Cultura da doação

Por: Revista Filantropia
01 Março 2011 - 00h00
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Captação de Recursos

Duas grandes linhas de pensamento atuam simultaneamente no Brasil quando se fala sobre doações.
Tais linhas descrevem dois mundos contraditórios e, em geral, as pessoas defendem uma ou outra tese. Uma delas diz que o brasileiro é um povo cordial, amigo, solidário e cooperativo. Eu concordo com essa tese. De acordo com a outra linha de pensamento, no Brasil não há uma cultura de doação, somos desconfiados, não há incentivos fi scais, estamos muito abaixo da média mundial em doações individuais. Eu também concordo com essa tese.
O que proponho aqui é que não nos contentemos com escolher um lado, a resposta certa, mas que possamos explorar melhor a situação brasileira real, peculiar e específi ca para, a partir dela, ampliar a cultura da doação em nosso país. A primeira coisa que devemos esclarecer é que falta ampliar a cultura do pedir, antes mesmo da cultura da doação. Essa tese é o que pretendo descrever a seguir. Se você fizer uma busca nas imagens do Google com a palavra “doação”, encontrará nas primeiras telas tudo menos dinheiro. Verá imagens sobre doação de sangue, alimentos e algum desenho demonstrando pessoas unidas ao redor do globo. Se você fizer essa mesma busca com a palavra em inglês (“donation”), verá
principalmente cofres em formato de porquinho, mãos estendidas (algumas com moedas), notas de dinheiro e uma ou outra imagem envolvendo corações. Pois bem, essa pesquisa, nada científi ca, mas muito simbólica, mostra o que é para o brasileiro a ideia de doar. Nós nos envolvemos radicalmente quando há alguma tragédia. Doamos toneladas de alimentos, água, cobertores, agasalhos.
E fazemos isso por um motivo principal: existe o pedido. Toda a mídia, em todos os programas, comenta, dá telefones, lugares que receberão as doações. Ou seja, somos solidários, mas isso não basta, recebemos um chamado para sê-lo. Há o pedido.
Outra demonstração forte é aquele formato televisivo anual para doações. Temos o Criança Esperança na Globo, o Teleton no SBT, a RedeTV agora tem também seu evento anual. São 24 horas ou mais de solicitação constante, com estrutura para recebimentos em dinheiro, com processos facilitados através da conta de telefone com artistas falando diretamente, pedindo claramente. E milhões são arrecadados porque há o pedido. As operações de doações via telemarketing esparramadas pelo interior do Brasil são outra demonstração forte do poder da solicitação. Não entrarei aqui na seara sobre se isso é correto ou não, incômodo ou não, nem falarei sobre diversas operações que são, aliás, incorretas, pra não dizer imorais (deixarei essa discussão para outro artigo).
Mas o foco que quero dar aqui, falando das boas operações de telemarketing, é como podemos observar um correto equilíbrio entre o doar e o solicitar. Centenas de organizações no Brasil vivem das doações solicitadas por telefone e tenho certeza que todas elas não discutem se o brasileiro é
solidário ou não. Seus números atestam o óbvio: claro que é. Mas isso se confi rma por algo: há o pedido. Por outro lado, um estudo da McKinsey feito em 2008 trouxe muitos elementos interessantes sobre a filantropia no Brasil. Entre vários dados, pudemos observar como estamos, de fato, muito abaixo da média mundial, e inclusive da média latino-americana. O que é importante perceber é que isso não pode nos levar a concluir que o brasileiro não doa, mas sim que o brasileiro (as ONGs) não pede qualitativamente.
Na Associação Brasileira de Captadores de Recursos (ABCR), decidimos que o foco para os próximos 10 anos será na ampliação da cultura da doação e, para isso, acreditamos que a chave está na capacitação e qualificação de uma maior cultura do pedir. Olhar para os dados das pesquisas e amargar a realidade de que doamos pouco é, no mínimo, paralisante. O que nos move é entender que os dados nos trazem métricas comparativas, e que cabe a nós ampliar a cultura da doação, qualificando o pedir, fortalecendo as causas, buscando aliados, transformando a doação em um ato prazeroso, como já o é quando nos solicitam.
Eu sonho com um futuro em que terei de escolher a qual jantar benefi cente vou no fi m de semana. Quando escolherei quais ONGs quero apoiar, de um leque de uma dezenas de solicitações que me chegam em casa. Sonho com o dia em que ultrapassaremos as médias mundiais, porque isso não é só possível, mas ocorrerá em menos de 10 anos. Basta qualifi carmos o pedir. E, por isso, peço a você que pense no assunto. E doe para sua causa!

 

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