Terminada a Copa do Mundo no Brasil, é chegada a hora de avaliar o que ficou de bom e de ruim para o país, os chamados “legados”. E este é o assunto da nossa matéria de capa.
Mas o tema do qual queremos tratar neste editorial não é exatamente o dos legados ou do trágico fim da Seleção Brasileira dentro de campo. Nosso assunto aqui é: gestão de equipes!
Felipão bem que tentou trazer (ou deixar por aqui) o Hexacampeonato. Dentro de suas crenças, tentou selecionar a melhor equipe, buscando os melhores exemplares que o futebol tupiniquim tem à disposição no mercado. Ofereceu um alto “salário e benefícios” (o da exposição ao mercado mundial da bola) e uma intangível “bonificação”, caso conquistassem a meta de erguer a taça – a de entrar para a história do Futebol Brasileiro.
Como sabemos (e nos lembraremos eternamente), o tiro saiu pela culatra, e a história que essa equipe escreveu ficou manchada. Incompetência? Azar? Indisciplina? Falta de vontade? Talvez um misto de tudo isso tenha levado ao fiasco de não atingir a meta que estava estabelecida no planejamento.
Trazendo essa situação para o nosso pequeno mundo sem “padrão FIFA” do Terceiro Setor, creio que nós, gestores de ONGs, passamos pela pele do Felipão todos os dias: como selecionar melhor nossa equipe? Como motivá-los e fazê-los acreditar que não trabalham para nós, mas pela CAUSA sobre a qual nossa organização se debruça e alimenta esperanças diariamente de soluções que, muitas vezes, são demoradas e doloridas?
Nós (Thaís e Marcio), como dirigentes do Instituto Filantropia, sofremos com a gestão de equipes tanto quanto Felipão e, acreditamos, quanto todos os dirigentes das quase 300 mil ONGs brasileiras.
Sabemos que lidar com nossos colaboradores ao estilo Felipão – xingando, sendo austeros, compulsivos e contundentes – não dá certo. Sendo bonzinhos ao extremo e não dando real valor aos talentos individuais, como fizeram diversas seleções (algumas que se diziam favoritas ao Título), tampouco funciona.
Planejamento prévio, precisão, técnica, espírito coletivo e um pouco de humildade, somados à vontade de vencer instaurada no coração (e nas pernas) de cada jogador, fez com que Joachim Löw e seus pupilos conquistassem o que outros 31 técnicos tentaram e não conseguiram.
Cabe agora a nós, meros mortais, dirigentes de instituições filantrópicas, levar esse exemplo pra nossas mesas de reuniões com nossas equipes e planejar nosso “futebol”, armar estratégias de “ataque” e, consequentemente, fazer gols e trazer a taça.
Às vezes, no nosso dia a dia das ações sociais, as quais produzimos diariamente, tomamos goleadas iguais ou piores do que 7x1. Mas é importante nos lembrarmos sempre das várias vezes que “erguemos a taça”, recordando o que fizemos de certo e de errado com nossa equipe naquelas conquistas.
Boa leitura!