Nicette Bruno e Paulo Goulart

Por: Paula Craveiro
01 Maio 2007 - 00h00

Quem nunca ouviu falar em Nicette Bruno e Paulo Goulart? Quem nunca assistiu a uma novela, filme ou peça teatral com esse famoso casal de atores? Afinal, ambos desfrutam de mais de 50 anos de carreira, sempre pontuada por personagens marcantes e atuações memoráveis. Entretanto, o que o casal faz longe dos palcos pode não ser – ainda – do conhecimento de todos.
Casados há 53 anos e pais de três filhos – os também atores Paulo Goulart Jr., Beth e Bárbara –, Paulo e Nicette compartilham não apenas a paixão pela arte e pela família. Solidariedade é outro elemento fundamental no dia-a-dia do casal. E é justamente esse sentimento que está impresso em seus trabalhos paralelos, como na instituição filantrópica Casa da Fraternidade, onde Nicette atua como presidente, e no projeto Teatro nas Universidades, criado e posto em prática pelo casal há aproximadamente três anos.
Nesta entrevista exclusiva à Revista Filantropia, os atores falam sobre sua atuação no campo social, os trabalhos que desenvolvem e o Terceiro Setor.


 

Revista Filantropia: Quando e como foi o início de seu engajamento na área social?
Paulo Goulart: Nosso ofício de ator, por si só, já possui um fim social. Mas, de forma direta, começamos a atuar nessa área há mais de 40 anos, por meio da Sociedade Brasileira de Estados Espíritas (SBEE), localizada em Curitiba (PR), sob orientação do professor Maury Rodrigues da Cruz.

Filantropia: Que tipo de trabalhos são desenvolvidos pela Sociedade Brasileira de Estudos Espíritas?
Paulo: Entre 1962 e 1968 residimos em Curitiba. E, nessa mesma época, iniciamos nossos estudos na SBEE. Além dos atendimentos doutrinários e dos estudos sobre a doutrina espírita oferecidos, a entidade também mantém o Museu Espírita, o Lar Escola Dr. Leocádio José Correia, a Falec, que é a primeira faculdade de teologia espírita, e o Centro Cultural.

Filantropia: O envolvimento com a doutrina espírita, que tem como um de seus princípios básicos a prática da caridade, foi fator determinante para o engajamento de ambos em trabalhos de cunho social? Ou o interesse por essas atividades veio antes mesmo de tomarem contato com o Espiritismo?
Nicette Bruno: Na realidade, sempre houve em nós a preocupação com o social. O envolvimento com a doutrina espírita apenas aperfeiçoou nossas ações. Não apenas no sentido da caridade, mas, também, na conscientização do aprendizado continuado para alcançarmos o conhecimento, facilitando o diálogo e o aprimoramento da indivi-
dualidade para que possamos agir de forma equilibrada no coletivo.

Filantropia: O que é a Casa da Fraternidade? Conte-nos sobre ela.
Nicette: A Casa da Fraternidade está localizada no bairro de Pirituba, em São Paulo, e é um núcleo da Sociedade Brasileira de Estudos Espíritas. Inicialmente, atendíamos apenas à comunidade local. Mas, agora, também prestamos atendimento à população mais necessitada da região. A instituição é mantida por meio de doações e do Bazar da Fraternidade, realizado uma vez por ano.
A Casa já é reconhecida como uma entidade de utilidade pública, mas ainda não conta com nenhum tipo de subvenção para atendimento social. Nossos trabalhos são desenvolvidos com o auxílio de voluntários nas áreas de artesanato, atendimento médico, psicológico, fonoaudiológico e odontológico. Os atendimentos ao público são feitos às segundas e quartas-feiras.
Além disso, contamos com distribuição de 150 cestas básicas para os moradores da Favela Saloá e para portadores do vírus HIV, doadas por empresas parceiras. A entidade também oferece estudos sobre a doutrina espírita todas as terças e quintas-feiras. Agora, em 2007, também pretendemos implantar cursos de informatização.

Filantropia: Como você se tornou presidente da entidade?
Nicette: Foi o professor Maury Rodrigues da Cruz, que o Paulo citou, presidente da SBEE, que me designou esta função, sendo posteriormente eleita pela diretoria. Minha primeira gestão foi no período de março de 1979 a março de 1986. Agora, estou em minha segunda gestão, iniciada em março de 2004.

Filantropia: Sobre o projeto Teatro nas Universidades, qual é seu objetivo?
Paulo: O Teatro nas Universidades possui vários intuitos. Ele tem a função de prover fomento ao teatro; promover a integração dos alunos das faculdades participantes com o espetáculo, por meio dos debates após a apresentação teatral; além de incentivar o surgimento de futuros empreendedores.

Filantropia: Explique a interação que o projeto faz entre teatro/cultura e cidadania.
Paulo: A meta é ampliar a visão crítica do estudante com relação ao mundo. No momento em que a informatização passa a ganhar muita importância na formação do jovem, é fundamental que, simultaneamente, seja estimulada a humanização. Afinal, estamos no século 21. O teatro conceitua, a informática informa.

Filantropia: O Teatro nas Universidades atua apenas em São Paulo?
Paulo: Por enquanto, estamos desenvolvendo este trabalho apenas em São Paulo. Mas nossa intenção é tornar o projeto mais abrangente, a fim de ser ampliado para outras regiões do Brasil, onde o acesso à cultura é mais limitado. Para isso, primeiro necessitamos da formação de núcleos em outros estados.

Filantropia: Toda a família está envolvida em projetos sociais?
Nicette: Claro, com certeza! Somos artistas e todo artista condensa uma
ação social.

Filantropia: Recentemente, você foi condecorada com a Comenda da Paz Chico Xavier. O que essa premiação representou para você?
Nicette: Foi um misto de surpresa e honra. Mas, acima de tudo, essa homenagem aumentou minha responsabilidade em relação ao trabalho de promoção do ser humano. Fez com que eu desejasse me empenhar cada vez mais para isso.

 

Filantropia: Como vocês conseguem conciliar profissão, vida em família e trabalhos sociais?
Paulo: Só Deus sabe! Mas é preciso dividir nossas vidas, tanto profissional quanto particular, social e religiosa. É o princípio básico da fraternidade e do conhecimento. É um trabalho de equipe! O mais difícil em nossa carreira é saber administrar. Não confundir ou misturar as coisas. Acho que até estamos indo bem nesse ponto.
“No momento em que a informatização passa a ganhar muita importância na formação do jovem, é fundamental que, simultaneamente, seja estimulada
a humanização”
Paulo Goulart

 

Filantropia: Qual a visão de vocês sobre o Terceiro Setor no país?
Paulo: Organizações não-governamentais. Essa é a primeira idéia que me vem à mente. Acreditamos que a sociedade deve participar cada vez mais de projetos sociais, desde que sigam os princípios das essências e valores, pelos quais cada um é responsável por seus atos.

Filantropia: Quais seriam os setores mais necessitados de atenção, tanto por parte do governo quanto das ONGs?
Nicette: Fundamentalmente, a educação. Somente por meio da educação e da cultura é que formaremos cidadãos conscientes de seus direitos e deveres.

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