Alguns dos dados levantados na última pesquisa sobre voluntariado, realizada pelo Instituto DataFolha a pedido da Fundação Itaú Social, indicaram caminhos a respeito do relevante papel que os programas de voluntariado empresarial podem desempenhar no aumento da participação dos cidadãos em ações que visem o bem comum.
A porcentagem de brasileiros que atua ou já atuou como voluntário permanece no patamar dos 30%, e isso revela o potencial ainda latente de participação e engajamento.
Vamos olhar então para os motivos alegados pelos que não participam. O primeiro argumento é a falta de tempo, aquilo que normalmente ouvimos quando, nos nossos círculos de convivência, convidamos amigos ou familiares para alguma atividade, ou o que ouvimos como gestores de programas de voluntariado quando convidamos os colaboradores da empresa para alguma ação social. Claro que é verdade que somos muito ocupados, que a vida moderna, trânsito, trabalho, filhos, estudos, tudo isso consome muito tempo e é difícil encaixar outra atividade nessa lista. Mas é verdade também – e isso aparece nos depoimentos daqueles que participam – que quando uma atividade se torna relevante para a nossa vida, conseguimos conciliar o que queremos fazer.
Os entrevistados também apontam outras razões para justificar o distanciamento do tema: nunca foram convidados (29%) para participar de uma ação voluntária, nunca pensaram nessa possibilidade (18%) e não sabem onde obter informações a respeito (12%).
Nunca foram convidados: opa! Então vamos convidá-los, certo? Oferecer ações voluntárias estruturadas, divulgar oportunidades de atuação, essas são exatamente as funções que os programas empresariais devem exercer. Normalmente, o objetivo principal que nós, gestores, definimos e aprovamos ao desenvolvê-los é o de envolver os funcionários da empresa em atividades voluntárias. E sim, é comum que essas ações sirvam mesmo como uma primeira experiência (positiva, de preferência) que a pessoa pode avaliar e querer repetir, quase como uma “degustação”. Fatores como: a organização da atividade ser feita pela empresa; a pessoa poder participar com seus colegas, amigos, familiares; a organização social ou a comunidade ser indicada por técnicos da área social acabam por minimizar inseguranças e servem como incentivo para que as pessoas aceitem o convite.
Nunca pensaram nessa possibilidade: bom, estamos falando de valores, tratando de solidariedade, cidadania, e um primeiro aspecto a se considerar nesse ponto é: como podemos sensibilizar alguém que ainda não teve contato com essa forma de participação social? Como sensibilizamos adultos com formações e experiências diversas? Estratégias que promovam a participação solidária durante a vida escolar, por exemplo, podem estimular uma participação maior da juventude. Os meios de comunicação claramente podem contribuir muito mais para a disseminação dessa cultura do voluntariado. Mas temos canais muito efi cientes dentro das empresas que podem nos auxiliar nesse caminho.
Não sabem onde obter informações a respeito: novamente a importância da comunicação. Talvez tenhamos que ser mais eficientes nas formas e ferramentas que estamos utilizando para comunicar as mensagens e nas mensagens em si que queremos transmitir. Será que está fácil descobrir como e onde atuar como voluntário?
De acordo com a pesquisa, instituições religiosas seriam as principais fontes às quais os brasileiros recorreriam para obter informações. Em seguida, foram apontados os seguintes meios: internet, associações de bairro, amigos e parentes, pessoas que já exercem atividade voluntária e televisão. Revistas e órgãos públicos seriam os menos procurados.
A percepção dos brasileiros sobre voluntariado tende a ser positiva. A maioria da população de 16 anos ou mais discorda de que ajudar quem precisa é papel do governo e que as pessoas não têm obrigação de fazer atividade voluntária (63%). E 77% concordam que amparar as pessoas que precisam de ajuda é razão importante para um indivíduo decidir ser um voluntário.
Se considerarmos a disposição das pessoas – a pesquisa identifi cou que 58% dos brasileiros se dizem um pouco ou muito dispostos a realizar atividades voluntárias – temos sim um grande potencial de aumentar o número de brasileiros que para além do falar e apenas desejar passivamente que tudo melhore, arregace as mangas e ajude a construir um país melhor.
Pesquisa da Fundação Itaú Social, realizada pelo Instituto DataFolha.
2.024 entrevistas realizadas por todo o Brasil entre 9 e 12 de setembro de 2014, distribuídas em 135 municípios, com
margem de erro máxima de 2 pontos percentuais para mais ou para menos, dentro de um nível de confi ança de 95%.
Pesquisa quantitativa, com abordagem pessoal em ponto de fl uxo populacional, mediante aplicação de questionário
estruturado em tablet. Desenho amostral com base em informações do Censo 2010/estimativa 2013 (fonte: IBGE).
Disponível no site: www.fundacaoitausocial.org.br
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