Como criar a autossustentabilidade no Terceiro Setor?

Por: Revista Filantropia
01 Julho 2012 - 00h00

As entidades do Terceiro Setor normalmente contam com patrimônio e recursos próprios. Como o dinheiro é finito, as instituições buscam fazer ações de captação de recursos que preenchem necessidades momentâneas, por meio de bazares, jantares beneficentes, entre outros. Apesar de apresentarem soluções positivas para o desenvolvimento da sociedade, essas organizações contam essencialmente com a doação. Sendo assim, a prática de sobrevivência das organizações não-governamentais é, muitas vezes, baseada no emergencial.
Este sistema é falho, pois além de não garantir perenidade e planejamento, ainda faz com que o recurso doado não tenha comprometimento por parte do benfeitor. É por isso que as entidades devem buscar soluções que promovam a autossustentabilidade e, acima de tudo, independência financeira. Os incentivos fiscais e doações devem fazer parte do planejamento do Terceiro Setor, alinhados a uma rede autossustentável.
Você, leitor, deve estar se perguntando: esse é o modelo ideal, mas como colocá-lo em prática? A forma mais simples de responder ao seu questionamento é apresentando um modelo real de instituição filantrópica autossustentável. A Associação Congregação de Santa Catarina (ACSC) já atua no Brasil há 114 anos e, ao longo desse período, desenvolveu um modelo composto por instituições que geram lucro e obras sociais. De forma prática, a ACSC nasceu com o propósito social de oferecer serviços de educação, saúde e assistência social para as comunidades mais carentes. Mas criou um modelo de negócio no qual instituições que geram lucro transferem recursos para as obras essencialmente sociais e gratuitas. Trata-se da conciliação entre eficiência e compromisso com necessidades das comunidades e valores cristãos. Hoje, a ACSC possui 34 obras, das quais cinco instituições são responsáveis por mantê-las. São elas: Casa de Saúde São José (RJ), Hospital Santa Catarina (SP), Colégio Santa Catarina (SP e MG) e o Residencial Santa Catarina (SP).
Aquela instituição que começou em 1987 com um colégio no Rio de Janeiro hoje é uma das maiores redes de valor compartilhado. Em 2011, a entidade foi responsável por mais de 13 milhões de atendimentos na área da saúde. Além disso, mais de 2.900 alunos estudaram em um dos estabelecimentos de ensino da associação. Na área de assistência social, mais de 3,6 mil pessoas foram beneficiadas.

O que é preciso para aplicar este modelo?

As principais dicas para aplicabilidade de um modelo autossustentável são:

  1. Empreendedorismo: é preciso criatividade, planejamento e visão de futuro para criar um negócio, buscando informação, solução e inovação, a fim de gerar resultados positivos.
  2. Visão de negócio: a instituição precisa se entender como um negócio, que visa receita, lucro, presta serviços, e não apenas como uma obra social ou filantrópica. Tudo isso sem esquecer a sua razão de existir: o social.
  3. Planejamento: O que está se propondo aqui é iniciar um negócio do zero, ou seja, abrir uma empresa filantrópica, que gere recursos para sustentar obras sociais. Por isso, é necessário planejar financeiramente esta empresa, captar o recurso necessário para o start up e para o fluxo de caixa. As palavras de ordem são: planejamento e previsibilidade.
  4. Gestão: Uma vez estruturada esta empresa, não pense que está tudo resolvido. É preciso gerenciá-la de forma profissionalizada para que ela se torne uma fonte de recurso, e não um ônus para a sua organização. Por isso, invista em cursos profissionalizantes de gestão, procure no mercado as melhores práticas e aplique-as à sua empresa.

Agora que você já conhece uma nova alternativa para manter a sua atividade no Terceiro Setor, reflita: está preparado para arriscar em um novo modelo de negócio?

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