A democracia que sempre surpreende

Por: Marcio Zeppelini
01 Novembro 2008 - 00h00

Nos últimos dias, diversos veículos de mídia mencionaram o indescritível poder dos Estados Unidos em surpreender o mundo. Não há como negar que tenha sido uma surpresa um dos países mais racistas do mundo eleger como seu maior representante um homem negro – mesmo tendo somente 12% de sua população da mesma raça. Assim como também sempre surpreende com malfadadas guerras e em prognósticos econômicos que desabam bolsas de todo o mundo.

No entanto, a grande protagonista dessas surpreendentes notícias que mudam o rumo da história do mundo é a democracia – o que não deveria ser, afinal, é a mais tenra expressão da vontade popular. Contudo, o poderio econômico e político e, por muitas vezes, a força da mídia, demonstra falsetes que o voto popular desmascara e põe à prova reflexões de cientistas, jornalistas e outros estudiosos do comportamento humano.

Na terceira maior cidade do mundo, elegeu-se – também pelo voto popular – um homem que até pouco tempo era um ilustre desconhecido dos cidadãos paulistanos. Com quase quatro milhões de votos, o já prefeito Gilberto Kassab derrota figurinhas carimbadas no cenário político paulistano, provando que quem dá o tom da conversa é a democracia. Em nossa Cidade Maravilhosa, o principal candidato pelas pesquisas prévias – Crivella – terminou na terceira posição, dando lugar a quem estava, três meses antes do pleito, na quarta: Eduardo Paes, que se tornou o novo prefeito do Rio. E assim acontece em diversos outros pleitos diretos.

Voltando à terra do finado Tio Sam, a crise econômica que tanto ocupa os noticiários de todo o mundo, somada a esta já comentada surpresa nas eleições, demonstra a diminuição do grande poder do Estado Americano perante a tudo que envolve o progresso do planeta. Os Estados Unidos não mais têm a soberania de mandar e desmandar na economia, passando boa parte dessa responsabilidade aos países emergentes. O G-20, que até pouco tempo era marginalizado, passa a ter apoio até do próprio George W. Bush e, conseqüentemente, de Barack Obama. Protagonista de algumas reações nas bolsas de valores, o G-20 concorre agora firmemente no cenário de ser um excelente mecanismo de força industrial que traga de volta para cima os balanços financeiros de organizações do mundo todo.

E em tempos de crise, nosso setor social também deve ficar com alguns hematomas. Empresas que desenvolvem políticas de responsabilidade social só por “fachada” devem cortar violentamente suas verbas em 2009 para a filantropia, caso fechem este ano no vermelho. Bem a calhar vem a matéria de capa desta edição – “Geração de Renda”. Mais do que nunca, o Terceiro Setor terá criatividade suficiente para driblar os problemas de escassos recursos financeiros.

Um excelente final de ano a todos os leitores, e que o pessimismo de investidores financeiros não contagiem nossos investidores sociais!

Marcio Zeppelini
[email protected]

“Quando não há, entre os homens, liberdade de pensamento, não há liberdade”

Voltaire
filósofo iluminista francês

 

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