Mulheres vítimas de violência doméstica terão em breve um poderoso aliado no seu smartphone: um aplicativo que, ao ser acionado, imediatamente vai disparar dois alertas. O primeiro clique será para a polícia. O segundo acionará cinco pessoas de uma rede de apoio escolhida pela própria mulher, incluindo as Promotoras Legais Populares (PLPs), que são lideranças comunitárias capacitadas para defender os direitos das mulheres. Graças ao georeferenciamento, o aplicativo avisará as pessoas mais próximas do local onde ocorrer a violência. Além disso, vai permitir filmar e gravar automaticamente tudo o que estiver acontecendo. O aplicativo começará a ser implantado no Rio Grande do Sul a partir de agosto de 2014.
O projeto do aplicativo, denominado PLP 2.0, foi um dos quatro vencedores do Desafio de Impacto Social Google. O resultado foi anunciado no início deste mês. Cada um dos quatro vencedores será contemplado com o prêmio de R$ 1 milhão, mais assistência técnica para a implementação. Criado pelo Instituto Geledés, de São Paulo, e pela THEMIS Gênero, Justiça e Direitos Humanos, com sede em Porto Alegre (RS), o PLP 2.0 deverá beneficiar, ao final de três anos, um milhão de mulheres, assegurando o acesso a medidas de proteção previstas pela Lei Maria da Penha, de forma a reduzir o número de femicídios no Brasil.
O aplicativo será implantado primeiro em Porto Alegre e em Canoas, cidades que já têm uma rede de proteção com Delegacia da Mulher, Patrulhas Maria da Penha e PLPs. Além do Rio Grande do Sul, os Estados do Rio de Janeiro e Pernambuco serão beneficiados nesta primeira etapa, informa Denise Dora, presidente do Conselho Diretor da THEMIS. “A vantagem é que o programa das PLPs hoje está presente em praticamente todos os Estados do Brasil. O projeto PLP 2.0 é importante justamente porque aposta em dois lados: na organização da sociedade civil e na infraestrutura dos serviços governamentais”, explica Denise. “O problema da violência contra a mulher é de toda a sociedade, que tem de diminuir seu nível de tolerância, e apoiar as mulheres”, ressalta.
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