Os Impactos Da Contação De Histórias

Por: Valdir Cimino
07 Outubro 2015 - 13h31

Como avaliar os benefícios da contação de histórias para as crianças hospitalizadas? Foi com o objetivo de responder a esta pergunta que a Associação Viva e Deixe Viver se uniu à Fundação Itaú Social e ao Hospital Infantil Menino Jesus para o desenvolvimento de uma pesquisa inédita. Este importante levantamento, chamado de “Avaliação de Impacto do Programa Viva e Deixe Viver”, já começa a ser conhecido e mereceu destaque na programação do Fórum de Humanização da Saúde, realizado em abril, durante a Virada da Saúde, na cidade de São Paulo.

O principal objetivo desta iniciativa foi avaliar os efeitos das ações lúdicas desenvolvidas no âmbito do programa Viva e Deixe Viver sobre as crianças internadas no Hospital Municipal Infantil Menino Jesus. Com isto, procuramos consolidar o entendimento acerca da efetividade das ações com a criança.

A partir de uma metodologia desenvolvida pela Fundação Itaú Social, as crianças foram observadas por médicos residentes por três dias. Neste período, os residentes ficaram encarregados de fazer anotações a respeito do comportamento da criança, mais especificamente em relação a humor e dor. Os pais, por sua vez, responderam a um questionário que abordou questões sobre o estresse, preocupações com seus filhos, hábitos de leitura e perfil familiar.

Um dos pontos já levantados mostrou que, dentre as crianças que apresentaram medo ao dar entrada no hospital, mais da metade ficou livre desta sensação depois de internada. Isto foi considerado pela Gerência de Avaliação de Projetos da Fundação Itaú Social, encarregada do levantamento, um ponto positivo para o hospital, por gerar uma percepção de segurança.

No que se refere diretamente à Associação Viva e Deixe Viver, a pesquisa apontou que a contação de histórias teve aprovação quase unânime (mais de 99%) dos pais e responsáveis, por contribuir para a melhora do bem estar e para a recuperação da criança e do adolescente. Outro dado importante da pesquisa é que 98% dos pais acreditam que contar histórias é um caminho de aproximação com seus filhos, ajudando no relacionamento. Desses entrevistados, a maioria (73%) pretende aumentar o número de vezes que lê ou conta histórias para seus filhos.

A mobilização inicial envolveu uma série de reuniões até que todos os envolvidos, entre eles, a ouvidoria do Hospital Menino Jesus, responsável pelas ações de humanização, estivessem confiantes no projeto. A partir da coleta de dados realizada pelos voluntários e residentes, a equipe da Fundação Itaú Social trabalha na consolidação dos resultados, num trabalho árduo, mas recompensador, segundo os profissionais que participam do trabalho.

Também parceiro nesta ação, o diretor executivo do Hospital Menino Jesus, Dr. Antonio Carlos Madeira de Arruda, credita a boa avaliação obtida na pesquisa às ações realizadas há muitos anos pela instituição. O hospital tem por tradição trabalhar também o acolhimento e não só a recuperação física, a cura da doença. Por isto, este projeto da Associação Viva e Deixe Viver ficou em sintonia com o que os gestores procuram fazer na instituição, já que traz um pouco de alegria, de distração para quem está internado e longe de família.

Coordenadora do Serviço de Voluntariado do Hospital Sírio Libanês, responsável também pelos voluntários que atuam no Hospital Menino Jesus, Isa Maria Marchetti corrobora a avaliação, destacando que a contação de histórias acaba beneficiando até mesmo a realização de exames como o ecocardiograma, em que a criança tem que ficar quieta. É que as histórias deixam os pequenos pacientes mais relaxados.

Fundada em 1997, a Associação Viva e Deixe Viver é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP). Atualmente, estamos presentes em 92 hospitais, em todo o Brasil, reunindo 1.245 fazedores e contadores de história. Em cada um desses estabelecimentos, temos o compromisso de promover a humanização da Saúde, ao transformar a internação hospitalar num momento mais alegre, agradável e terapêutico. Nestes 17 anos de atividades da Associação, os voluntários contadores de histórias fizeram 832.186 atendimentos, que impactaram também 628.776 familiares dos pacientes e profissionais da Saúde.

Além dos resultados da pesquisa, que apresentam os frutos positivos de nossa atuação junto ao nosso público-alvo, recebemos como um importante incentivo a avaliação do Dr. Madeira. Segundo ele, “se contar história para criança não tivesse nenhum outro benefício que distrair, fazer com que a criança tenha menos dor, menos sofrimento naqueles momentos em que ela está em companhia do contador de história, já seria de muita valia. Mas o que a gente observa é que isto acaba repercutindo até na recuperação da criança, apressando, muitas vezes, o tempo de internação”. Essas palavras nos fortalecem e mostram que continuamos seguindo no caminho certo.

www.vivaedeixeviver.org.br

 

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