Por Amanda Maciel.
*Por Priscila Rodrigues de Souza
Quantas vezes você já ouviu alguém dizer: “somos uma empresa, e não uma ONG”? Essa frase, que parece inofensiva, é na verdade uma das maiores provas da falta de entendimento sobre o terceiro setor. É uma afirmação que desvaloriza anos de trabalho, planejamento e dedicação, e coloca as instituições sociais em um patamar injusto, como se não tivessem objetivos sérios ou uma gestão estruturada, orientada por métricas e comprometida com resultados concretos.
O problema é que esse tipo de discurso reforça um estigma ultrapassado: o de que as organizações sociais seriam espaços de improviso, sustentados apenas pela boa vontade, sem processos ou capacidade de gerar impacto sustentável. Nada poderia estar mais distante da realidade. Hoje, o terceiro setor é um campo que adota modelos de governança, estratégias de longo prazo e sistemas de avaliação de resultados tão robustos quanto os de empresas privadas. E mais do que isso: com uma proposta de valor única, que não se mede em dividendos financeiros, mas em transformação social.
Segundo o Mapa das Organizações da Sociedade Civil (Ipea, 2023), o Brasil conta com mais de 870 mil organizações da sociedade civil ativas. Juntas, elas movimentam recursos significativos, geram empregos e contribuem com cerca de 4,27% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, um percentual comparável ao de setores tradicionais da economia, como o de telecomunicações.
O impacto no mercado de trabalho também é expressivo: de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), só em 2022 o setor empregou formalmente mais de 2,3 milhões de pessoas, sem contar os milhões de voluntários que dedicam tempo e conhecimento para potencializar os resultados.
E mais: um estudo do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial mostra que países com um terceiro setor fortalecido apresentam melhores índices de desenvolvimento humano e maior resiliência social em crises econômicas.
Esses dados mostram a força econômica, mas ainda não traduzem toda a dimensão do impacto que uma ONG pode proporcionar. O que realmente importa são as vidas transformadas: crianças que recebem educação de qualidade, jovens que encontram oportunidades, idosos que ganham dignidade, comunidades inteiras que passam a ter voz e acesso a direitos antes invisíveis.
Trago aqui o exemplo da Liga Solidária, que é uma organização centenária em São Paulo, e que vem atuando com programas voltados a educação de qualidade, inclusão produtiva, vínculos comunitários e envelhecimento ativo. Só em 2024, a Liga impactou mais 6.400 pessoas e 1.000 famílias em seus programas, com projetos de longo prazo e resultados mensuráveis. Não é improviso: é estratégia, compromisso e coragem para transformar realidades.
Por isso, proponho que passemos a questionar essa visão. Eficiência não é privilégio de empresas privadas, seriedade não é sinônimo de lucro, e impacto social não acontece por acaso. É fruto de muito planejamento, disciplina e visão de futuro.
Se você acredita que mudanças reais dependem de ação concreta, não de preconceito, conheça o terceiro setor de perto. Apoie as instituições e junte-se a movimentos que acreditam no poder da gestão aliada à solidariedade. Porque no fim das contas, ser uma “ONG” é escolher transformar o mundo de forma real, organizada e profunda.
*Por Priscila Rodrigues de Souza, Gerente Executiva de Desenvolvimento Institucional da Liga Solidária
Esse conteúdo foi originalmente publicado por OngNews, em 08 de Outubro de 2025.
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