Atuação ecológica na comunidade

Por: Felipe Mello, Roberto Ravagnani
01 Março 2004 - 00h00
Acima, aula de informática. Na página ao lado, alunos do curso de montagem e configuração de computadores.

Na região central do Brasil, mais especificamente no centro-oeste, existe um ecossistema muito peculiar, que é dos mais ameaçados em todo o planeta: o cerrado. Entre os aspectos que contribuem com a degradação dessa região, que ocupa aproximadamente 20% do território nacional, está a pobreza, ou seja, o desequilíbrio social também vitima o meio ambiente. É nesse cenário que a FPC – Fundação Pró-Cerrado iniciou e mantém, desde 1994, seu trabalho social, que tem a missão de unir defesa do meio ambiente à geração de renda para adolescentes de famílias em risco social.

Programa Jovem Cidadão

A partir do estabelecimento de parcerias e da implementação de um modelo econômico auto-sustentável, a FPC tem conseguido fomentar a aliança entre educação e trabalho, com a clara percepção de que o jovem deve ser o protagonista das transformações. O programa que envolve a juventude da região é chamado Jovem Cidadão, e apresenta resultados muito positivos. Nos últimos seis anos, o projeto já atingiu mais de 15 mil jovens de 14 a 17 anos das classes D e E, distribuindo mais de R$ 18 milhões em salários.

Ao atuar como alternativa ao ciclo de pobreza que relaciona famílias miseráveis à degradação do meio ambiente, o programa Jovem Cidadão prova ser um dos importantes trabalhos não-governamentais de combate à delinqüência juvenil no Brasil. Com atividades multidisciplinares, o projeto propõe soluções para melhorar a qualidade de vida dessas famílias. Por meio dele, os adolescentes recebem capacitação profissional e são encaminhados ao primeiro emprego nas empresas públicas e privadas, parceiras da Fundação Pró-Cerrado. O Jovem Cidadão recebe um salário mínimo, tem carteira de trabalho assinada e conta com todos os benefícios previstos na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Durante o processo inteiro, o adolescente necessariamente precisa estar estudando, a fim de garantir o emprego.

Franchising social

Uma característica interessante do programa Jovem Cidadão é sua auto-sustentabilidade. Além disso, ele é replicável e se encontra em fase de expansão para todo o país, no formato de franchising. Esse modelo de franquia social desenvolvido pela FPC, em parceria com a Ashoka Empreendedores Social e a McKinsey & Company, tem como base o Estatuto da Criança e do Adolescente e o suporte da lei federal 10.097/2000, mais conhecida como Lei do Menor Aprendiz. Segundo a legislação, empresas privadas de determinado porte deverão admitir entre 5% e 15% de jovens trabalhadores em seus quadros, possibilitando a criação de aproximadamente um milhão de empregos pelo Brasil.

Somente em Goiás, a fundação trabalha atualmente com 150 empresas públicas e privadas que obedecem a tal exigência, ou, no caso das desobrigadas por lei, que fazem questão de exercitar a responsabilidade social empresarial, dando oportunidade de emprego formal a mais de 3,5 mil adolescentes. Entre os parceiros do programa Jovem Cidadão, destacam-se o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, a Unilever/ Bestfoods, o Sebrae, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal.

Aproveitando oportunidades para crescer

Desde que foi fundada, a FPC tem como diretriz o reaproveitamento de equipamentos descartados e a recuperação de espaços abandonados. Com esses princípios, a Pró-Cerrado instalou sua sede em um prédio cedido pelo governo do Estado de Goiás, em regime de comodato. A partir de então, iniciava-se completa transformação nos aspectos urbanos do entorno do Estádio Serra Dourada, localizado ao lado da sede da entidade. O prédio ocupado pela FPC tinha também como vizinho um parque abandonado que vinha sendo vandalizado há mais de uma década. Uma mudança na paisagem também não demorou a acontecer quando se iniciou, em 1999, a campanha de revitalização do Parque da Criança, hoje completamente recuperado e entregue à sociedade. Mais um exemplo de que o poder público, a sociedade civil organizada e o Terceiro Setor podem proporcionar ao cidadão conquistas notadamente saudáveis.

Além da sede, a Fundação Pró-Cerrado conta ainda com outras unidades, por meio das quais amplia os serviços oferecidos à comunidade: a organização atua hoje em Goiânia, Anápolis, Palmas (Tocantins) e São Miguel do Araguaia, local que abriga um dos maiores projetos da organização, o Centro de Educação Tecnológica Vale do Araguaia. Esse centro tem como propósito atender a mais de três mil pessoas em busca de conhecimentos nas áreas de turismo e agricultura. O complexo educacional está situado em uma área de 22 mil metros quadrados, com 71 cursos básicos e técnicos gratuitos ou de baixo custo disponíveis, realizados sempre por meio de parcerias. São os braços da fundação chegando a diversas comunidades, oferecendo oportunidades de crescimento pessoal e profissional, propulsores do equilíbrio social.

Escola na fazenda

Soma-se à sede e aos núcleos citados o programa Escola Fazenda de Araçu. Trata-se de uma das poucas escolas agrícolas criadas em Goiás com características profissionalizantes. A oficialização de uma parceria entre a Fundação Pró-Cerrado e o governo do Estado, em abril de 2003, colocou em prática um trabalho de cooperação mútua, de caráter técnico, financeiro e operacional, que propiciou a revitalização da área de 774 hectares localizada a 90 quilômetros da capital. Assim, a instituição de ensino, que esteve inativa por três anos, é atualmente um núcleo sócio-educativo-ambiental, onde serão executados cursos de qualificação e o programa Jovem Gestor Rural a partir deste ano.

A proposta educacional da Escola Fazenda de Araçu está fundamentada no ensino profissionalizante e técnico, com foco em atividades agrosilvopastoris (agricultura associada à pecuária e ao plantio de árvores). As inscrições foram abertas no início deste ano e a expectativa é formar até cem alunos de nível técnico por semestre. Já os cursos profissionalizantes estarão abertos a toda a comunidade e serão ministrados com recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) ou subsidiados pela própria FPC.

Parcerias e crescimento

A estratégia de sustentabilidade da organização está fortemente baseada na prestação de serviço de caráter público, uma vez que 95% dos recursos provêm de tais atividades. Os outros 5% vêm de doações. Para o curto prazo, a FPC pretende expandir os trabalhos do programa Jovem Cidadão por meio da franquia social para outros estados brasileiros, a começar pelo Distrito Federal.

Dessa forma, a instituição prossegue com a intenção de manter e ampliar uma obra que se preocupa com o desenvolvimento sustentado do cerrado, transferindo para o âmbito social a mesma preocupação que a Fundação Pró-Cerrado sempre teve com o meio ambiente, criando campanhas que promovam conjuntamente aspectos educacionais e ambientais e resultem em geração de renda para comunidades carentes.

Os braços da FPC chegam a diversas comunidades, oferecendo oportunidades de crescimento pessoal e profissional

Números da Pró-Cerrado

10: anos de atuação

15: mil jovens no programa Jovem Cidadão

3,5: mil adolescentes com emprego formal

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