A gestão da área de Recursos Humanos, também conhecida pela sigla RH, envolve um aglomerado de habilidades, métodos, políticas e práticas pré-definidas com a finalidade de administrar os comportamentos e desempenhos internos, e, assim, potencializar as habilidades dos funcionários. Trata-se de um objetivo claro: selecionar, gerir e conduzir os funcionários na direção correta rumo aos propósitos e metas da instituição.
O RH também lida com estratégias, relações sindicais entre a organização e o funcionário, relações de trabalho e técnicas específicas como seleção, treinamento, planos de carreira, salários, avaliação de desempenho e incentivos. Muito dessa temática envolvida com a gestão de funcionários deriva da psicologia e da sociologia, que diz respeito às expectativas e às atitudes relacionadas ao trabalho, à motivação, à liderança, à qualificação e à produtividade.
Pode-se considerar que o modelo de gestão de recursos humanos mais praticado ultimamente tem grande respaldo na Administração Científica de Taylor e na Escola das Relações Humanas. O sistema de gestão dos funcionários é dividido em:
Existem diversos modelos de gestão de pessoas, e o principal utilizado é o da Gestão de Competências. Sua característica principal é fornecer ao campo de recursos humanos e de administradores de empresas ferramentas para gerir e desenvolver os funcionários de maneira clara, com foco e critérios bem estabelecidos. Tais ferramentas estão associadas à distribuição dos cargos e funções de cada organização.
O mercado de trabalho relacionado à área de Recursos Humanos tem grande potencial de desenvolvimento, uma vez que possui diversas ramificações. Vale lembrar que a graduação do profissional de RH o capacita para desenvolver qualquer uma das habilidades listadas a seguir. São elas:
RECRUTAMENTO E SELEÇÃO
Nesta área, o profissional participa e faz todo o processo de seleção de um candidato, podendo ser desde a divulgação da vaga até a contratação. No curso de graduação, aprende técnicas para avaliar se o perfil do candidato se adapta ao da empresa. No momento da entrevista, é responsável por aplicar as dinâmicas, conversando com os candidatos e avaliando suas competências.
TREINAMENTO
Neste ramo se desenvolvem as competências dos funcionários, e é aqui que eles trabalham suas deficiências. O profissional deve organizar treinamentos que possam auxiliar neste processo de conhecimento técnico e de comportamento. Também irá realizar pesquisas para observar a assiduidade dos funcionários ou se há alta taxa de rotatividade na empresa.
FUNÇÕES, REMUNERAÇÃO E BENEFÍCIOS
O gestor deve sempre estar atento aos pisos salariais de cada cargo específico, e verificar se estão sendo cumpridos. Este departamento também deve sugerir que a empresa traga outros benefícios aos funcionários (como assistência médica e plano odontológico). Trata-se de uma área de extrema importância, uma vez que monitora o cumprimento dos direitos e evita problemas trabalhistas.
DEPARTAMENTO PESSOAL
Este setor tem como responsabilidade coordenar os processos e atividades da folha de pagamento, folha de ponto e faltas. Também deve averiguar se benefícios como Vale-Alimentação e Vale-Transporte estão sendo recebidos corretamente. O responsável pelo cumprimento destas ações é o departamento financeiro, entretanto, é função do RH supervisionar tais tarefas.
PLANO DE CARREIRA
Quando uma empresa procura profissionais cada vez mais capacitados, ela investe em cursos para o desenvolvimento dos funcionários, podendo ser até a possibilidade de realizar uma graduação ou pós-graduação e subir de cargo. Ações como essa incentivam a aprendizagem e motivam os funcionários a se desenvolverem, tanto no âmbito pessoal como no profissional.
SAÚDE E SEGURANÇA
Este setor organiza eventos de prevenção contra acidentes de trabalho. Também é responsável por organizar exames admissional e demissional, pelos quais todos os funcionários devem passar.
