Anedotário sem graça

Por: Felipe Mello, Roberto Ravagnani
01 Setembro 2009 - 00h00

Tempos difíceis para quem nutre algum tipo de amor pelo Brasil

Um levantamento da ONG Transparência Brasil revela que o Senado é a casa legislativa que tem o orçamento mais confortável por legislador: seus R$ 2,7 bilhões anuais correspondem a R$ 33,4 milhões para cada um dos 81 senadores.

A partir de uma leitura comparativa que não demanda muitos aprofundamentos, fica visível a incômoda conclusão de que o Senado custa mais que o dobro dos países desenvolvidos. Inserindo no balaio a questão da produtividade, certamente a conta fica ainda mais cara, pois a contribuição efetiva dos senadores é ínfima.

Tempos envergonhados para quem nutre algum tipo de amor pelo Brasil.

Os políticos e as fraldas

Embora o escritor português Eça de Queiroz tenha morrido em 1900, talvez uma de suas frases nunca tenha se encaixado tão bem em uma situação. Segundo ele, “os políticos e as fraldas devem ser trocados frequentemente e pela mesma razão”. O senador Renan Calheiros (PMDB-AL), inclusive, reforça a potência da frase quando chama, dentro do Senado Federal, o seu colega Tasso Jereissatti (PSBD-CE) de “coronel de m...”. Viva a democracia e o decoro parlamentar!

Todas as categorias de cangaceiros

Em resposta à ofensa recebida, o senador Tasso chamou o senador Renan de “cangaceiro de terceira categoria”. Ora, eu nem sabia que a profissão era regulamentada, possuindo diversos níveis de competência. Qual será a meritocracia utilizada para a promoção de categoria?

Um pouco de história: o “Rei do Cangaço”, Virgulino Ferreira da Silva, mais conhecido como Lampião, liderava um bando que sequestrava crianças, botava fogo nas fazendas, exterminava rebanhos de gado, estuprava coletivamente, torturava, entre outras práticas pouco gentis. Seria ele o “cangaceiro de primeira categoria”?

As mil palavras do caçador de marajás

Ainda sob o mesmo teto parlamentar, o senador Fernando Collor (PTB-AL) apresentou ao senador Pedro Simon (PMDB-RS) uma lista de palavras exóticas, acompanhadas de caricaturas faciais que fizeram atores dramáticos corar de inveja. Faz-se necessário traduzir, de acordo com o Houaiss:

• Hebdomadário: publicação que aparece regularmente a cada semana; semanário.

• Deblaterar: expressar-se calorosa e criticamente (contra alguém ou algo).

• Parlapatão: que ou o que se vale de embustes, de contar mentiras e vantagens.

Todas as pelejas no Senado estão acontecendo em função de ataques e defesas ao presidente da casa, José Sarney (PMDB-AP). O mesmo que foi chamado pelo senador Collor, em 1989, de “irresponsável, omisso, desastrado e fraco”. Não sei quais delas são mais difíceis de entender, engolir e digerir, as de agora ou as de 20 anos atrás.

Comunicadores do meu Brasil

Muitas centenas de pedidos de concessão de rádios (comunitárias ou não) aguardam aprovação governamental. Atenção, proponentes de todo o Brasil: o mais novo contemplado é o atual prefeito de Murici/AL, o senhor José Renan Calheiros Filho. Coincidentemente, ele é filho do senador acusado de ser um “cangaceiro de terceira categoria”. Viva a democracia e as amizades oportunistas.

Figuras de linguagem

Por falar em repetição, há alguns meses este espaço apresentou ao leitor o conceito de oxímoro, uma figura de linguagem que combina palavras contraditórias em uma mesma oração. O prêmio de “Oxímoro do Século” vai para a Comissão de Ética do Senado. Afinal, a maioria dos seus integrantes responde por processos em diferentes níveis judiciários. Bastante compreensível, portanto, a decisão inicial de inocentar o poeta Sarney de todas as acusações.

Em um dado momento da história de Roma, exatamente em 44 a.C., os senadores se uniram para encerrar violentamente o governo de Júlio César, por muitos considerado um antirrepublicano. Entre aqueles que desferiram as derradeiras punhaladas encontrava-se Brutus, amigo próximo da vítima. Traição sob pretexto mentiroso de salvar a República, camuflagem tosca da hedionda sede por poder e dinheiro. Tudo tão parecido com o que acontece por aqui. Única dúvida: serão necessários mais dois mil anos para deixarmos de chafurdar na lama moral?

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