Seja no mundo corporativo, seja no Terceiro Setor, não basta ser bom para ser reconhecido, tem que aparecer. E essa visibilidade tem impacto direto no aumento da credibilidade e no crescimento. Afinal, no cenário escasso de recursos para as organizações da sociedade civil, ser visto e lembrado é uma forma de garantir a continuidade ou a ampliação das atividades. É aí que entra o trabalho de uma assessoria de imprensa e da divulgação da instituição, para que ela conquiste espaço na mídia, fortaleça sua imagem e tenha o reconhecimento da sociedade, atraindo novas parcerias e aportes financeiros. Mas como é possível fazer isso sem grandes recursos para a comunicação? É isso que explica a fundadora da Press UP Assessoria de Imprensa, Laís Oliveira.
“Diferente de empresas balizadas pelo lucro financeiro, o valor de uma organização social é mensurado pelos resultados que ela traz à sociedade, incluindo seu alcance e engajamento. Muitas instituições desenvolvem um belíssimo trabalho, mas, por não saberem como aproveitar oportunidades, são desconhecidas por grande parte da população e deixam de receber valiosos recursos. É preciso mostrar a que veio e como tem atuado pela transformação, apresentar resultados e ter transparência”, diz. O assessor de imprensa traça estratégias de divulgação para ganhar espaço na mídia, dar voz à ONG em notícias. Essa visibilidade torna-a mais conhecida e resulta na atração de apoiadores e investidores.
Segundo Laís, realizar uma boa comunicação é possível mesmo com baixos recursos e envolve muito mais do que escrever textos ou falar com jornalistas. É preciso fazer um trabalho de base, com transparência e alinhamento, coleta de dados e olhar atento às oportunidades. Só então a informação passa pelas redes sociais e pela imprensa até chegar à sociedade. Veja a seguir cinco dicas da Press UP Assessoria de Imprensa para uma estratégia eficiente de comunicação para ONG:
1) Olhe para dentro. O tão falado autoconhecimento também serve no meio empresarial e no Terceiro Setor. Antes de se jogar no mundo, a organização precisa ter certeza de quem é, qual o seu valor e impacto social e sobre quais assuntos tem propriedade para se posicionar. Para isso, faça uma conversa com pessoas próximas a sua atuação e tente responder às seguintes perguntas: como vocês definem a instituição? Quais os pontos fortes? Que contribuições ela traz à comunidade? Há histórias que possam ilustrar isso? Há números que comprovem a transformação promovida? Aproveite para separar também fotos da atuação e defina quem seriam as melhores pessoas para falar em nome do projeto — os chamados porta-vozes. Tudo isso será usado em breve.
2) Veja o que está na mídia e identifique o que é notícia. Este é o momento de análise dos veículos de comunicação. Faça uma busca por notícias relacionadas às causas com que você trabalha. Quais veículos ou jornalistas divulgaram alguma matéria recente sobre esses temas? Observe também a forma como eles abordam os assuntos e pense de que maneira você poderia participar dessas mesmas reportagens. O que teria para acrescentar à discussão? Há fatos interessantes que poderia divulgar para a imprensa sobre seu trabalho? “É importante saber que uma reportagem só é feita quando tem algum fato relevante para a audiência. Coloque no papel — ou no computador — possíveis histórias, projetos e até um calendário de ações, que possam despertar a atenção dos jornalistas e, consequentemente, do público”, diz Laís, que já trabalhou na Folha de S. Paulo, Caras e Globo.
3) Conte o que tem sido feito e engaje. Sites, blogs e redes sociais têm baixo custo e são poderosas ferramentas de comunicação — não apenas com jornalistas e o público em geral, mas também para a comunicação interna, com colaboradores e beneficiários. Aproveite esses canais, divulgue as atividades e campanhas realizadas pela organização e fale sobre os resultados positivos de sua atuação. Você também pode aproveitar esses canais para criar identificação e afinidade com a comunidade. Para isso, interaja com seus seguidores e convide-os para participar das iniciativas, o que gera engajamento.
4) Opine sobre o que acontece no mundo. O noticiário está cheio de possibilidades para o posicionamento ou comentários de ONG. Por isso, esteja atualizado com os acontecimentos e atento ao que pode ser um gancho para possíveis matérias ou um simples parágrafo repercutindo o tema. À medida que você mostra conhecimento sobre o universo de atuação, torna-se referência para matérias do assunto e fortalece a imagem da instituição e do porta-voz. Para isso, um passo anterior importante é definir quem são as pessoas que vão se posicionar em nome da organização. Em seguida, comece aos poucos, publicando notas ou textos maiores nas mídias disponíveis, sejam as redes sociais, o site, o blog, seja mesmo falando com a imprensa — você pode aproveitar e fazer contato com os jornalistas mapeados no item 2.
5) Conte com ajuda de especialistas. Achou complicado? Ficou com receio de não obter o resultado desejado? De acordo com Laís, com investimentos baixos, com menos de R$ 2 mil, já é possível contratar um serviço de assessoria de imprensa, que pode ser pontual ou recorrente, de acordo com a demanda da organização. “Profissionais capacitados têm expertise, olhar apurado, faro para notícias e relacionamento com a imprensa, podendo dar um up na comunicação. Isso reflete diretamente na melhoria dos resultados da organização, com mais pessoas interessadas pela causa e maior possibilidade de captação de recursos para o desenvolvimento dos projetos, recuperando os investimentos em comunicação. É uma espiral do bem”, diz a assessora de imprensa executiva.
