O assessoramento como ato que comunica para a transformação
A Europa se contorcia em seus valores, suas dores e suas fronteiras na metade da segunda década do século 20. Além da Grande Guerra, das pragas letais e dos efeitos diretos da Revolução Industrial na organização da sociedade, o ciclo do fim do mundo parecia rondar a humanidade a partir do Velho Continente.
A despeito do surgimento de diversos inventos e processos de produção em escala, assim como da consolidação da Física como disciplina teórico-prática a alterar o dia a dia das pessoas, apontando para uma alteração nos hábitos e costumes dos habitantes do planeta, o cenário ainda era de desesperança e incertezas.
Nesse contexto, em 1914, da pequena cidade de Alba, no norte da Itália, na região de Piemonte, surge uma boa-nova: a chegada da Congregação dos Paulinos, que viria a espalhar-se pelo globo para cumprir as promessas que trouxe ao nascer. A congregação existe hoje em 42 países, sendo o Brasil um dos principais locais de atuação dessa comunidade de serviços de direitos humanitários.
Entre as atividades de raiz, manutenção e sustentabilidade da congregação aqui, são mais de oito centenas de pessoas envolvidas, com destaque, neste texto, para a atuação carismática da instituição, demarcada pelo seu Departamento de Assistência Social.
Por decisão da direção central e por arejamento programático, a instituição inicia um reordenamento em sua área de atuação social a partir de 2006, reorientando objetivos, foco no público destinatário, visão em longo prazo para aferir resultados e enquadramento de seus alcances em um posicionamento de rede de relacionamentos.
De outra forma, dita uma pequena revolução na doutrina, na metodologia e na gestão da área social da instituição, desta vez também com os acertos de passo com as mudanças da legislação e demais deslocamentos conceituais da área.
Nessa retomada de trajetória, podemos afirmar que nos inserimos em um Brasil profundo ao desenvolver práticas e atividades em 20 unidades da Federação, em diálogo com centenas de milhares de pessoas ligadas inicialmente ao sistema de educação pública entre 2007 e 2008. Daí em diante direcionou os investimentos na consolidação de uma política pública de assistência social no país.
Esse percurso preponderantemente na assistência permite que nos agreguemos hoje à a grande história de cuidados e preocupações societárias do inventor e disseminador da Paulus no mundo, o Bem-Aventurado Alberione.
Tracionamos suas ideias na contemporaneidade necessária para comemorar realizações e sempre rever processos para melhoramentos. Conversar com aliados e anunciar pelos quatro cantos do país as novas bases do trabalho social, da necessidade urgente de criarmos, entre sociedade civil e poder público, uma teia de proteção que responda ao cidadão comum, informando como ele pode preservar sua cidadania, a despeito do momento difícil que a vida o impingir.
Estamos construindo, com milhares de mãos, uma experiência inédita na assistência social exercitando um paradigma do direito, da participação cidadã, um fazer constantemente interativo com parceiros de diversos portes, preservando sempre o princípio da equidade na definição de roteiros e objetivos.
Em nossas atividades práticas, o lastro do centenário da Paulus permite o equilíbrio e a credibilidade para articularmos com parceiros e estendermos nossa oferta de participação. Desta forma, veremos em breve um país cuidadoso com seus habitantes, sobretudo aqueles com dificuldade de acesso aos bens sociais e produtos públicos de seguridade e amparo civil.
Encontramos, no Assessoramento e na Garantia de Direitos, o status e a caracterização de atuação legalmente reconhecida, o portal do direito que coincide com nossa especialidade de contribuir para o parceiro sem anular sua vivência, sem torná-lo submisso ou dependente.
Somos um suporte temporário na ignição de uma ideia, no aperfeiçoamento de uma iniciativa no âmbito da política que aquele parceiro propõe ou demanda.
Identificamos no assessoramento uma oportunidade de cuidar dos processos multiplicadores das entidades parceiras e seus efeitos locais pela dose demandada e qualificada de conteúdos, de respostas compostas, complexas e específicas de cada região, comunidade, de uma matriz de conhecimento encharcada de territorialidade, de cheiro de dia a dia.
Nesses cem anos de Paulus, apresentamo-nos como uma entidade que aprende e ajuda a ensinar pelas suas próprias descobertas e vivências diárias. Completamo-nos pelo sotaque mavioso e independente das regiões do país. Enxergamo-nos como nunca antes nos costumes, comidas, vestuário e crenças de cada parte da nação.
Somamos à nossa fisionomia a marca geracional e os traços étnicos da família brasileira, com seus sortilégios, vocabulários e soluções. Engendramos, com a permissão do aliado, um sopro de intercâmbio entre a subjetividade e a realidade externa dele e de sua vida institucional.
Vemos no assessoramento uma oportunidade de entender o Brasil pelas suas causas e diferenças, chegando com nosso molho de acúmulos diversos para ajudar a ascender o usuário do parceiro em gente que brilha e que tempera nossa próxima inserção regional.
Nesse incipiente prolegômeno sociocultural nos inscrevemos como discípulos do Mestre Alberione. Habilitamo-nos a comunicar país afora a forma de uma lógica de salvamento, um procedimento de garantia de vida em comum, com as providências humanas, demasiado humanas, da convivência e do fortalecimento de vínculos, com a força da sociedade e sua energia subjacente.
Enfim, comemoramos cem anos de Paulus como cem anos de cuidados, aqui atualizados pelo que nós mais valorizamos nesta soleira do século 21: a atenção ao próximo pelo direito que ele tem. E principalmente pela certeza de que, no nosso caso e em nossa tradição institucional, assessoramento é outro nome de comunicação, apoio e compartilhamento de informação, o que a Paulus faz há cem anos.
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