Realizado em parceria com a Fundação Oak, o edital dará prioridade a projetos que abordem as dimensões racial, étnica, de gênero e de orientação sexual, considerando esses aspectos como determinantes para superar a violência institucional e a tortura no sistema de justiça brasileiro, com uma visão interseccional.
Atualmente, o Brasil tem a maior população carcerária de sua história, com 832 mil pessoas presas, segundo o mais recente Anuário Brasileiro de Segurança Pública. O país ocupa o terceiro lugar no ranking das nações que mais encarceram no mundo, atrás de Estados Unidos e China.
No entanto, nossas prisões não possuem capacidade para acomodar essa quantidade de pessoas – atualmente, há aproximadamente 236 mil pessoas presas a mais do que o total de vagas no sistema, representando 28% do total de pessoas presas.
Num claro sinal de comprometimento com a transformação estrutural desta realidade, o edital se estende a pelo menos 10 propostas de impacto.
A ideia dos projetos escolhidos é promover o fortalecimento de iniciativas capazes de costurar os fios de uma sociedade justa, segura e igualitária. Cada uma receberá um aporte de até R$ 150 mil, garantindo um período de 18 meses para a concretização das ações.
Nesse horizonte de mudança, a trajetória se curva com um olhar especial às dimensões raciais, étnicas, de gênero e de orientação sexual.
No universo das propostas, um critério claro emerge: o enraizamento nas bases dos movimentos sociais. As organizações que emergem dessas raízes profundas, com sua vitalidade multiplicadora e uma sólida rede de ações, são as preferidas.
Fonte:
Fundo Brasil de Direitos Humanos
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