O Instituto Ethos, em parceria com o WWF-Brasil, realizou um mapeamento que será lançado na Conferência Ethos 360º de São Paulo, nos dias 26 e 27 de setembro. A autoria do estudo é do World Resources Institute (WRI). Entre os principais resultados estão a identificação de 28 fundos internacionais e 20 nacionais que são potenciais fontes de investimentos acessíveis por organizações brasileiras, para implementar ações de adaptação no país. A maioria dos investimentos são para mitigação, com destaque para investimento em energia, agricultura e água, setores prioritários no Plano Nacional de Adaptação (PNA), lançado pelo Ministério do Meio Ambiente em 2016.
Conjuntamente com o mapeamento dos fundos, o estudo também procurou entender como as empresas veem as questões das mudanças climáticas em seus negócios e como elas estão agindo em relação a isso. O questionário aplicado a empresas revelou que em geral o engajamento com ações de adaptação ainda é incipiente.
“O foco do investimento em adaptação é crucial para apoiar os países na elaboração de estratégias de adaptação e resiliência aos impactos da mudança do clima. Contudo, inevitáveis diferenças entre os custos estimados para nos adaptarmos e o quanto de recurso já existe é muito grande. O relatório ‘The Adaptation Gap Report’, da UNEP, indica que para cumprir com as reais necessidades, precisamos aumentar em até 13 vezes o financiamento para adaptação. Preparar os territórios para estes fenômenos é primordial, é assumir que a mudança do clima já acontece e que temos que nos adaptar”, comenta Flavia Resende, coordenadora de práticas empresariais e políticas públicas do Instituto Ethos.
Os fundos internacionais que investem no Brasil e explicitam adaptação são o IDB Infrastructure Fund, Climate Insurance Fund, Global Index Insurance Facility, Global Facility for Disaster Reduction and Recovery e o Adaptation Smallholder Agriculture Programme. Muitos são acessíveis pelas empresas, tais como o Infrastructure Fund e o Climate Insurance Fund. Existe uma diversidade de investidores tanto de bancos e agências multilaterais e de financiamento público ou privado. O BID e Banco Mundial são importantes agentes multilaterais assim como a Alemanha, Noruega e Inglaterra, agentes bilaterais, com investimento para tal no Brasil.
Fonte: Rejane Romano, do Instituto Ethos