De acordo com levantamento do Instituto Trata Brasil com base em dados de 2014 do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), divulgados em março pelo Ministério das Cidades, metade da população brasileira ainda não tem esgoto coletado em suas casas e cerca de 35 milhões de pessoas sequer têm acesso à água tratada. O índice (49,8%) coloca o Brasil em 11º lugar no ranking latino do serviço, atrás de países como Peru, Bolívia e Venezuela. Os dados dessas nações são compilados pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), que divulga o índice de 62,6% para o Brasil, porque inclui fossas. Os números mostram que a coleta de esgoto melhorou 3,6% nos últimos cinco anos e ainda está muito distante da meta estabelecida pelo Plano Nacional de Saneamento Básico, que é atingir 93% de coleta no Brasil em 2033. O estudo afiança ainda que metade dos R$ 12,2 bilhões investidos em saneamento no país ficou concentrada nas cem maiores cidades, e 64% das cidades analisadas investem menos de 30% do que arrecadam com a tarifa de água e esgoto cobrada dos consumidores. O estudo mostra também que o índice nacional de perdas de água na distribuição, que mede o desperdício na rede pública, foi de 36,7% em 2014. Os melhores índices foram registrados nas cidades paulistas de Limeira, Ribeirão Preto e Santos, todos com menos de 19% de perdas. Na capital, foi de 34,2%.