Entre 20 e 25 de janeiro aconteceu em Nairóbi, no Quênia, a edição 2007 do Fórum Social Mundial (FSM). Depois de ter aprofundado questões latino-americanas e asiáticas nas edições anteriores, o FSM se debruçará sobre Aids, migrações e guerras na África. Mais de 40 mil pessoas participam do evento, que desde a primeira edição, em 2001, configura-se como um espaço de debate democrático de idéias, aprofundamento da reflexão, formulação de propostas, troca de experiências e articulação de movimentos sociais, redes, ONGs e outras organizações da sociedade civil que se opõem ao neoliberalismo e ao domínio do mundo pelo capital e por qualquer forma de imperialismo. Em consultas realizadas em 2006, foram definidos os objetivos gerais do evento:
• Pela construção de um mundo de paz, justiça, ética e respeito pelas espiritualidades diversas;
• Pela libertação do mundo do domínio das multinacionais e do capital financeiro;
• Pelo acesso universal e sustentável aos bens comuns da humanidade e da natureza;
• Pela democratização do conhecimento e da informação;
• Pela dignidade, diversidade, garantia da igualdade de gênero e eliminação de todas as formas de discriminação;
• Pela garantia dos direitos econômicos, sociais, humanos e culturais, especialmente os direitos à alimentação, saúde, educação, emprego, habitação e trabalho digno;
• Pela construção de uma ordem mundial baseada na soberania, na autodeterminação e nos direitos dos povos;
• Pela construção de uma economia centrada nos povos e na sustentabilidade;
• Pela construção de estruturas políticas realmente democráticas e instituições com a participação da população nas decisões e controle dos negócios e recursos públicos;
No último dia de trabalhos do FSM, 24 de janeiro, centenas de movimentos e entidades se reuniram em 21 frentes de ação, para definir projetos comuns, articular ações e fortalecer redes. Uma das muitas iniciativas nascidas nesse FSM foi o lançamento da Rede Africana da Água, reunindo dezenas de organizaões sob a coordenação de uma rede situada em Ghana, coordenada pelo ativista Al Hassan Adam. A 7ª edição do FSM foi encerrada com uma marcha do povo das favelas de Nairobi, à qual se juntaram milhares de militantes e ativistas.