Vamos repetir a história da Ilha de Páscoa?

Por: Instituto Filantropia
19 Dezembro 2012 - 23h09

Poucas narrativas ilustram tão bem o efeito destruidor de civilizações que a degradação ambiental pode ter como a história da ilha de Páscoa (Rapa-Nui). Arqueólogos, geógrafos, historiadores e novelistas convergem na eloquência simbólica dos acontecimentos daquele lugar – a “metáfora perfeita”, no dizer do professor e ganhador do prêmio Pulitzer, Jared Diamond, sobre o destino do nosso planeta.
Em pouco mais de 500 anos, a ilha, que já foi abundante em flora, generosa em riqueza marinha, com água suficiente e solos férteis para albergar a presença humana se converteu num pesadelo. Isolados do mundo, sem alternativas conhecidas e acessíveis de fuga, dependentes dos recursos naturais para garantir o nível de vida necessário à subsistência, reprodução e conforto, os pascoenses viram sua civilização arrasada por um misto de destruição do seu meio ambiente, desvios culturais que levaram ao paroxismo, concorrência entre clãs pelo poder e, por último, pela guerra civil, além de epidemias externas (biológicas e culturais). As causas são múltiplas, mas a sequência da narrativa que levou ao fim da civilização de Páscoa parece ser uma só: da efetiva subsistência e aspiração ao conforto nasceram as pretensões por mais poder e prestígio, que acirraram uma competição desenfreada por erigir mais e mais moais, aquelas estátuas gigantes que são a marca registrada da ilha.
Em seu best-seller “Colapso”, Diamond especula sobre a consciência dos pascoenses prestes a derrubarem a última árvore da ilha: será que acharam a evidência do impacto humano sobre os desajustes ambientais como ainda não sendo conclusiva? Ou que provavelmente do outro lado da ilha as coisas não fossem tão ruins e tenha mais uma floresta a descobrir? Ou que a tecnologia iria salvá-los?
Há vários anos encaramos de forma muita parecida a crise ambiental e das mudanças climáticas, e não deveria surpreender que a exposição desses mesmos tipos de argumentos funcione como um anestésico para adiar ou minimizar as decisões relativas ao que fazer diante de tamanho desafio. Durante um bom tempo foi o questionamento sobre o quanto essas mudanças correspondiam a um padrão natural ou resultavam da interferência humana. Do mesmo jeito, a expectativa de que inovações tecnológicas (mais do que novos hábitos pessoais) conseguiriam virar o jogo dominou e ainda permanece no centro do debate sobre as soluções. Não foi muito diferente o que ocorreu com a esperança de que as ondas de calor e frio, assim como a poluição e a emissão de gases, seriam revertidas pela vontade política dos países e pela existência de vastos recursos naturais ainda inexplorados – algo que passou a ser desmentido pelos relatórios de instituições até conservadoras, como a Agência Internacional de Energia que, recentemente, revelou que as emissões mundiais em 2010 bateram mais um recorde, apesar da recessão econômica no mundo desenvolvido.
Só que, diferentemente dos pascoenses, hoje contamos com sinais e números concretos capazes de afetar nosso conhecimento e percepção sobre quão naturais ou habituais são essas mudanças climáticas, se ocorrem apenas em um ou dois lugares isolados ou se são universais, quais tecnologias estão efetivamente disponíveis e a eficiência das mesmas. O aumento da presença do tema nos jornais, assim como a multiplicação do número de eventos climáticos extremos no planeta – e a intensidades das catástrofes – colocam o tema no radar e na realidade das pessoas, e facilitam desenvolver percepções de como fazer escolhas sobre o que está acontecendo e como lidar com isso. Mas é isso o que de fato vem acontecendo? E qual é a lógica que se instala na cabeça das pessoas?
Dados do estudo Barômetro Ambiental, desenvolvido desde 2005 pela Market Analysis (em parceria com a rede GlobeScan), revelam que nos últimos anos o senso de alarme sobre as mudanças climáticas tem aumentado, ao mesmo tempo em que se reconhece o fenômeno como sendo causado pelo homem (e cada vez menos atribuível a um padrão natural do clima). A fé na tecnologia como solução deixa de recrutar tantos adeptos e começa a dividir a população, levando a uma tácita admissão de que as soluções passam por mudanças drásticas de hábitos.
Esse novo padrão de reações sociais diante do aquecimento global e da crise ambiental não é exclusivo do Brasil, e acontece tanto em países desenvolvidos como emergentes. Mas talvez ironicamente a mudança tenha sido mais visível nos últimos tempos na sociedade, que, apesar da sua altíssima responsabilidade, deu por muitos anos as costas ao problema, e para a qual o poder restaurador da tecnologia é crença quase religiosa: os Estados Unidos. Lá, o sobressalto com relação às mudanças climáticas e a crise ambiental disparou, a naturalização delas passou a ser seriamente questionada. As dúvidas sobre se a esperteza técnica dará conta do recado sem exigir alterar o estilo de vida aumentaram como em nenhum outro país.
Se essa liderança nas estatísticas do pavor refletem algo é a noção de que o caos climático deixou de ser uma hipótese e fonte de mais alguns novos negócios para se transformar em parte da realidade cotidiana. A mensagem desde a sociedade, válida tanto para os EUA como para o Brasil, parece ser clara: ou os novos produtos e serviços com valor tecnológico que visam posicionar-se dando uma resposta efetiva ao problema ambiental adotam uma presença e funcionalidade mais assertiva no mercado e no dia-a-dia, ou as organizações por trás deles arriscam que seus esforços e investimentos sejam vistos como supérfluos e irrelevantes, e sua imagem de liderança ambiental fique tingida pelo signo da inocuidade.

Nos últimos anos nosso país vivenciou alguns padrões climáticos extremos

Novas tecnologias resolverão o problema das mudanças climáticas requerendo pequenas mudanças de hábitos e conduta das pessoas

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