Canto Cidadão em Todos os Cantos começa a viajar pelo país

Por: Felipe Mello, Roberto Ravagnani
01 Maio 2005 - 00h00

O mês de março marcou o início do Canto Cidadão em Todos os Cantos, iniciativa empreendida pela organização social responsável por esta seção, em parceria com a Gol Linhas Aéreas Inteligentes. A atividade possibilitará que os representantes do Canto Cidadão visitem todas as capitais do Brasil, assim como a capital argentina, levando informações sobre cidadania a estudantes e profissionais das áreas da saúde e comunicação. Nos últimos dias de março, além dos eventos do projeto, duas entidades sociais da capital potiguar, Natal, foram visitadas: Casa Renascer e Companhia TerrAmar. Alguns dias depois, em meados de abril, as visitadas foram as paraibanas Biblioteca Livro em Roda e Instituto Alpargatas, apresentadas nas páginas seguintes desta edição.

 

Casa Renascer luta para resgatar a dignidade de crianças, adolescentes e mulheres potiguares


Em 1991, a psicóloga Dilma Felizardo fundou a Casa Renascer para trabalhar na defesa e promoção dos direitos de crianças, adolescentes e mulheres vítimas de violência, especialmente de ordem sexual. Uma primeira visita à entidade faz saltar aos olhos a organização do espaço físico, com salas de atividades devidamente sinalizadas e preparadas para oferecer condições adequadas aos beneficiários. Biblioteca, sala de orientação pedagógica, auditório, sala de dança, cozinha e demais instalações promovem interações positivas e contínuas. Lembrando que o cuidado com o espaço físico não depende, necessariamente, de um polpudo orçamento, uma vez que clima favorável é diferente de luxo.

Por falar em finanças, a Casa Renascer conta com investimentos internacionais, assunto que interessa dez entre dez organizações sociais. A receita da entidade para conquistar a confiança de apoiadores, especialmente aqueles a milhares de quilômetros de distância, está no respeito à parceria, demonstrado pela transparência na apresentação dos relatórios de atividades e planilhas financeiras, conseqüência dos resultados alcançados pelos projetos. Não se trata de “dourar a pílula” para agradar o apoiador, mas sim relatar a realidade, as transformações conquistadas, ou não, por intermédio da parceria.

E a forma mais eficiente decorre, obviamente, da competência, conquistada pela Unidade de Atendimento e das Oficinas de Formação da Casa Renascer. Na primeira, conforme a coordenadora Mirles de Andrade Moraes, “são atendidas crianças e adolescentes de 7 a 18 anos, submetidas a situações de violência física, psicológica e sexual, dentro e fora da família. Essas experiências provocam a baixa auto-estima, o afastamento do convívio social e deixam seqüelas que, fatalmente, comprometem o desenvolvimento saudável”.

O atendimento é realizado de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 14h às 18h. Em quase 14 anos, centenas de pessoas foram atendidas por psicólogas, assistentes sociais, psicopedagogas, nutricionistas, além de instrutores de dança e teatro, que trabalham pelo resgate da auto-estima e da dignidade das meninas, que se definem da seguinte forma: “Somos meninas. Cada uma diferente da outra. Umas altas e outras baixas. Tem meninas magras e meninas gordinhas. Meninas com as mesmas histórias de vida, meninas carentes e sem privilégios. Mas somos meninas que acreditam em um futuro melhor para todos nós e para nosso país”.

O segundo espaço da Casa Renascer, a Oficina de Formação, atua desde 1995 oferecendo profissionalização em produção artesanal de redes e tapetes. “O projeto não existe somente pelo aspecto financeiro, mas também pela formação em cidadania e questões de gênero, melhorando a qualidade de vida das atendidas pela entidade e seus familiares”, informa Mirles. Uma outra contribuição à sociedade é o Núcleo de Estudos e Pesquisas (NEP), espaço de formação teórica e prática de apreensão e troca de conhecimentos, saberes e experiências sobre o tema abordado pela Casa.

O contato com as crianças e adolescentes atendidas evidencia que elas gostam de estar lá. E para que o trabalho não esteja somente orientado ao combate das conseqüências do problema social, a entidade atua em outra frente: crítica e proposição de políticas públicas. Dessa forma, contribui para a formação de uma sociedade que tolere cada vez menos as insidiosas agressões às crianças e adolescentes, na maioria das vezes protagonizadas por elementos da própria família da vítima, assim como por endinheirados cidadãos, de dentro e fora do Brasil, que buscam gastar seus tostões em aventuras de turismo sexual.

“Mas acredito que um dia isso vai mudar, cantando essa canção a esperança vai estar no ar.” É o refrão que motiva as meninas da Casa Renascer, na busca em ressurgir das cinzas, com o apoio da sociedade civil organizada.

 

Companhia TerrAmar aposta na comunicação e na arte como formas de promoção humana


A outra visita realizada pelo Canto Cidadão foi ao diretor da TerrAmar, o jornalista Eugênio Parcelle. Segundo ele, “a organização nasceu há três anos da indignação de um grupo de profissionais, diante da constatação dos riscos que rondam a infância e a juventude potiguar, uma vez que a maior parcela das crianças e jovens não têm seus direitos respeitados”.

A partir de então, vem realizando projetos nas áreas de comunicação, educação e cultura, voltados para a transformação social de comunidades pobres. Para todas as ações, completa Parcelle, “a referência é o Estatuto da Criança e do Adolescente e o Paradigma do Desenvolvimento Humano, e a crença é que a potencialidade da arte e cultura e da educação pela comunicação podem contribuir para o resgate da cidadania do público atendido”.

Classificada entre os seis vencedores do 1º Concurso de Projetos de Comunicação promovido pela Rede Andi – Agência de Notícias dos Direitos da Infância, a TerrAmar também executa o projeto Infância na Mídia no RN, uma pesquisa que aponta o comportamento quantitativo e qualitativo da mídia impressa potiguar, no que se refere à cobertura da pauta da infância e adolescência. Além da pesquisa quantitativa, feita com base na clipagem dos principais periódicos, a organização produz uma revista que traz uma série textos, resultantes de dois seminários com especialistas. Como tema principal, a publicação aborda a questão do abuso sexual, tendo em vista a preocupação existente, sobretudo, com o crescimento do turismo potiguar.

Com o apoio do Unicef, a associação criou a Rede de Comunicadores pela Infância e Adolescência, formada por cerca de 600 radialistas e jornalistas de todo o estado, que recebem o clipping (resumo das informações mais importantes publicadas pela imprensa local) e o boletim semanal produzidos pela Rede Andi.

Além das ações de sensibilização e mobilização dos comunicadores, a ONG possui uma ação direta junto à comunidade de Felipe Camarão, bairro bastante estigmatizado em função das constantes ocorrências criminosas. No projeto Conexão Felipe Camarão, a entidade promove a cidadania de crianças e adolescentes por intermédio da cultura e educação, dando especial atenção às tradições potiguares. Para a viabilização da iniciativa há parcerias com escolas públicas, nas quais mais de 200 pessoas são atendidas diretamente, apresentando à sociedade potiguar notícias positivas sobre aquela comunidade, exemplo de que é possível colher notícias boas onde a cidadania é plantada de forma correta, com competência e amor. Não é à toa que a organização se chama TerrAmar.

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