Quem conhece minimamente um pouco da história da formação política e social do Brasil, iniciada oficialmente 518 anos atrás com as capitanias hereditárias, sabe que o nosso país foi construído sobre bases tão consistentes quanto um poço de areia movediça. Não, não é exagero, mas somente a triste constatação de que esta nação foi erigida não pelo povo e para povo, mas para servir aos interesses dos detentores do poder político e econômico. Este estado de coisas permitiu que a corrupção se entranhasse a tal ponto em nossa cultura que se tornou algo não apenas endêmica, mas sistêmica.
O "Corruption Perceptions Index 2016", divulgado pela Transparência Internacional, chancela esta situação. De acordo com o estudo, o Brasil é o 79º país mais corrupto do mundo em uma lista de 176 nações. A corrupção está presente em todos os poderes constituídos, empresas públicas e privadas e até nas organizações sociais. Este mal acaba se refletindo no dia a dia da sociedade.
A reportagem de capa desta edição trata justamente disso, atestando que somos um país doente, atolados até o pescoço em corrupção. Mas não podemos deixar que esta situação manche a idoneidade do trabalho da grande maioria das organizações sociais, cujo papel é importantíssimo para o desenvolvimento do país. É preciso ter a possibilidade de demonstrar transparência e eficiência no atendimento às nossas causas (vide a matéria especial sobre Compliance, também nesta edição).
A nós, cabe continuar abordando este delicado tema e incentivando as organizações a se capacitar diariamente, justamente para que o trabalho seja realizado de maneira cada vez mais profissional, contando com o apoio agregador de diferentes stakeholders.
Nesta primeira edição de 2018, desejamos que o ano seja de boas notícias, prosperidade e mais transparência nas organizações e no Brasil de modo geral!
Boa leitura!