Guinada para a sustentabilidade

Por: Dal Marcondes
01 Janeiro 2010 - 00h00

Dez anos atrás, o próprio conceito de sustentabilidade não era amplamente assimilado. Tanto que o Guia Exame de Sustentabilidade – da revista Exame, uma das mais importantes no cenário empresarial – circulava anualmente ainda como Guia de Boa Cidadania Corporativa. Trata-se de um roteiro de boas ações muito mais focadas em filantropia do que em efetivo comprometimento com o negócio. No guia de boas ações lançado em 2000, dificilmente haveria lugar para a empresa que se destacou em 2009 como uma das líderes em sustentabilidade no Brasil e com iniciativas que servem de benchmarking para todo o planeta.

O Walmart, empresa escolhida pelo júri da Exame por meio de critérios elaborados pelo Centro de Estudos da Sustentabilidade da Fundação Getulio Vargas, se olhou no espelho em 2005 e não gostou do que viu. Uma empresa despreparada para os grandes desafios sociais e ambientais do século 21. Naquele ano, o então presidente mundial da empresa, maior grupo de varejo do mundo, declarou sua angústia com o destino do negócio e o estado do mundo, e preparou o Walmart para uma das mais espetaculares viradas que uma empresa de atuação global já realizou.'

Cinco anos depois, eleito pela Exame como Empresa Sustentável de 2009, o Walmart está fazendo transformações não apenas em seus processos de gestão e nos produtos que oferece aos clientes nas gôndolas de suas lojas; está influenciando a economia global e contaminando sua cadeia de valor com o vírus da sustentabilidade. No Brasil, a equipe do Walmart assumiu a responsabilidade de encarar um desafio de imensas proporções: estabelecer uma relação de legalidade absoluta com suas cadeias de valor relacionadas à Amazônia, principalmente seus fornecedores de carne bovina. Mas a história do namoro do Walmart Brasil com a sustentabilidade não começa no boicote da carne vinda de áreas de desmatamento ilegal na Amazônia. Antes disso, a empresa já vinha ensaiando suas ações com apoio a projetos socioambientais na Amazônia, através de parcerias com ONGs, com o Instituto Peabiru e a Conservação Internacional, com o apoio a iniciativas em áreas de carência social no Nordeste e com o estabelecimento de metas claras e mensuráveis em relação ao consumo de água, energia e produção de resíduos.

Os passos da empresa pela trilha da sustentabilidade foram surgindo ao longo do tempo e se consolidando como estratégias transformadoras, tanto do Walmart quanto de seus parceiros e fornecedores. Algumas ações tiveram grande visibilidade, mais por sua relevância que por investimento em publicidade. É o caso da campanha Saco é um Saco, iniciada pelo Walmart em parceria com o Ministério do Meio Ambiente, e que foi adotada por outras empresas do varejo; é também o caso do boicote da carne de áreas desmatadas da Amazônia, que teve o inédito apoio do Greenpeace. Segundo o diretor da entidade no Brasil, Marcelo Furtado, o Walmart “é uma das poucas empresas para quem a necessidade de mudar foi compreendida”. E não apenas isso; segundo o presidente da empresa no Brasil, Hector Nuñez, “não é uma mudança apenas para ser legal, mas porque é a estratégia de negócio mais inteligente”.

Outras ações foram feitas nos alicerces da empresa, nas estruturas que sustentam o negócio: as pessoas. Uma parceria com o Instituto Akatu levou informações sobre consumo consciente para cerca de 72 mil colaboradores, o que desembocou em uma campanha interna para envolver os colaboradores em projetos pessoais de sustentabilidade. Na intranet da empresa já são contabilizados 42 mil projetos adotados por pessoas da organização. Outra ação de destaque é realizada com pequenos fornecedores, principalmente produtores rurais com renda mensal baixa, que passam a receber do Walmart assistência técnica de agrônomos e atendimento direto para compras, sem passar por intermediários. Isso aumentou a renda desses parceiros.

Para enfrentar um dos fantasmas das ações sustentáveis – a falta de conhecimento sobre os temas que precisam ser trabalhados –, o Walmart decidiu realizar estudos sobre diversas de suas cadeias de valor. Para isso, contratou a Envolverde, que criou relatórios temáticos com as principais informações técnicas, econômicas, sociais e ambientais de algumas áreas fundamentais para a ação da empresa: Amazônia, embalagens e cadeias produtivas. Atualmente, a

Envolverde está trabalhando em um novo relatório, sobre a cadeia de valor do pescado. Esses relatórios estabeleceram a base do diálogo sobre esses temas, possibilitando um avanço mais rápido no conhecimento e maior segurança nas decisões.
As ações da empresa saltaram para fora de sua área de influência direta e de interesse comercial objetivo. Desde 2007, o Walmart é membro do Fórum Amazônia Sustentável, e atualmente faz parte da Comissão Executiva da entidade, dividindo responsabilidades e decisões com importantes ONGs e empresas, como o Instituto Ethos, o Imazon, o Grupo de Trabalho Amazônico, a Vale, a Agropalma e outros. Esse Fórum discute políticas de desenvolvimento sustentável para a Amazônia, realiza eventos para construção de conhecimento sobre a região e propõe políticas públicas para os governos locais e Federal. É um comprometimento que vai muito além do negócio, estabelecendo um vínculo de responsabilidade com a sociedade e com as causas ambientais urgentes, como o aquecimento global e a preservação de biomas.

O ponto alto das ações do Walmart em 2009 foi uma grande reunião realizada em São Paulo, em junho, em que a alta direção da empresa no Brasil e na matriz recebeu presidentes de 20 grandes empresas para assumirem solidariamente compromissos com metas de sustentabilidade vinculadas à legalidade absoluta nas cadeias de valor da pecuária, da madeira e da soja, além de compromissos pela erradicação definitiva do trabalho escravo no Brasil, pela redução do uso de energia e água, e pela redução na geração de resíduos e sua destinação correta em sistemas de inclusão social e geração de renda. Assinaram o Pacto pela Sustentabilidade Walmart Brasil pesos pesados como Nestlé, Ambev, Unilever, Coca-Cola, 3M e muitos outros.

A empresa certamente ainda é objeto de muitas críticas ao redor do mundo, e não está isenta de responsabilidades em relação a muitas delas. No entanto, quando a maior empresa de varejo do mundo começa a se mover em uma direção, isso não transforma apenas a empresa, mas toda a economia em direção a objetivos de sustentabilidade que podem ser dimensionados e ter resultados aferidos por indicadores.

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