José Carlos Martins

Por: Juliana Fernandes
01 Março 2011 - 00h00
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Bravo, bravíssimo!

Homenageado da escola de samba Vai-Vai, campeã do carnaval de São Paulo em 2011, maestro João Carlos Martins ensina jovens a descobrirem uma nova realidade por meio da música Por Juliana Fernandes

onsiderado um dos maiores pianistas do Brasil, João Carlos Martins iniciou sua trajetória musical aos 13 anos de idade. Mas aos 26, no auge de sua carreira, sofreu um acidente e começou a enfrentar diversos problemas de saúde que, mais tarde, paralisaram o movimento de suas mãos. Superando todos os obstáculos, principalmente por seu amor à música, decidiu aprender regência e ser maestro. Atualmente, Martins
está à frente da Orquestra Filarmônica Bachiana Sesi-SP – projeto que prevê a inclusão social de jovens carentes.
Além da iniciativa, ele também se dedica à Fundação Bachiana
Filarmônica, que dá aulas de iniciação à música para 1,5 mil crianças e jovens em comunidades de São Paulo e Cariacica, no Espírito Santo.
“O intuito é formar não só o músico, mas também o cidadão”, enfatiza o maestro que, aos 70 anos de idade, participa efetivamente do projeto.
Em entrevista à Revista Filantropia, o homenageado da escola de samba
Vai-Vai – campeã do carnaval paulista 2011 – conta como a música pode ser um poderoso instrumento para a inclusão social.

RF: Então o senhor deve ter conhecido muitas histórias e exemplos de superação.
JCM: Sim. Por exemplo, a história de um menino da Fundação Casa. Eu tinha ido fazer uma palestra lá e o pai dele veio me falar que o jovem estava em liberdade, mas pediu para ficar preso por mais três dias só para dizer obrigado.
Na mesma Fundação Casa, uns jovens deixaram no Natal uma carta dizendo: “Maestro, a música venceu o crime”.
Então, fatos como esses eu tenho centenas.

Revista Filantropia: Como foi a experiência de ter a sua vida contada em um enredo de escola de samba?
João Carlos Martins: A Vai-Vai, quando me convidou, disse que eu seria uma lição de vida para a comunidade. A minha reação foi de agradecimento, mas eu não queria prejudicá-los trazendo a música clássica para a avenida, porque talvez isso não tivesse o apelo necessário para quem quer ganhar o carnaval. Aí, minha primeira resposta foi não. Mas conversei com um amigo e ele falou:
“Você está louco. O carnaval precisa de emoção”. Chamei a diretoria e, em vez de falar que não aceitava o convite, eu disse: “Rumo ao 14º campeonato!”. Eu acompanhei os ensaios, a escolha do samba e sempre procurava estar com a comunidade.

RF: O senhor tem consciência de que sua história de vida é exemplo para outras pessoas?
JCM: A conscientização que eu tenho é que, na minha vida, tive altos e baixos, erros e acertos. Mas, aos 64 anos, falei: ‘vou deixar um legado através da música’, e foi aí que comecei minha luta. Do mesmo jeito que eu vou fazer um concerto em Paraisópolis, vou para o Carnegie Hall. O amor que eu dedico é o mesmo, e isso vai se espalhando. Acho que ganhei quando falei para mim mesmo: “vou conseguir excelência musical na regência e vou assumir minha responsabilidade social”. Decidi deixar uma mensagem forte para as outras gerações e, graças a Deus, o trabalho está crescendo.

RF: Atualmente, o senhor realiza um importante trabalho social na Orquestra Filarmônica Bachiana, mantida pelo Sesi. Como funciona o projeto?
JCM: Esse trabalho é realizado em várias unidades, como Paraisópolis, Ermelino Matarazzo, Osasco, Suzano, Guarulhos, Votuporanga, e Cariacica, no Espírito Santo.
Hoje, no total, são 1,5 mil crianças atendidas, e o intuito é formar não só o músico, mas também o cidadão. Então, eu tenho me dedicado profundamente a isso e, de vez em quando, encontro diamantes, que vou lapidando.

RF: Quais são seus projetos futuros para a àrea social?
JCM: Estou querendo ampliar o projeto que tenho na cidade de São Paulo para outros Estados. O meu trabalho é com as pessoas mais carentes. Em dez anos quero formar mil orquestras jovens no Brasil.

RF: Em uma entrevista, o senhor declarou que todos os dias têm de resgatar alguém. Qual é o papel da música nesse “resgate”?
JCM: A música está em primeiro lugar na inclusão social, ultrapassando inclusive o esporte. Porque no esporte você tem a disputa, a competição, e na música não. Ela tem uma mensagem de amor para transmitir. Através dela você vai mostrando para as pessoas um caminho bem distante do caminho das drogas, do crime e da falta de respeito com a sua própria pátria. A música tem sido, para mim, um instrumento multiplicador de pessoas do bem e de descoberta de novos diamantes.

RF: Qual é a sua opinião sobre o Terceiro Setor no Brasil?
JCM: Eu acho que a própria sociedade já separou aquelas que fazem um trabalho sério daquelas que talvez não tenham conseguido atingir seus objetivos. Então, todas essas ONGs estão atravessando um pântano para alcançar a outra margem e poder trazer muitas outras.
Eu acredito que é um Brasil diferente, cada vez mais consciente da responsabilidade social, e algumas, como o Instituto Ayrton Senna, a APAE e a AACD já atingiram essa margem.

Link
www.fundacaobachiana.org.br
Fernando Mucci

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