Censo ABCR 2014: o perfil do Captador de Recursos no Brasil

Por: Rodrigo Zavala
11 Setembro 2014 - 01h04

Levantamento mostra otimismo em relação ao contexto do captador,
com recorte especial para funcionários de organizações sociais

A segunda edição do Censo ABCR, único mapeamento dos profissionais que atuam no Terceiro Setor brasileiro com captação, mobilização de recursos e desenvolvimento institucional, mostrou que eles continuam otimistas em relação ao futuro de seu ofício, tal como do setor.
Nos questionários coletados por meio de pesquisa on-line, os respondentes apontaram uma crescente apreciação de seu trabalho em organizações sociais, como indica o recorte especial desta edição.
Nesse sentido, embora ainda existam desafios para a captação de recursos, muitas vezes não reconhecida como área, os profissionais afirmaram que não são insulares. Recebem suporte das demais áreas-chave da organização (Diretoria, Comunicação, Financeiro etc.), tal como são convidados por estas a participarem dos planejamentos estratégicos
das instituições.

Perfil

De acordo com o levantamento, os profissionais não são tão jovens, sendo a maioria (30%) acima de 50 anos, seguidos empatados (24%) pelos respondentes entre 31 e 40 anos, e 31 e 40 anos. Grande parte deles é formada em áreas de exatas, como Administração e Economia (38% e 11%, respectivamente), apesar de o número de graduados em Serviço Social (9%) e Comunicação Social (7%) ser significativo.
No entanto, chama a atenção que, embora a faixa etária pareça elevada, eles ainda são jovens captadores, em relação ao tempo de atuação no setor. Somados, cerca de 72% dos respondentes não têm 10 anos de trabalho na área.
Isso pode ser explicado pelo contexto brasileiro e o boom de organizações sociais no final dos anos 1990 até meados da década de 2000. Nesse período, o setor social brasileiro passou por um grande processo de profissionalização, levando à especialização de seus colaboradores. Tal processo é relativamente novo no Brasil.
Ainda de acordo com os respondentes, a maioria trabalha no Sudeste, em especial São Paulo (22%), seguido por Nordeste e Sul do país.

Competitividade

Apesar do otimismo em relação ao cenário do captador, esses profissionais ainda apresentam certa dificuldade em se corresponder com seus pares. Mais da metade (53%) avalia de forma insatisfatória a troca de informação e experiência entre eles. Mais: cerca de 30% desse número acredita que existe uma alta concorrência profissional.

Recorte

O levantamento considerou quatro formas de prestação de trabalho dos profissionais. São elas:
Neste ponto, o Censo fez um recorte apenas sobre os profissionais que integram o organograma de organizações sociais.

abcr2
Atuação - Eles trabalham majoritariamente em instituições com atuação em:
Essas instituições acompanham temas tradicionais brasileiros, por seus problemas sociais, incentivos fiscais para essas áreas específicas e investimento social do setor privado.

abcr3
Tempo – Sobre o trabalho nessas organizações, a carga-horária chama a atenção: cerca de 27% dizem trabalhar menos de 10 horas por semana. A pequena dedicação pode ser justificada pela alegada falta de institucionalização da área (de 30%), o que faz com que o profissional não seja exclusivo para captação.
Comparativamente, o número daqueles que trabalham de 30 a 40 horas (24,4%) acompanha o percentual dos que afirmaram que organização da qual é funcionário possui uma área específica (26%).
De forma positiva, 23% dos respondentes afirmam que são profissionais que começaram recentemente a assumir uma função de captador, concomitantemente à criação da área na organização.
Remuneração – A maioria dos profissionais tem registro em carteira (72%), exclusivamente com remuneração fixa pré-combinada. Apenas dois respondentes indicaram receber alguma forma de remuneração variável, como bonificação por meio de resultados ou proporcional ao volume captado.
Rendimentos – De maneira geral, as diferenças sobre quanto um captador de recursos (Júnior, Pleno e Sênior) deve ganhar não sofreram mudanças significativas em relação ao Censo de 2013. O que não deixa de ser curioso, já que no ano passado a questão foi aberta e, em 2014, foi exclusiva para quem é funcionário de uma OSC.
Nos dois anos, a maioria dos respondentes acredita que profissionais de início de carreira (1 a 5 anos) deveriam receber entre R$2 mil a R$5 mil; o Pleno (5 a 10 anos), de R$4 mil a R$8 mil; e o Sênior (acima de 10 anos), mais de R$10 mil, como remuneração líquida.
Envolvimento – A maioria dos respondentes se diz apoiada por áreas-chave da organização (Diretoria, Comunicação e Marketing, Projetos, Financeiro), tal como no planejamento (Planejamento Estratégico, Gestão e Elaboração de Projetos, Planejamento e Acompanhamento Financeiro). Isso mostra que, pelo menos, o profissional não é satélite na organização,
Empecilhos – Em uma das poucas respostas discursivas do questionário, os associados ABCR expuseram uma série de motivos que dificultam a captação de recursos. Embora a falta de uma legislação que incentive a doação no país seja um tópico frequente, há também uma insatisfação dos respondentes com relação à:
• Informação sobre a captação/mobilização de recursos;
• Formação de profissionais na área;
• Falta de cultura de captação nas organizações;
• Falta de uma gestão institucional, em especial sobre transparência e planejamento.

Atualização - Sobre a formação contínua desse profissional, além de meios de comunicação e conhecimento mais autodidatas (sites, livros, revistas), a maioria tem interesse por eventos (75%) e cursos (63%), o que mostra que eles circulam e investem em educação especializada.
Porém, chama a atenção também o baixo número que se envolve em grupos de interesse e afinidade (5%), sugerindo que trabalho em rede ainda não é uma realidade para a maioria. Este dado pode também ser creditado às questões sobre competitividade no setor, já mencionadas.

Otimismo

Apesar dos desafios impostos no contexto atual, há uma avaliação otimista sobre cenário brasileiro para a atuação do profissional e da captação de recursos no Brasil. Cerca de 77% deles acreditam que é positivo com boas a muitas oportunidades, contra 20% que consideram estável, sem muitas mudanças.
Embora o número seja relativamente inferior ao Censo de 2013 (pouco mais de 80% de otimismo), naquele ano havia um número maior de respostas alertando para um cenário negativo (10%), muito acima dos 3% deste ano.
As tabelas com todos os resultados serão publicados no site e Boletim da ABCR.

Link: http://captacao.org

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