Triple Bottom Line: O tripé da sustentabilidade

Por: Fernando Credidio
01 Novembro 2008 - 00h00

Há quatorze anos, o sociólogo e consultor britânico John Elkington formulou o conceito Triple Bottom Line – o tripé da sustentabilidade – expressão consagrada atualmente e também conhecida como os “Três Ps” (people, planet and profit) ou, em português, “PPL” (pessoas, planeta e lucro). Segundo esse conceito, para ser sustentável uma organização ou negócio deve ser financeiramente viável, socialmente justo e ambientalmente responsável.

Ao instituir o Triple Bottom Line, Elkington tentava criar uma linguagem que captasse a complexidade da agenda da sustentabilidade, uma vez que algumas organizações, como o Conselho Mundial de Negócios para o Desenvolvimento Sustentável – que representa várias empresas líderes do mundo –, estavam dialogando a respeito de eficiência, em especial, de que forma poderiam lucrar economizando energia, protegendo o meio ambiente e diminuindo a poluição.

Naquele tempo já se preconizava que os negócios trilhassem um caminho sustentável, mas era necessária a discussão a respeito de uma série de outras questões relativas ao aspecto social que, ainda hoje, muitas empresas insistem em ignorar, provavelmente porque a sustentabilidade se impõe, progressivamente, como um desafio maior para elas, na medida em que altera o ambiente de negócios.

Aron Cramer, presidente e CEO do Business for Social Responsibility (BSR), afirma que as empresas estão sendo obrigadas a pensar em prazos mais longos e na relação que mantêm com a sociedade e com o meio ambiente. É verdade! Em um cenário de profundas alterações ambientais e mudanças climáticas, não se pode mais pensar em negócios dissociados desse contexto. Se quiserem se manter no mercado, as empresas também deverão pensar no bem-estar da sociedade, o que inclui preservar os recursos naturais e usá-los de maneira adequada.

Dessa forma, um dos principais objetivos do tripé da sustentabilidade é informar que o assunto se trata de negócios, porque é o que as empresas têm de fazer e o que o mercado exigirá cada vez mais, daqui para frente. Contudo, não apenas do ponto de vista financeiro, mas, sim, sob o viés econômico, ambiental e social, o tripé da sustentabilidade é um conceito que ajuda a pensar no futuro de uma maneira mais ampla. É preciso, porém, que essa preocupação atinja também as esferas políticas de modo decisivo, porque as empresas dependem de mudanças de atitude nesse âmbito.

Nem sempre o caminho é fácil

As instituições que desejarem trilhar o caminho da sustentabilidade se depararão com vários obstáculos. Atualmente, as organizações da sociedade civil, ativistas, formadores de opinião, parte da mídia, alguns dos seus empregados, clientes, consumidores e investidores desejam – e muitas vezes, pressionam – as empresas a abraçarem um desenvolvimento sustentável.

Entretanto, a prioridade que as diretorias das companhias deveriam conferir a essa forma de gestão ainda não está clara, porque não é uma coisa que funcione simplesmente como apertar um botão e virar sustentável, da noite para o dia. Ou que o mercado financeiro diga “aleluia, aquela é uma grande companhia, por isso compraremos mais de suas ações”. Tampouco pode ser desafio de agências de comunicação e propaganda. Trata-se, sobretudo, de um experimento.

O papel dos países emergentes

A maior parte dos países que já alcançaram o desenvolvimento não teve de arcar com preocupações ambientais. A pergunta que surge é se é justo que as nações em desenvolvimento, a exemplo do Brasil, tenham de crescer de forma sustentável. Não é justo, e nunca será, se as nações ricas não as ajudarem.

Existe uma dívida histórica com os países em crescimento e economias emergentes. O mundo industrial conseguiu suas riquezas explorando recursos naturais em todo o mundo. Por isso, neste momento, não se pode simplesmente dizer para os outros países fazerem diferente sem ajudá-los nesse caminho.

Os países em desenvolvimento, por diversas razões e formas, terão de abraçar, ao menos em parte, a agenda do desenvolvimento sustentável. Sem dúvida, essas nações trarão criatividade ao processo, além de novas maneiras de pensamento a respeito do tema. Isso não quer dizer que eles darão todas as respostas, mais do que o norte e o Oriente têm feito. Mas, com certeza, a pressão será exercida muito intensamente ao sul do globo também.

Certamente a saída não vai ocorrer por meio dos governos e todos os seus problemas com a corrupção. A solução deverá acontecer no mundo empresarial. Existem tecnologias a serem transferidas. Já estamos vendo isso acontecer aos poucos na China, na Índia e até mesmo no Brasil. Os caminhos terão de ser balanceados, não há mais como pender somente para um dos lados.

Ademais, adequar as atividades da empresa ao conceito de desenvolvimento sustentável é uma questão de sobrevivência e de competitividade. Quanto mais a organização se negar a agir de forma sustentável, maiores serão os desperdícios, riscos de multas, reivindicações da comunidade e comprometimento de sua imagem e reputação. Portanto, a empresa moderna deve estar cada vez mais atenta a essas questões, fazendo da sustentabilidade parte integrante do seu negócio.

Se quiserem se manter no mercado, as empresas também deverão pensar no bem-estar da sociedade, o que inclui preservar os recursos naturais, usá-los de maneira adequada e sem comprometer o bem-estar

Fernando Credidio. Pós-graduado em Comunicação Social, com ênfase em Marketing e Propaganda, professor, palestrante, ensaísta e consultor em comunicação organizacional para o Terceiro Setor e Sustentabilidade/ Responsabilidade Social Empresarial.

 

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