A comunicação em um programa de voluntariado empresarial

Por: Revista Filantropia
01 Julho 2009 - 00h00

Um dos pontos fundamentais que garantem o sucesso de um programa de voluntariado empresarial é a comunicação, e diversas estratégias são utilizadas para isso. Do ponto de vista instrumental, a comunicação deve ter a capacidade de envolver os colaboradores e reconhecer as práticas desenvolvidas por eles.

Contudo, uma questão delicada na realização de um programa dessa natureza é decidir se as ações voluntárias desenvolvidas pelos colaboradores serão divulgadas. Em alguns momentos, campanhas, eventos e até projetos cujo impacto social transforma positivamente uma comunidade, merecem ser divulgados. Mas será que, eticamente, quando uma empresa o faz, não está se valendo do trabalho voluntário dos colaboradores para se promover?

A resposta para tal questionamento está na coerência demonstrada pela empresa. Não se pode aplicar R$ 10 mil em um programa e gastar R$ 100 mil em propagandas, disparando aos sete ventos as ações “sociais” que a empresa e seus colaboradores estão realizando.

Entretanto, um programa de voluntariado, ao ser divulgado interna e externamente, ganha força e constitui um dos meios para as empresas demonstrarem o exercício da responsabilidade social e de investirem no relacionamento com pelo menos dois de seus stakeholders – os empregados e a comunidade. Desta forma, ações de comunicação dos projetos de mobilização de voluntários são positivas, tanto para os voluntários quanto para a empresa e a comunidade.

Outro ponto importante que reconhece a necessidade da divulgação de programas de voluntariado empresarial diz respeito às formas como as campanhas para o público externo são conduzidas. O correto é que sejam oportunas, refletindo valores compartilhados pelos voluntários, como solidariedade, transformação social e cidadania. Essas campanhas são importantes à medida que prestigiam o trabalho dos colaboradores – e não somente a iniciativa da empresa – e compartilham esses valores com a sociedade de maneira educativa. É preciso saber separar essas ações de campanhas oportunistas, que se aproveitam de iniciativas voluntárias dos colaboradores para alardear e relacionar as iniciativas às práticas sociais da empresa.

Para ilustrar esse cenário, vale um exemplo: imagine em sua empresa um grupo de voluntários organizando uma campanha para arrecadar donativos para as vítimas das enchentes no Norte e Nordeste do Brasil. Essa prática, se contar com o apoio da área de comunicação de sua empresa para divulgar a iniciativa dos voluntários para a comunidade, será oportuna para mobilizar mais pessoas. Você não acha?

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