Como entender o sentido da vida?

Por: Keller Reis Figueiredo
23 Outubro 2018 - 00h00

Esta pergunta é muito comum ocorrer durante a nossa adolescência, e sem muito conteúdo histórico para ajudar a obter uma resposta, nós provocamos movimentos circulares que não nos permitem sair do lugar. O que às vezes é angustiante e torna a vida sem sentido. Não que a vida não tenha um sentido, mas temos pouco conteúdo nessa idade para criarmos respostas.

A história da existência do homem na Terra remonta a milhões de anos, o que é uma pequena parte da história da Terra, que remonta a bilhões de anos. O registro de sociedades humanas organizadas não passa de 10.000 anos. Ou seja, em um curto espaço de tempo, o homem evoluiu mais em dez mil anos do que em milhões de anos. Ao conhecermos a história humana, onde está o sentido de se ter uma passagem temporal pela Terra?

A vida humana é algo que passa, estamos todos destinados à morte. O tempo é a medida que dá a origem e o fim a tudo. Mesmo cientes de nosso destino, a morte, somos capazes de nos apegarmos ao que nos dá sentido à vida, como o bem-estar material, o sucesso, a família, a religião, a política, a ética, a moral, o trabalho etc.

O que mais buscamos durante a nossa curta existência? A sobrevivência e a perpetuação da espécie via a formação de uma família. À nossa frente está o abismo, que é a morte, mas estamos sempre lutando para escapar dele. Será esse movimento que dá sentido à vida? A luta pela existência eterna?

Para muitos existe a crença de que devemos estar preparados para o sacrifício em nossas vidas, por um bem maior. Ou seja, o sentido da vida não está apenas em uma vida de prazeres, que satisfaça os nossos desejos e paixões. Mas uma vida consciente, que permite a elevação humana e a faz transcender a uma existência terrena. Que torna o homem capaz de viver a ética através de uma moral transformadora, seja religiosa ou filosófica, e que vai além de uma vida meramente animal, mas se transforma em uma vida humana e racional.

São as nossas obras referendadas pelo que acreditamos e pensamos que dão sentido a nossas vidas. Se pararmos para pensar na morte e em suas consequências para a vida, veremos que um universo de possibilidades nos abre e somos estimulados à ação, como forma de nos perpetuarmos através de nosso legado.

Podemos estudar, trabalhar, fazer amigos, casar, ter filhos, ganhar dinheiro, fazer muito sucesso, mas o que faremos após a morte, se não podemos levar conosco nada do que conquistamos na Terra? Então o que realmente fica e pode dar sentido à existência humana? São as obras que realizamos na vida das pessoas que reverberam ao longo da existência humana e têm consequências históricas.

Se a vida não tem um sentido objetivo, então cabe ao ser humano dar sentido à vida. Onde podemos situar as nossas ações no tempo e no espaço existencial? O homem faz questionamentos, como “de onde vim?”, “para onde vou?”. E se conseguir crer em uma referência que justifique o seu comportamento, o ser humano torna possível dar um sentido a sua vida.

Os jovens do século 21 estão se sentindo mais seguros, mais bem informados? Qual é o papel dos meios de comunicação, como a televisão, os canais por assinatura, as redes sociais e a internet? Eles estão contribuindo para a construção do cidadão do futuro, capaz de enfrentar os desafios?

Até que ponto os jovens dialogam com seus pais e estão emocionalmente integrados na família, têm força e resistência para enfrentar as adversidades da vida? São as respostas que farão compreender os casos de comportamentos autodestrutivos na juventude.

O suicídio de jovens cresce de modo lento, mas constante no Brasil. Dados ainda inéditos mostram que, em 12 anos, a taxa de suicídios na população de 15 a 29 anos subiu de 5,1 por 100 mil habitantes em 2002 para 5,6 em 2014 - um aumento de quase 10%.

Os números obtidos com exclusividade pela BBC Brasil são do Mapa da Violência 2017, estudo publicado anualmente a partir de dados oficiais do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde.

Esses números podem até ser mais elevados, pois há muitos jovens que tentam o suicídio e não aparecem por falharem em suas tentativas ou desistirem. Sendo assim, eles se mantêm em silêncio e guardam para si essa perigosa experiência. Muitos têm vontade de tentar, mas não têm coragem. A questão é: por que o jovem sente o desejo de dar fim à própria vida?

Entender o sentido da vida é uma necessidade existencial, cria uma referência para ser na vida, caminhar em frente e superar os obstáculos com luta, determinação, objetivo e crença no futuro. Abrir mão de se viver essa experiência é negar a própria vida e o seu sentido último, o amadurecimento, a doação de si por um objetivo maior. O futuro só é possível porque no presente existem pessoas que acreditam, vivem e lutam para construir no hoje, o que será o amanhã.

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