições públicas e privadas. Estes parceiros recebem o programa oferecendo a seus funcionários um momento ímpar para agregar conhecimento, trocar experiências e aplicá-las em seu cotidiano com os usuários, sempre com o objetivo de promover a formação do cidadão com uma proposta para além do “corte de renda e outras condicionalidades imediatas, apresentando-se a complementar o atendimento pela qualificação de conteúdo dos serviços, especialmente o de convivência, oferecido a crianças e adolescentes e seus familiares”, que passam a reconhecer-se como sujeitos de direitos, e não meros instrumentos do modo de produção capitalista, tendo de se sujeitar ao que esse sistema excludente oferece.

No CRAS foi colocada em prática a atividade proposta durante a capacitação, que consistia em trabalhar com o material fornecido pela PAULUS. Era um kit de livros com temas relevantes para trabalhar com os grupos do serviço de convivência. A atividade foi realizada no mês de novembro de 2014, com as crianças na faixa etária de 7 a 12 anos.

O livro analisado foi “Meu Pequeno Grande Mundo”, em quatro momentos, focando nos capítulos que abordavam a questão da origem da criança e de sua família; a importância de conhecer a sua história, o lugar de onde vieram, as diversidades desses lugares e toda a pluralidade que envolve nossa região, abrindo um grande parênteses para a questão do respeito às diferenças culturais no processo de formação da identidade cultural. A partir da identidade é possível construir a história do indivíduo, criando o sentimento de pertencimento a um lugar, a um grupo, vislumbrando um futuro a partir desse entendimento. Esse resgate foi um dos objetivos da atividade, assim como o fortalecer o vinculo familiar e comunitário, pois não podemos nos esquecer do foco na política de assistência, que tem como eixo norteador para a efetividade de todas as ações e serviços: a matricialidade sociofamiliar, voltando-se para a defesa e a promoção do direito à convivência familiar e comunitária; conhecer e reconhecer sua história e seu lugar, fortalecendo esse vínculo.

Em princípio, a atividade foi recebida sem muito ânimo, pois a maioria das crianças, infelizmente, não tem o hábito da leitura, e muito menos o diálogo com a família para tratar sobre qualquer assunto. Porém, no decorrer da atividade, elas foram se envolvendo e, durante um dos encontros, foi proposto que as crianças construíssem a sua “Linha do Tempo”. Em uma folha de papel, elas puderam destacar acontecimentos na sua vida em uma linha que oscilava de acordo com o fato ocorrido – bom ou ruim. Nesta linha colava-se um barbante que teria que sobrar, ficando para fora do papel. Isso representaria o futuro da criança, ainda não escrito.

Chamou-me a atenção, a construção de uma das crianças: um garoto de 12 anos, pois este não deixou sobra do barbante. Quando procurei, a sobra estava em suas mãos. Então, perguntei por que ele não tinha deixado o barbante, e ele respondeu: “porque o futuro está nas minhas mãos”. É isso que temos que mostrar a essas crianças: que elas têm opção, mesmo morando em um território de extrema vulnerabilidade social e com todos os riscos iminentes batendo à porta. Também procuramos integrar a família aos encontros, e isso gerou a presença de vários membros da comunidade.

A atividade resultou em uma mostra, com fotos e depoimentos de algumas crianças. Neste momento, todas as famílias agradeceram e se mostraram dispostas a colaborar, participando cada vez mais desse processo de formação de cidadania e construção de um futuro próspero para as crianças.

Diante dessa vivência, nota-se cada vez mais a necessidade da equipe que compõe o quadro de trabalhadores do SUAS, seja de qualquer nível de escolaridade. A intenção é buscar conhecimentos para que nossas ações se tornem efetivas dentro do contexto social vivenciado por esses indivíduos. Ratifico as palavras do professor Carlos Ferrari, quando diz da necessidade de intensificar nossas ações extrapolando os muros da instituição, conhecendo a realidade do território e das famílias para que se montem estratégias para o enfrentamento de obstáculos à superação das vulnerabilidades sociais rumo ao protagonismo social dos usuários. O Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) dentro do CRAS, somado aos outros programas fornecidos no espaço, como o Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF), têm um papel preponderante na luta pela liberdade do sujeito em relação às amarras do sistema, que o exclui da sociedade tentando aliená-lo como forma de manter sua hegemonia negligenciando seus direitos. Todavia, a equipe deve estar preparada, ultrapassando o funcionalismo, implantando e implementando medidas que colaborem para a transformação social do sujeito, respeitando suas diferenças e as peculiaridades de onde vivem.

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