Consciência Cidadã

Por: Fernando Credidio
01 Maio 2005 - 00h00

Século 21. Novo milênio. Cada elemento da sociedade possui hoje, diante de si, a importante tarefa de atualizar o que representa viver com ética e responsabilidade, requisitos fundamentais para que se possa construir uma sociedade na qual exista respeito, solidariedade e qualidade de vida. Construir um mundo, enfim, onde exista paz.

O exercício de uma nova visão, coerente com os princípios com os quais nos sentimos intimamente conectados, deve permear a forma de ser de cada um daqui para frente. Justiça, respeito e solidariedade podem sim integrar o portfólio pessoal de condutas para que todos participem do (re)erguimento de uma comunidade qualitativamente melhor. Nós fazemos esse mundo, não basta a nossa esperança de que ele seja feito. A responsabilidade pelo todo é uma atitude que deve envolver as pessoas e organizações no exercício de seus mais diferentes papéis e, sobretudo, na construção coletiva de uma realidade que interesse a todos, respeitando o direito das futuras gerações para uma vida mais produtiva, a serviço dos menos favorecidos.

É indiscutível que, nesse momento, em plena era da informação e da nova economia, sejam profundas as mudanças no modo de as sociedades se organizarem. Observamos, cotidianamente, a alteração de papéis e a redefinição da noção de cidadania. As práticas da responsabilidade e do investimento social fazem parte dessa realidade, pois são a melhor tradução do compromisso com programas voltados para o futuro das comunidades e da sociedade como um todo. Essa importância aumenta na medida em que crescem as enormes carências e desigualdades no Brasil.

O momento atual requer atenção especial para a questão, pois o país passa por problemas graves, cuja solução envolve, prioritariamente, transformações sociais sem demora. Desde a alteração de comportamento das pessoas até a mudança de valores e atitudes nas comunidades, essa atitude passa pela criação de tecnologias que suscitem as mudanças desejadas, o que eleva, assim, a qualidade de vida de todos. Gradativamente, mais pessoas estão ansiosas por transformações sociais, por intermédio de mudanças em suas economias, sistemas sociais, estilos de vida e, especialmente, em suas crenças e valores.

Nesse contexto, não podemos esperar que o governo Lula ou qualquer outro resolva todos os problemas e promovam, sozinhos, a saúde, a educação e o bem-estar da população. Já é hora de acordar para uma realidade que devemos enfrentar e para a qual precisamos apresentar soluções, uma vez que o desenvolvimento social e do potencial humano do país não pode – e não serão – promovidos apenas pela estrutura governamental. Devemos assumir, cada um, ativamente essa missão, comprometendo-nos com a coletividade, somando esforços e trabalhando de forma organizada para contribuir com todos aqueles que necessitam. Auxiliando-os, estaremos nos ajudando e fazendo algo por um mundo melhor.

Ser cidadão x estar cidadão

O “ser cidadão” é, sem dúvida, uma expressão que precisa ser mais bem utilizada e vivenciada pela coletividade. Talvez, se todos os brasileiros soubessem o que é cidadania, teríamos um país melhor, menos injusto, e nossa qualidade de vida teria outra conotação. Infelizmente, são poucas as iniciativas para a criação dessa consciência na sociedade. Quando ocorrem, partem de algumas comunidades específicas e das raras organizações privadas realmente imbuídas nesse fim.

“Ser cidadão” é saber viver em sociedade, ciente dos anseios comuns. É participar ativamente das decisões da comunidade, influenciar comportamentos de maneira positiva, exercer os direitos constitucionais adquiridos e lutar pelos que virão. É preservar o meio ambiente, a natureza, os animais, os semelhantes, os opostos. É ser solidário, político, flexível, decidido e, sobretudo, estar consciente de todas as atitudes tomadas em prol da sociedade. Com um pequeno gesto, conseguimos demonstrar responsabilidade nesse contexto social, fazendo a nossa parte, contribuindo intensamente para o crescimento coletivo.

Por outro lado, “estar cidadão” é não praticar o exercício da cidadania em nenhuma de suas formas. É apenas se deixar levar pelos acontecimentos e ainda reclamar das situações difíceis, sem nada fazer para mudá-las.

Uma perspectiva de futuro

“Uma longa caminhada começa sempre com o primeiro passo”, diz um provérbio chinês. Por isso, devemos fazer das pequenas ações o ponto de partida para uma firme caminhada em direção à responsabilidade social, como valor fundamental na transformação da sociedade.

Por onde começar? Questão de atitude! Aliada à solidariedade e ao espírito coletivo. Juntos, governo, empresas e cidadãos haverão de cumprir o papel de líder no processo de desenvolvimento, como agentes de uma nova cultura.

Como afirma Peter Drucker – que há mais de 50 anos escreve sobre as principais tendências na área de negócios, ajudando organizações dos setores público, privado e social –, “a parceria comunitária será um dos verdadeiros setores em crescimento das economias desenvolvidas. Surge da necessidade de uma participação mais direta e efetiva da comunidade nas grandes questões da vida social, pois não existe ninguém melhor que o cidadão para saber o que ele quer para si, para sua família e para sua comunidade”.

No entanto, tão importante quanto investir no futuro das pessoas é participar de seu presente. Por essa razão, devemos fazer a diferença, sermos um verdadeiro parceiro da vida, hoje mesmo. Afinal, o envolvimento efetivo da sociedade nas questões sociais não é apenas uma postura moderna. Significa, antes de tudo, uma atitude digna de todos aqueles que desejam exercer sua cidadania, contribuindo para um país melhor e, em especial, para uma sociedade mais justa, fraterna e solidária.

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