No final de 2017, a Associação Brasileira de Captadores de Recursos (ABCR) divulgou os primeiros resultados da sua mais recente edição do Censo ABCR, pesquisa nacional que mapeia e busca entender quem são os profissionais que se dedicam a mobilizar doações para causas.
Dentre os números inicialmente apresentados, um chama a atenção, justamente por reforçar algo que quem promove a sustentabilidade financeira das organizações já sabe: o captador de recursos, de forma geral, trabalha dentro das instituições e, na maioria dos casos, como funcionário dela.
Essa foi a opção indicada por quase 55% dos participantes da pesquisa, superando largamente as demais alternativas. Entre os participantes do Censo, apenas 15% dos captadores são conselheiros ou diretores de suas organizações, e outros 15% são consultores, conforme a tabela abaixo.
Esse resultado está bastante alinhado com as melhores práticas de captação de recursos em todo o mundo além do que se acredita que é fundamental para a promoção da sustentabilidade das organizações da sociedade civil.
Dificilmente vamos ver a administração pública sem uma área para cobrar impostos – todos os governos as têm. Também não vamos encontrar muitos exemplos de empresas sem área comercial ou de marketing, para vender seus produtos e serviços. Por que, portanto, deveríamos fazer diferente, e não ter uma área de captação de recursos para trazer as doações, que são o que nos financia?
Não deixa de ser, portanto, entusiasmante saber que a maioria dos profissionais que atua no setor e faz parte da rede da ABCR, já é profissional contratado pelas organizações da sociedade civil.
E isso impacta diretamente na remuneração desses profissionais.
Um trabalhador tem de ser adequadamente remunerado, e o captador é um profissional como todos os demais, devendo ser valorizado e receber o justo pagamento pelo seu empenho e dedicação.
Por isso, no Censo, nós também quisemos saber qual é a forma de remuneração dos captadores, e não foi nenhuma surpresa. Em consonância com o resultado anterior, descobrimos que a grande maioria dos profissionais recebe salário, representando mais da metade dos entrevistados (quando somados todos que recebem remuneração fixa).
Dos demais, quase 30% é voluntário, e somente 12% recebe apenas uma comissão proporcional ao valor captado, modalidade que não remunera o captador pelo seu trabalho, apenas pelo resultado:
Sem dúvida, esses resultados são muito saudáveis para a profissão. Nós, captadores, atuamos por causas e para causas, e idealmente devemos estar vinculados às instituições para as quais captamos.
O pedido vem de dentro para fora, da instituição para o indivíduo e para a sociedade. Um captador sem relação direta com a organização não a representará plenamente, nem terá motivos para “vestir a camisa” - e quem pede tem que acreditar na causa, não pode fazer apenas pelo dinheiro.
Os números, portanto, já mostram isso. Agora é com você: quer avançar na captação de recursos da sua instituição e garantir sua capacidade de fazer um país melhor? Contrate um captador!