RELAÇÕES TRABALHISTAS
O gestor de Recursos Humanos deve ser o elo entre o funcionário, a organização e o sindicato regente da categoria. Toda a equipe de RH deve estar à par dos líderes sindicalistas, das leis, direitos e deveres, tanto da empresa quanto do funcionário.
É fato que a profissão de gestor de Recursos Humanos tem espaço garantido no mercado de trabalho, uma vez que a busca das instituições pela melhoria no desempenho dos funcionários é constante.
As instituições do Terceiro Setor expandiram muito sua área de atuação na década de 1990, e isso aumentou a competitividade por financiadores que contribuíssem para a continuidade de suas atividades. Práticas de gestão tiveram de ser corrigidas e processos foram implementados, assim como ações que gerassem resultados mensuráveis.
Assim como a gestão de recursos humanos é realizada em empresas privadas, ela também precisa acontecer em instituições sociais. Trabalhar em uma ONG é um projeto para quem gosta de desafios. Para a diretora de Cidadania e Voluntariado da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH), Heloisa Coelho, o Terceiro Setor possui grande importância na sociedade. “O grande atrativo do Terceiro Setor é oferecer possibilidades de desenvolver ações que transformam não só a sociedade, mas a própria pessoa”, revela Heloisa. Dentre os aspectos positivos de se trabalhar na área destaca-se o desenvolvimento de certos conhecimentos específicos, habilidades e atitudes, difíceis de serem exercidos no desempenho de funções no primeiro ou no segundo setores. “As atribuições da área de RH em governos e empresas são muito delimitadas e burocráticas, deixando pouco espaço para a criatividade e a inovação que o Terceiro Setor oferece”, esclarece a diretora.
Devido a seus reduzidos orçamentos, infelizmente ainda não é comum encontrar em algumas organizações sociais áreas ou departamentos voltados exclusivamente para o RH. Um dos principais desafios a serem ultrapassados é o da eficiência, que envolve a falta de preparo de gestores das organizações do ramo. Um dos principais papéis do gestor de recursos humanos em ONGs é o de estabelecer critérios sobre como coordenar os funcionários e voluntários envolvidos no projeto. Muitos modelos de instituições sem fins lucrativos no Brasil partiram do princípio de que para diminuir gastos era preciso empregar mão de obra barata e desqualificada, e isso impactou negativamente nos resultados em curto prazo da organização.
Dentro de uma organização, o gestor também terá a oportunidade de fortalecer habilidades distintas e o convívio em equipe. “Numa ONG, o profissional de RH fortalecerá sua capacidade de trabalhar em equipe, melhorará seu nível de comunicação com outras pessoas e consolidará valores éticos. Tudo de maneira informal, no simples exercício de seu cargo ou função” relata Heloisa. A realidade da organização de uma ONG é diferente das entidades privadas e demandam habilidades, atitudes, valores e capacitação específica para que seja possível geri-la. O profissional deve estar ciente de seu papel e consciente dessas diferenças quanto ao propósito, valores, obtenção de recursos, resultados e, principalmente, sobre o perfil do trabalhador. Institutos e fundações empresariais vêm, nos últimos anos, expandindo o mercado de trabalho de RH neste setor. Heloisa explica que isso ocorre por conta da maior ênfase na especialização dos colaboradores. “Com orçamentos maiores e foco em gestão, eles percebem a importância de contarem com profissionais especializados nesta área, com vistas ao atingimento de seus objetivos nas áreas de responsabilidade social empresarial, investimento social privado, entre outros”.
Para Heloisa, é imprescindível que o profissional tenha em mente os objetivos e a organização necessários para gerir o projeto. “Neste momento, por exemplo, o Comitê Rio 2016 está com processo de recrutamento e seleção aberto para diversas áreas, inclusive RH. Para avaliar o desempenho de voluntários, o profissional de RH deve estabelecer, com a organização social e os próprios voluntários, as metas a serem atingidas por meio de suas ações, definir os indicadores, monitorá-los, avaliar os resultados e, em seguida, reformular as ações, fechando o ciclo de gerenciamento de voluntários iniciado com o recrutamento e seleção” destaca.