Diversidade: a diferença nos humaniza

Por: Laize de Barros
02 Setembro 2021 - 00h00

Somos diversos. Nossa riqueza está nas diferenças entre nós. Ainda há um longo caminho para reconhecer a diversidade como um valor humano. Estamos no meio do caminho e precisamos descontruir preconceitos como o machismo, o racismo e o sexismo.

A palavra “desconstrução” tem sido bastante utilizada para definir o momento que vivemos, de mudanças em nossas referências.

Ouvimos homens mencionarem que estão desconstruindo seu machismo, ou pessoas com mais de 60 anos discutindo temas como sexualidade, mostrando que estão desconstruindo seu olhar sobre a própria velhice.

Nossa presença cada vez mais constante em quantidade nas redes sociais deve avançar para a qualidade de participação, ou seja, nossa comunicação deve ser inclusiva. Para tal, é necessário ampliar repertório e vencer barreiras.

O menino indiano Anujath Sindhu Vinayla, aos 10 anos, ensinou o mundo sobre a importância do trabalho de uma mulher.

Ele desenhou sua mãe em tarefas domésticas e demonstrou as muitas atividades exercidas por ela. Seu desenho, intitulado “Retrato da mulher que não trabalha”, é uma crítica ao não reconhecimento da mulher que realiza tarefas domésticas e tornou-se um símbolo da luta pela equidade entre os gêneros a ser conquistada.

No caso das mães, a mulher que realiza trabalhos domésticos e a mulher que atua no mercado sofrem com excesso de tarefas e preconceitos, tais como o não reconhecimento social e a ausência de políticas públicas que garantam empregos, creches e escolas para crianças pequenas.

Há múltiplas barreiras ao crescimento profissional de mulheres.

São barreiras internas e barreiras estruturais e culturais.

As barreiras internas são a autoimagem e autoestima, principalmente. A descrença em seu potencial para realizar-se profissionalmente, acompanhada de desconhecimento de talentos, habilidades e competências.

As barreiras estruturais e culturais são as impostas por um certo modelo masculino prevalente, que impede a ascensão profissional de mulheres ou cria impedimentos para tal, por vezes sutis, como negar ou intimidar a participação igualitária em reuniões de trabalho e dificultar a promoção ou o exercício de funções de liderança.

Embora estudem mais, as mulheres ganham menos e ainda lutam pela equidade salarial.

Segundo Sally Hegelsen, coautora do livro “How women rise”, é principalmente a eliminação das barreiras internas que permite à mulher ocupar uma posição de influência e autoridade. Então, as coisas podem começar a mudar!

Para identificar quais são os comportamentos que nós, mulheres, desenvolvemos em nossas carreiras em uma tentativa de sobreviver e sermos reconhecidas, Sally propõe que além de construir alianças e apoios, que abusemos do poder de dar e receber feedback fazendo uso de perguntas disparadoras.

Podemos contar com as atuais iniciativas de mentorias de mulher para mulher e de executivas para meninas, com o objetivo de empoderar as mulheres e derrubar as três principais barreiras para a liderança feminina: internas, estruturais e culturais.

Uma mudança tão grande de paradigmas por vezes exige a participação em um grupo e/ou uma mentoria.

É o que nos diz o professor da Universidade de Nova York, Claudio Garcia, em sua coluna no Valor Econômico, Os homens é que precisam de mentoria para mudar: “Somos nós, homens, que precisamos de ajuda. Ajuda, aliás, que não gostamos muito de pedir, já que isso sugere fraqueza, vulnerabilidade, ou algo que não combina com a máscara que aprendemos a vestir ao longo da vida”.

Sabemos que a participação de mulheres nas decisões empresariais e políticas e a ascensão de mulheres a cargos de liderança depende de mudanças estruturais e culturais, e precisaremos do envolvimento de todos nesta transformação.

Desconstruindo o preconceito de que a idade é barreira para quase tudo, a antropóloga e professora Miriam Goldenberg diz: Velho é lindo! Este é seu “mantra”.

Miriam é pesquisadora do tema e tem lutado pela desconstrução de ideias equivocadas sobre o envelhecimento. Suas colunas bem-humoradas em mídias impressa, Folha de SP, e virtual, UOL, são um convite à reflexão e trazem muitas informações que ajudam a ver a velhice como uma etapa feliz da vida, desde que com saúde, equilíbrio financeiro e bons relacionamentos.

Como podemos mudar este cenário?

Há necessidade de uma união de esforços, incluindo políticas públicas, educação familiar, educação escolar e a conquista de maior igualdade econômica e social que permita oportunidades para todos e todas crescerem alinhando vida e carreira.

Não há só UMA receita para educar meninas, mas algumas orientações têm se mostrado potentes para o empoderamento feminino e a superação de sexismo.

Aqui, selecionei dez orientações para uma educação que cultive a autoconfiança e o amor próprio das meninas:

1. Respeite seu modo de ser;

2. Permita que reconheça e expresse seus sentimentos;

3. Seja você um exemplo de amor próprio e assuma seus erros e imperfeições e sua capacidade de se levantar após a queda;

4. Quanto menos estressante for a vida dos pais, menos será a dos filhos;

5. Enalteça suas qualidades para além da aparência;

6. Crie espaços para que brinque usando a sua capacidade de imaginação;

7. Ensine o cultivo da cooperação, e não a competição;

8. Apoie suas escolhas profissionais e diga que são mutáveis;

9. Ensine que ser fraterno muda o mundo;

10. Fortaleça as escolhas de estar entre quem a apoia e a admira.

 

Mais importante aqui é você se propor a olhar o mundo com novas lentes, respeitar diferentes formas de viver e amar.

Espero que aproveite a viagem! E conta para mim o que viu pela janela...

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