Evento reúne empresáriose governo no combate à fome

Por: Daniela Tcherniacowski
01 Julho 2003 - 00h00
O Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social promoveu, em conjunto com o jornal Valor Econômico, em São Paulo, o painel “O papel da Iniciativa Privada no Combate à Fome”.

O seminário, que contou com a presença, entre outros, do ministro da Segurança Alimentar e Combate à Fome, José Graziano, e do assessor especial do presidente da República, Oded Grajew, foi voltado principalmente a empresas, orientando-as em como atuar no programa social criado pelo governo Lula.

Na ocasião, Oded Grajew concedeu entrevista especial à Revista Filantropia, na qual conta mais detalhes sobre os próximos planos do governo a respeito do Fome Zero e sobre a responsabilidade social das empresas.

Filantropia: Por que o presidente Lula colocou a fome como principal ponto de partida para seu governo?

Grajew: A fome sempre existiu. Por isso, o presidente colocou o tema na agenda nacional como a grande prioridade, transferindo-a para as ações governamentais e a mobilização da sociedade.

Filantropia: Qual é o peso da participaçãodas empresas privadas no programa?

Grajew: Hoje, o setor empresarial é o mais poderoso da sociedade. É o que detém recursos financeiros, econômicos, tecnológicos e de conhecimento. A participação das empresas é quase vital para eliminar a pobreza no País. Temos falado para as empresas que as ações, em sinergia com o Governo, têm de ser feitas junto com as comunidades. Para orientar melhor as empresas, criamos uma ONG com dezenas de grandes empresários brasileiros que vai ajudar a estruturar e ampliar as ações do Fome Zero no Brasil.

Filantropia: Fale mais sobre essa ONG.

Grajew: Ela foi criada para dar uma estruturação maior dessa mobilização empresarial. Entre os empresários, estão Antônio Ermírio de Moraes, Abílio Diniz, José Pessoa Queiroz, Horácio Lafer Piva e muitos outros. Estamos fazendo algumas ações como a realização de um informativo dirigido a entidades empresariais e a Expo Fome Zero que vai ser feita em fevereiro de 2004, para mobilizar outras empresas a se engajar.

Filantropia: Partindo dessa transparência, o governo pretende angariar cada vez mais fundos e ter maior participação da iniciativa privada?

Grajew: Existem estudos que comprovam existir recursos suficientes no Brasil para fazer a inclusão daqueles que estão excluídos da sociedade. Basta vontade política e competência para mapear os recursos e as carências e fazer o casamento entre eles. Esse é o grande desafio do Fome Zero. Se cada empresa brasileira pensasse em quantas pessoas poderia alfabetizar em cerca de três anos, acabaríamos com o analfabetismo no Brasil, por exemplo.

Filantropia: Existe uma preocupação de muitas entidades e empresas que já trabalham com inclusão social de esse programa ser assistencialista. Isso não prejudica o trabalho?

Grajew: Temos registrado que todas as entidades não só continuam sendo apoiadas pelas empresas, como ganharam maior suporte. Além disso, novas entidades sociais têm sido beneficiadas pelas empresas. A direção que está sendo tomada pelas empresas para se chegar à população é através de parcerias com entidades sociais. O Programa Fome Zero não quer ser meramente assistencialista. Ele inclui a educação, alfabetização e o emprego, sempre dando o peixe e ensinando a pescar ao mesmo tempo. E sempre em parceria com entidades sociais.

Filantropia: As empresas parceiras têm algum tipo de retorno governamental, como isenção de impostos?

Grajew: Apoiar iniciativas de inserção social ou de combate à pobreza faz parte da gestão de responsabilidade social das empresas. Aquelas mais socialmente responsáveis são as que têm funcionários mais comprometidos, engajados. No mundo todo, o movimento da responsabilidade social empresarial hoje está tendo maior adesão porque elas perceberam que esse é um grande fator de competitividade. O governo não está dando nenhum incentivo fiscal, tributário ou monetário. As empresas estão fazendo porque querem participar, faz bem a elas e à sociedade. Cada vez mais é difícil imaginar uma empresa próspera numa sociedade deteriorada.

Filantropia: Se a empresa deve ao governo federal, por exemplo, ela não pode ser parceira?

Grajew: Há um cadastro de inadimplentes com o Governo, sendo que um dos critérios para a empresa ser parceira é não estar nesse cadastro.

Filantropia: Como o presidente pretende convencer o mundo da importância do combate à fome?

Grajew: Colocando o tema como prioritário, da mesma forma que fez no Brasil. Assim como em Davos, durante o Fórum Econômico Mundial, também irá argumentar na ONU, em setembro, e na FAO, em outubro. Não só através de discurso, mas de propostas e no monitoramento das ações que estão sendo efetuadas. Em 1995, em Copenhagen, mais de 140 chefes de estado se comprometeram com uma série de ações para combater a pobreza no mundo. Porém, praticamente nenhuma das propostas foram cumpridas. Para que isso não acontece, acreditamos que a sociedade deve cobrar promessas e resultados.

Filantropia: O governo também tem falado na criação de um fundo mundial de combate à pobreza.

Grajew: Sim. Os recursos seriam exatamente iguais ao que cada país gasta em armamentos. Hoje, o orçamento mundial para o desenvolvimento de armamentos é de US$ 850 bilhões, sendo metade só dos Estados Unidos. Ou seja, acreditamos que o fim da fome e da pobreza não se deve à falta de recursos, mas de prioridades. Tanto que o presidente Lula tem dito que se a porcentagem do que é destinada a matar pessoas fosse para salvar vidas, seria um grande avanço da civilização.

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